D. Orani Tempesta, o. cist. – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br A Revista Mariana do Brasil - fundada em 28 de maio de 1898 pelos Claretianos em São Paulo Thu, 01 Feb 2024 14:25:35 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2021/08/cropped-ico-revista-avemaria-60x60.png D. Orani Tempesta, o. cist. – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br 32 32 CARNAVAL, UMA EXPERIÊNCIA DE FÉ https://revistaavemaria.com.br/carnaval-uma-experiencia-de-fe.html https://revistaavemaria.com.br/carnaval-uma-experiencia-de-fe.html#respond Thu, 01 Feb 2024 14:25:35 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=73271 Dentro de alguns dias comemoramos aqui no Brasil o carnaval, dias de festa, alegria e confraternização. São cinco dias em que o povo brasileiro, na sua maioria, para de trabalhar e, esquecendo os problemas, vai para as folias de salão e das ruas dessa época ou viaja para locais de praia ou montanha. 

Algumas pessoas, porém, preferem nesses dias ficar retiradas e em oração para se preparem para o período quaresmal, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas. As próprias dioceses, paróquias, movimentos ou consagrados promovem retiros durante esses dias, possibilitando a participação dos fiéis. São muitos tipos de retiros: abertos, fechados, numerosos ou personalizados. 

Como bem sabemos, nos dias de carnaval, além da festa e da descontração, há também muitas orgias, drogas e bebedeiras e ainda, infelizmente, acontecem algumas brigas e violências. Há pessoas que optam por ficar em retiro nesses dias. O retiro é voltado para os jovens, mas é claro que pessoas de todas as idades podem participar; importante é que os jovens façam esse retiro, pois muitas vezes eles são o alvo das bebedeiras e orgias. 

É possível também participar do retiro em alguns dias do carnaval se não for possível participar em todos, que podem ser três, quatro ou cinco. O retiro pode ser realizado de domingo a terça-feira ou segunda e terça-feira. Não importam os dias que se faça, mas que sejam uma importante pausa e preparação para a Quaresma que terá início na quarta-feira. 

O retiro, ou dias de exercícios espirituais, é sempre um momento importante para pararmos as nossas atividades corriqueiras e falarmos com Deus. Podemos sair diferentes do modo que entramos num retiro, ou seja, após ele algo em nós deve ser mudado. Após o retiro de carnaval, devemos sair mais leves e preparados para bem celebrarmos o tempo quaresmal. 

Na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) teremos mais de vinte retiros espalhados pela cidade. Algumas comunidades promovem-nos pelos vários locais de cidade para ajudar na participação (como a Shalom) ou ainda a possibilidade do tradicional retiro Rio de Água Viva, e tantos outros. 

O retiro da comunidade Shalom, conhecido como “Renascer”, terá como tema norteador “Minha alma engrandece o Senhor”. Somos convidados, com o início da Quaresma, a renascer para uma vida nova, morrendo para o pecado e renascendo para Deus. 

Há ainda muitos outros tipos de retiros com maior ou menor proporção, mas sempre com os diversos carismas espalhados pela Igreja. 

Que a alegria do Senhor nos contagie durante o período de carnaval e possamos ter um santo tempo quaresmal, para celebrarmos o grande mistério da nossa fé, que é a paixão, morte e ressurreição do Senhor.

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A CRUZ QUE GERA VIDA! https://revistaavemaria.com.br/a-cruz-que-gera-vida.html https://revistaavemaria.com.br/a-cruz-que-gera-vida.html#respond Thu, 31 Aug 2023 19:17:58 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=72282 “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.” (Lc 23,46)

É tradição na Sexta-feira Santa ser pronunciado com grande solenidade em algumas comunidades o Sermão das Sete Palavras. Faz parte das tradições da Semana Santa e esse sermão, em especial, na Sexta-feira Santa. 

Durante essa semana especial, podemos meditar sobre as sete palavras de Cristo na cruz. Enquanto esteve ali até dar o último suspiro, Jesus proferiu algumas palavras que ficaram marcadas como muitas que proferiu durante a vida e em toda Semana Santa meditamos sobre elas; isso pode ser todos os dias, mas, em especial na própria Sexta-feira da Paixão.

São sete expressões ditas por Jesus na cruz que os evangelistas recolheram e elas condensam a vida do crucificado. Nessas expressões revela-se a identidade de Jesus, quem Ele é e sua missão. São palavras que trazem um grande significado. Jesus esvazia-se totalmente, sai de si mesmo e se dirige aos outros.

A primeira palavra que Jesus profere é “perdão” – “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Durante toda a sua vida, Jesus pregou o perdão e o amor de Deus a todos. Quando se encontrava com os pecadores, mostrava o rosto da misericórdia de Deus. O perdão fez parte da vida de Jesus e seus seguidores devem seguir seu exemplo. Jesus perdoa até aqueles que lhe condenaram à morte.

É difícil perdoar, ainda mais do jeito que foi a morte de Jesus, mas, temos que fazer o esforço de colocar aquilo que rezamos no Pai-Nosso em prática, perdoando todo aquele que nos ofende. Por mais que seja difícil perdoar é melhor fazer isso do que condenar. O perdão alivia a alma e nos deixa mais leves. Aprendamos com o Mestre, que perdoou até mesmo aqueles que o condenaram.

A segunda palavra é “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). Jesus morria entre dois ladrões enquanto um o insultava dizendo que se fosse de fato Deus os salvaria da morte. O outro mandou que esse se calasse e disse que ele não respeitava nem a Deus, que sofria o mesmo castigo que ele. Jesus disse a esse “bom ladrão”: “De hoje em diante estarás comigo no Paraíso”. O Paraíso não é simplesmente “um lugar”, mas um “lugar” de plenitude da vida, onde não haverá mais dor, sofrimento e pranto. Nesse lugar habitará a justiça e a paz. Que possamos construir o Paraíso aqui na Terra e vivê-lo de maneira plena no Céu. Construamos aqui a verdadeira paz e a justiça.

A terceira palavra é “Mulher, eis aí o teu filho; filho eis aí a tua mãe” (Jo 19,26). Com essa fala, Jesus entrega o discípulo aos cuidados da sua mãe e sua mãe aos cuidados do discípulo. Ao entregar Maria ao discípulo, Ele a entrega à humanidade inteira, por isso Maria é a mãe da Igreja e da humanidade. A partir desse momento, o discípulo a acolhe consigo e cuida dela. João, também de pé junto à cruz, representa todo seguidor fiel de Jesus, mesmo nos momentos de crise. Esse momento também nos ensina a não nos desesperarmos diante do sofrimento, pois o caminho do calvário é necessário para chegar à glória da ressurreição.

A quarta palavra é “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste”? (Mt 27, 46). Jesus se sente num momento de esvaziamento e abandono, Ele grita junto com toda a humanidade sofredora e grita por aqueles que resolveram abandonar Deus e seguir os seus próprios interesses. Nos dias de hoje, Ele continua gritando por tantos que o abandonam e não querem ouvir a sua voz. Logicamente, Jesus tinha certeza de que Deus estava com Ele e sabia que era necessário Ele passar pela cruz, mas gritou como uma forma de chamar a atenção de tantos corações insensíveis que de forma cruel entregaram o Filho do Homem.

A quinta palavra é “Tenho sede” (Jo 19,28). Jesus, sabendo que se aproximava a hora de entregar o seu espírito ao Pai e de selar de uma vez por todas a aliança entre o Céu e a Terra, disse essa a frase. Os soldados embebedaram vinagre na ponta de uma esponja e levaram-na à boca de Jesus. Ele disse: “Tudo está consumado” (Jo 19,30). A partir desse momento, Ele entregou seu espírito a Deus, dando o último suspiro.

Jesus gritou sua derradeira sede, um mundo sem dor, sem exclusão, sem violência, que tanto Ele pregou em vida, mas o coração das pessoas se fechou e não quiseram ouvir a sua palavra; pelo contrário, condenaram-no. Só o reconheceram como Filho de Deus quando Ele entregou seu espírito. Diziam “Realmente Ele era Filho de Deus”, mas era tarde demais. A sede de Jesus pode ser a nossa sede por um mundo novo com mais paz, amor, menos fome e menos desigualdade. Jesus gritou no intuito de ser escutado. Quantas vezes no mundo de hoje não escutamos a voz de Jesus? Ele precisa falar manso em nossos corações.

A sexta palavra é “Tudo está consumado” (Jo 19,30). Jesus, após beber do vinagre, disse que tudo estava consumado, ou seja, o tempo se cumprira, sua missão aqui na Terra terminara. Jesus esvaziou-se totalmente, abaixou-se totalmente e nos resgatou do pecado. Com sua morte, Ele desceu à mansão dos mortos para resgatar aqueles que foram feridos pelo pecado; resgatou Adão, o primeiro homem, e ressurgiu glorioso para nos ensinar o caminho da liberdade, longe do pecado. Do madeiro da cruz brotou a árvore da vida.

Que ao fim de nossas vidas possamos também dizer “Tudo está consumado”, olhar para trás e ver quanto de coisas boas fizemos e sermos merecedores da vida eterna. É muito triste chegar ao fim da vida e ver que não deixamos nada de bom. Jesus com certeza quando disse essa frase olhou para trás e viu quanto de coisas boas deixou para a humanidade.

A sétima palavra é “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46). Essa foi a entrega final de Jesus, já quando não suportava mais a dor dos braços esticados na cruz, dos pés juntos com prego e da coroa de espinhos cravada em sua testa. Jesus já havia suportado muito as dores, mas chegou um momento em que era melhor Ele se entregar e nos braços do Pai ser curado de suas dores. Na vida eterna não haverá mais dor nem sofrimento, será somente alegrias ao lado de Deus.

Quem dera ao fim de nossas vidas, quando não mais suportarmos as dores terrenas, entregarmos a Deus nossos espíritos, sermos acolhidos por Ele na eternidade e recebermos o alívio de nossas dores. A cruz é a expressão da máxima compaixão e comunhão com Jesus e com os sofredores. Ela aponta para aquele que foi fiel ao Pai e ao Reino.

Guardemos em nossos corações as sete palavras de Cristo na cruz. Que da cruz possamos chegar à glória eterna, ao lado de Deus.

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“E TODOS FICARAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO” (AT 2,4) https://revistaavemaria.com.br/e-todos-ficaram-cheios-do-espirito-santo-at-24.html https://revistaavemaria.com.br/e-todos-ficaram-cheios-do-espirito-santo-at-24.html#respond Wed, 31 May 2023 14:57:09 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=71597 Caríssimos amigos e irmãos, que a paz do Senhor esteja com todos vocês. Chegamos ao término do Tempo Pascal! Depois desse tempo de alegria e vida nova em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, vivemos a festa solene de Pentecostes. Hoje o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos no Cenáculo e a Igreja iniciou sua missão pública. Ao apagar-se o círio pascal no fim da última celebração deste domingo, recordaremos que essa luz nos foi entregue para que sejamos aqueles que a levam pelo testemunho e pela palavra vida afora. 

O dom do Espírito é fruto da Páscoa de Cristo. Ele nos foi dado no nosso Batismo para continuarmos a missão de Jesus como animados e ardorosos anunciadores do Evangelho. Assim como a festa judaica da lei se celebra cinquenta dias após a Páscoa, o Espírito de amor é a nova lei, a lei do cristão, pois “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo seu Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5). 

Pentecostes era uma das três grandes festas judaicas: era celebrada cinquenta dias após a Páscoa e muitos israelitas faziam a peregrinação naquele dia à Cidade Santa. Sua origem foi celebrar o fim da colheita de cereais e agradecer a Deus por isso, assim também com a oferta dos primeiros frutos. Era também a ocasião de comemorar a promulgação da lei dada por Deus a Moisés no monte Sinai.

O livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-11) vai trazer o relato do dia de Pentecostes. O relato é composto de detalhes específicos, apresentando imagens que fazem recordar momentos importantes no Antigo Testamento, como o vento impetuoso, as línguas de fogo como simbolismo da presença de Deus, a diversidade reunida entre tantos outros. O barulho, como o vento e o fogo (cf. At 2,2-3), evoca precisamente a manifestação de Deus no monte Sinai quando Ele, dando-lhes a lei, constituiu Israel como seu povo. Agora, com as mesmas características, Ele se manifesta ao seu novo povo, a Igreja: o vento significa a novidade transcendente de sua ação na história dos homens e o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo.

Esse último detalhe chama a atenção: o grande sinal da comunhão e da unidade manifesto no dia de Pentecostes. A diversidade de povos apresentada no relato que conseguia escutar o anúncio da Palavra de Deus em sua própria língua nos faz recordar o episódio da torre de Babel, mas, no seu sentido inverso: se em Babel temos a desunião pela tentativa de ser como Deus, Pentecostes recupera o que foi feito lá e traz a unidade entre os homens. O Concílio Vaticano II, no seu Decreto Ad Gentes assim comenta sobre a realidade aqui narrada: “No dia de Pentecostes, Ele encontrou os discípulos para permanecer com eles para sempre; a Igreja falou publicamente diante da multidão; a propagação do Evangelho entre os povos começou por meio da pregação; a união dos povos na catolicidade da fé foi finalmente prenunciada pela Igreja da nova aliança, que fala em todas as línguas, entende e abraça todas as línguas no amor, superando assim a dispersão de Babel” (4).

Jamais podemos deixar de considerar este importante aspecto da vida da Igreja: a unidade na diversidade que é produzida pela ação do Espírito. A Igreja não é uma instituição como outras que prezam e buscam manter a uniformidade, em que todos agem da mesma forma. Na Igreja, a ação do Espírito traz o dom da unidade: unidade no senhorio de Cristo, unidade na fé, unidade no Batismo, na proclamação de um só Deus. Essa unidade é vivida em meio à diversidade de ritos, liturgias, pastorais, vocações, ministérios, ordens religiosas, espiritualidades etc. Essa unidade na diversidade é um dos grandes sinais da santidade da Igreja: enquanto a existência humana é marcada pela intolerância e pela rejeição ao diferente, a realidade da fé realiza no mundo a unidade na diversidade, assim como é a realidade de Deus, um só Deus em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. 

Chegamos, então, ao momento central do relato, quando Cristo sobe sobre os discípulos o seu Espírito: “E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo’ (Jo 20,22). O Espírito Santo vem para restaurar as esperanças dos que ali se encontravam, vem para capacitar aqueles que agora são os apóstolos de Cristo e vem para transformar as vidas deles, concedendo dons, carismas, fazendo-lhes capazes de continuar em meio ao mundo a missão de Cristo, que passou pelo meio dos homens fazendo o bem. 

As maravilhas realizadas pela ação do Espírito no dia de Pentecostes são as que pedimos que sejam renovadas na vida da Igreja na solenidade de hoje. O Espírito quer também hoje nos restaurar, capacitar e transformar: restaurar nossos ânimos, nossos cansaços, nossas fraquezas e nosso caminhar rotineiro. O Senhor que nos envia ao meio do mundo, para que ali sejamos sal da Terra e luz, não somente nos envia, mas nos sustenta na missão, dando-nos sabedoria, coragem e humildade para o serviço. Esse mesmo Espírito nos transforma em homens novos, traz-nos a uma vida nova, conforme celebramos intensamente no tempo da Páscoa.

 Peçamos que Maria nos ensine a ser dóceis ao Espírito, para que Ele gere também Cristo em nós. Rezemos pela recuperação dos doentes, pelo consolo dos aflitos e amparo dos desesperados. Que assim como Maria foi apressadamente socorrer Isabel em suas necessidades próprias da gravidez, possamos estar sempre de prontidão para estender a mão a quem necessita. 

Deus abençoe e guarde a todos!

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QUEREMOS QUE CRISTO REINE https://revistaavemaria.com.br/queremos-que-cristo-reine.html https://revistaavemaria.com.br/queremos-que-cristo-reine.html#respond Mon, 31 Oct 2022 18:48:30 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69858 Neste mês de novembro, celebramos o último domingo do ano litúrgico, ano “C”, e essa celebração é marcada pela Solenidade de Cristo, Rei do Universo. 

Nessa solenidade celebramos Cristo, rei e senhor do universo, rei que deve reinar nos corações, nos relacionamentos e que exerce seu reinado não de um lugar de poder, mas de um lugar de contradição e redenção: a cruz.

O Domingo de Cristo Rei é também o Dia do Leigo, em que rezamos, refletimos por essa presença tão rica e eficaz na Igreja e no mundo. O termo “leigo”, que está na base da consideração desse dia, refere-se aos cristãos que não exercem sua missão com uma vocação de especial consagração, como são os sacerdotes e os religiosos. É pela ação dos leigos no meio do mundo que o reinado de Cristo deve se consolidar. O leigo cristão age como o fermento no meio da massa, como nos recordam os Evangelhos, sal da Terra e luz do mundo, sendo permanentemente testemunhas de Jesus Cristo, presença Cristã em meio a esta sociedade que precisa de valores para orientar as vidas de seus integrantes.

Nesse dia se inicia no Brasil a Campanha para a Evangelização, que se estenderá até o terceiro domingo do Advento e também se comemora a Jornada Mundial da Juventude em nível diocesano (transferida do Domingo de Ramos). 

A Solenidade de Cristo Rei foi instituída em 1925 pelo Papa Pio XI, coincidindo com o 16º centenário do Concílio de Niceia, que proclamou a divindade do Filho de Deus; esse concílio inseriu também em sua fórmula de fé as palavras “cujo reino não terá fim”, afirmando assim a dignidade real de Cristo.

A liturgia dessa solenidade coloca como antífona de entrada do Missal romano uma frase do Apocalipse que é surpreendente: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele a glória e poder através dos séculos” (Ap 5,12; 1,6). Quem é aquele que proclamamos rei? O Cordeiro. Cordeiro imolado. A palavra “cordeiro” evoca mansidão, paz e fragilidade. Nosso Rei é o Cordeiro que foi esmagado na cruz, aquele que foi imolado pelo pecado do mundo. O mundo passou e passa por cima dele, refuta seu Evangelho, desdenha de sua Palavra, ridiculariza seus preceitos, calunia sua Igreja. Esse rei é aquele que foi crucificado, derrotado e terminou sozinho; é homem de dores, prenunciado por Isaías. No Evangelho escutamos que zombaram (e zombam) dele: “A outros Ele salvou. Salve-se a si mesmo, se de fato é o Cristo de Deus, o Escolhido! (…) Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”! (Lc 23,35.39).

Contudo, Jesus não é rei nos moldes dos reis da Terra. O reinado dele somente pode ser compreendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis o modo que Cristo tem de reinar: servindo, dando vida e entregando a própria vida. Tão diferente dos reis da Terra, dos políticos e líderes de ontem e de hoje: “Sabeis que aqueles que vemos governar as nações as dominam, e os seus grandes as tiranizam. Entre vós não será assim” (Mc 10,42s). 

Cristo é rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós; é rei porque tomou nossa vida sobre seus ombros; é rei porque passou entre nós servindo até o maior serviço: entregar-se totalmente na cruz!

Que procuremos propagar o estabelecimento do Reino de Deus. Que possamos nos empenhar cada vez mais para que nossa experiência de fé nos leve a sermos presenças vivas de Cristo na sociedade e no mundo. Não nos faltará a força do Espírito e a ação do alto para que permaneçamos firmes. 

Deus abençoe e guarde a todos! 

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NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-aparecida-rainha-e-padroeira-do-brasil.html https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-aparecida-rainha-e-padroeira-do-brasil.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:46:12 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69611 Se setembro para a Igreja no Brasil, há cinquenta anos, figura como um dos meses temáticos por ser dedicado à Bíblia, outubro segue na mesma linha, pois neste período vivemos o Mês das Missões. Neste mês temos também festas marianas, especialmente no dia 12, quando celebramos Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, dentro do Mês Missionário.

São comemorações muito importantes não só para os brasileiros, mas, para toda a humanidade. O encontro da imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, há 305 anos, foi um verdadeiro divisor na história do país, em uma época em que a miséria, a fome e a escravidão pautavam a vida de todos da nação.

Podemos entender o encontro da imagem como um autêntico significado missionário, pois é fato que Maria, pelo seu “sim” a Deus, tornou-se a primeira missionária da história. Todos nós somos missionários e, por isso, chamados a ir para além dos muros dos templos, como sempre destaca o Papa Francisco.

Ir ao encontro do outro é desfazer-se das próprias vontades e anseios e viver a realidade que se desenha em nossa frente. Segundo São José Freinademetz, “O maior desafio de um missionário é a transformação de si mesmo”.

Em cada um de nós há a necessidade básica da mudança, a partir do encontro e da vivência com os demais. Nesse processo de ir ao encontro das necessidades, fazer seu trabalho e seguir em frente há um verdadeiro desafio para todo aquele que se dedica à missão.

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua palavra” (Lc 1,38): com essa frase no momento da anunciação, Maria deu início a uma nova história, muito mais humana e leve para todos os povos.

Todo missionário é movido a desafios. Sejamos também nós, principalmente neste mês de outubro, quando celebramos nossa padroeira, agentes de missão, pessoas responsáveis por levar adiante a Palavra do Senhor, sob a ótica de Maria, que, mesmo ante todas as dúvidas e dificuldades, não titubeou ao dizer seu “sim” e esperar pela vinda de Cristo.

No dia de Nossa Senhora Aparecida também se comemora o Dia das Crianças, uma feliz coincidência no Brasil! Quando pequenos, aguardamos ansiosamente esse dia, data na qual a maioria das crianças do nosso país recebe presentes. Mas, afinal, como cristãos católicos, como devemos guardar esse dia?

Enquanto católicos, desde cedo devemos ensinar os nossos filhos e filhas o valor que essa data possui, fazê-los conhecer a história da padroeira, o porquê de ela ser tão importante para nossa Igreja e para as nossas vidas. O que não significa que devemos deixar de lado a comemoração das crianças, afinal, no Evangelho vemos Jesus ensinando o valor que os pequeninos têm, seja em Mateus 19,14, em que Jesus diz “Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais. Porque o Reino dos Céus é para aqueles que a elas se assemelham”, ou em Marcos 10,15, quando fala “Em verdade vos digo, todo aquele que não receber o Reino de Deus com mentalidade de uma criança, nele não entrará”.

Nessa data, temos uma grande chance de meditar sobre esses trechos evangélicos. Por que devemos ser como crianças? Devemos ser como crianças no sentido da pureza, no modo como agimos e reagimos ao mundo. Devemos ser como os pequeninos de Jesus para que sejamos dignos do seu Reino. E quem melhor para nos ensinar a ser puros senão a criatura que em sua pureza virginal gerou o filho de Deus, aquela que foi concebida sem pecado e que foi exemplo de esperança e santidade? Quão abençoados somos por termos essa data em nossas vidas! Devemos zelar por essas duas comemorações que se completam nesse dia. De um lado, a Mãe de Deus, a maternidade, e, do outro, a vida, a fecundidade!

O maior presente que podemos oferecer às crianças que fazem parte da nossa vida é justamente consagrá-las a Nossa Senhora da Conceição Aparecida e viver esse dia em família: participando da Celebração Eucarística, fazendo uma refeição juntos, brincando, dedicando tempo e presença.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

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SÃO JOAQUIM, PAI DE NOSSA SENHORA https://revistaavemaria.com.br/sao-joaquim-pai-de-nossa-senhora.html https://revistaavemaria.com.br/sao-joaquim-pai-de-nossa-senhora.html#respond Mon, 01 Aug 2022 21:03:51 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69220 Caríssimos amigos e irmãos! No segundo domingo do mês de gosto celebramos o Dia dos Pais. Comumente, olhamos para a figura de José, o pai adotivo de Jesus e guardião da Sagrada Família. Gostaria de propor, para a reflexão deste mês de agosto, um olhar mais atento à figura de São Joaquim, pai da Virgem Maria e avô de Jesus, também guardião de um dos tesouros de Deus, que é a Virgem Maria. O cuidado para com os tesouros de Deus torna-se também modelo para o cuidado para com os necessitados, cuidado esse que somos chamados a vivenciá-lo constantemente em nossa vida de fé.

Segundo a tradição da Igreja, no dia 26 de julho comemoramos a festa de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Maria, mãe de Jesus. O casal Joaquim e Ana já estava com idade avançada e ainda não tinha filhos e a esterilidade causava sofrimento e vergonha, pois para o judeu não ter filhos era sinal da maldição divina. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do Messias, como previam as sagradas profecias e, para isso, precisavam gerar.

Não se sabe muito sobre a vida dele, pois passa a ser citado a partir do século II, mas, pelos escritos apócrifos, que não são citados na Bíblia, porque se entende que não foram inspirados. Eles apenas revelam o nome dos pais da Virgem Maria, que é a mãe do Messias, e vem citado juntamente com sua esposa Sant’Ana.

No Evangelho, Jesus disse: “Dos frutos conhecereis a árvore, a planta” (Mt 12,33). Assim, não é preciso outro elemento para descrever-lhe a santidade, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. A santidade de Maria atesta para nós a santidade de seus pais. Maria, ao nascer, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda os recompensou pela fé ao ser escolhida no futuro para ser a mãe do Filho de Deus.

Santa Maria recebeu no lar formado por seus pais todo o tesouro das tradições da casa de Davi, que passavam de uma geração para outra; foi nele que aprendeu a dirigir-se a Deus com imensa piedade; foi nele que conheceu as profecias relativas à chegada do Messias. São Joaquim e Sant’Ana, pais de Maria, foram, no seu tempo e nas circunstâncias históricas concretas, um elo precioso do projeto da salvação da humanidade.

A princípio, apenas Sant’Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. A partir de 1584, também São Joaquim passou a ser cultuado no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.

Que São Joaquim seja um exemplo para todas as famílias cristãs e, em especial, a todos os pais, para que, a exemplo desse santo, possam ser fiéis às suas famílias e cumprir com fidelidade e amor tudo aquilo que a religião cristã nos prescreve.

Que todos os pais sejam exemplos para os seus filhos, que esses no futuro possam tê-los como exemplos. Que sejam exemplos para todos os homens. Exemplos de fé, de acolhida e proteção à família e de trabalhadores. Que todos os homens não se desesperem diante dos problemas da vida, mas confiem na providência divina.

Em nossa tarefa de passar pelo mundo fazendo o bem, que possamos pedir a São Joaquim que nos inspire coragem e fé, principalmente ante os desafios de olhar atentamente às necessidades e ao cuidado do outro. Em meio a uma cultura de correria e indiferença, que aprendamos a estar atentos ao que o outro necessita.

Deus abençoe e guarde a todos.

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A TERCEIRA PESSOA DA SANTÍSSIMA TRINDADE E O PENTECOSTES NOS DIAS DE HOJE https://revistaavemaria.com.br/a-terceira-pessoa-da-santissima-trindade-e-o-pentecostes-nos-dias-de-hoje.html https://revistaavemaria.com.br/a-terceira-pessoa-da-santissima-trindade-e-o-pentecostes-nos-dias-de-hoje.html#respond Sun, 01 May 2022 03:16:07 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=68399 Caríssimos amigos e irmãos, neste mês de maio chegamos ao término do tempo pascal. Depois desse tempo de alegria e vida nova em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, viveremos, no início do mês de junho, a grande vigília e a Festa Solene de Pentecostes.
Nessa solenidade celebraremos o dia em que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos no cenáculo e a Igreja iniciou sua missão pública. Recordaremos que essa luz nos foi entregue para que sejamos aqueles que a levam pelo testemunho e pela palavra vida afora, neste mundo que anda dilacerado por contínuas discórdias.

Crer no Espírito Santo significa adorá-lo do mesmo modo que adoramos ao Pai e ao Filho. Significa crer que o Espírito Santo vem ao nosso coração para, como filhos de Deus, conhecermos o Pai do Céu. Movidos pela graça do Espírito Santo podemos comunicar as maravilhas de Deus aos confins da Terra.

O dom do Espírito é fruto da Páscoa de Cristo. Ele nos foi dado no nosso Batismo para continuarmos a missão de Jesus como animados e ardorosos anunciadores do Evangelho.

Assim como a festa judaica da Lei se celebra cinquenta dias após a Páscoa, o espírito de amor é a nova lei, a Lei do cristão, pois “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo seu Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5).

O texto que por excelência nos mostra a grandeza da manifestação do evento de Pentecostes é tirado do Livro dos Atos dos Apóstolos 2,1-11, que também é conhecido como o Evangelho do Espírito Santo devido ao protagonismo dado à ação deste ao longo de todo o texto. A passagem descreve para nós exatamente o momento da efusão do Espírito Santo sobre a comunidade que estava reunida no dia de Pentecostes.

O relato é composto de detalhes específicos, apresentando imagens que fazem recordar momentos importantes no Antigo Testamento, como o vento impetuoso, as línguas de fogo como simbolismo da presença de Deus, a diversidade reunida entre tantos. O barulho, como o vento e o fogo (cf. At 2,2-3), evoca precisamente a manifestação de Deus no monte Sinai quando Ele, dando-lhes a lei, constituiu Israel como seu povo. Com as mesmas características, Ele se manifesta ao seu novo povo, a Igreja: o vento significa a novidade transcendente de sua ação na história dos homens, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo.

Esse último detalhe chama a atenção: o grande sinal da comunhão e da unidade manifesto no dia de Pentecostes. A diversidade de povos apresentada no relato que conseguia escutar o anúncio da Palavra de Deus em sua própria língua nos faz recordar o episódio da torre de Babel, mas no seu sentido inverso: se em Babel temos a desunião pela tentativa de ser como Deus, Pentecostes recupera o que foi feito lá e traz a unidade entre os homens. O Espírito Santo nos faz falar a língua que é acessível a todos, a linguagem do amor de Deus. Faz com que a universalidade da Igreja chegue a todos os cantos, aos confins do mundo. A linguagem do amor deve ser a linguagem com que o cristão se comunica em meio ao mundo.

O Espírito quer também hoje nos restaurar, capacitar e transformar: restaurar nossos ânimos, nossos cansaços, nossas fraquezas e nosso caminhar rotineiro. O Senhor que nos envia ao meio do mundo, para que ali sejamos sal da Terra e luz, não somente nos envia, mas nos sustenta na missão, dando-nos sabedoria, coragem e humildade para o serviço. Esse mesmo Espírito nos transforma em homens novos, traz a nós uma vida nova, conforme celebramos intensamente neste tempo da Páscoa.

Neste mês de maio, não deixemos de pedir a proteção de Maria, para que ela nos faça dóceis à ação do Espírito, para que Ele gere também Cristo em nós. Deus abençoe e guarde a todos.

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SÃO JOSÉ: A PATERNIDADE COM JESUS E COM OS NECESSITADOS https://revistaavemaria.com.br/sao-jose-a-paternidade-com-jesus-e-com-os-necessitados.html https://revistaavemaria.com.br/sao-jose-a-paternidade-com-jesus-e-com-os-necessitados.html#respond Tue, 01 Mar 2022 03:19:54 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=67588 No dia 19 de março comemoramos a solenidade do glorioso São José, padroeiro universal da Igreja Católica, presente no mundo inteiro.

Por que razão São José se tornou um santo querido e com muita veneração popular? Porque ele foi escolhido pelo Pai Eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria. O cuidado para com os maiores tesouros torna-se também modelo para o cuidado para com os necessitados, cuidado esse a que somos chamados a vivenciá-lo constantemente em nossa vida de fé.

São José é pai na ternura: o pai com coragem criativa, trabalhador incansável, que ensina o trabalho de carpinteiro a Jesus e com o que ele ganhava de sol a sol com o seu trabalho garantia o sustento para a família.

A majestade divina entra no mundo por meio da família de Nazaré, cujo guardião era José. Algumas lições podem ser extraídas da vida dele, a partir da contemplação do mistério de sua resposta ao chamado que o Pai lhe confiou. A primeira lição é a proximidade com o Menino Jesus. José carregou Jesus, Filho de Deus, nos braços! Essa proximidade e intimidade com Jesus, do qual é pai adotivo, transformaram-no num grande santo. Hoje, também, devemos carregar, não só nos braços, mas no coração, nos lábios e na cabeça a pessoa de Jesus.

A segunda lição é do silêncio. José é chamado o “santo do silêncio”. O Evangelho não registra nenhuma palavra dita por ele. Construiu sua santidade na simplicidade, na humildade e no silêncio de Nazaré. Precisamos, hoje, cultivar a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito. Somos atualmente assediados por muitos clamores, ruídos e gritos da vida moderna barulhenta e estressante.

A terceira lição é a do cuidar. Notamos em José uma presença atenta, carinhosa e permanente junto de Maria e do Menino Jesus. Foi admirável a coragem de José em deixar tudo e seguir para o Egito a fim de proteger o Menino Jesus. Uma viagem longa e desafiadora. Era, portanto, uma pessoa de muita fé e coragem! Em nossa tarefa de passar pelo mundo fazendo o bem, que possamos pedir a São José que também nos inspire coragem e fé, principalmente ante os desafios de olhar atentamente às necessidades do outro. Em meio a uma cultura de correria e indiferença, que aprendamos de José a estar atentos ao que o outro necessita.

Que São José seja um exemplo para todas as famílias cristãs e, em especial, a todos os pais para que, a exemplo desse santo, possam ser fiéis às suas famílias e cumprir com fidelidade e amor tudo aquilo que a religião cristã nos prescreve.

Que todos os pais sejam exemplos para os seus filhos, agora e no futuro de suas vidas.

Peçamos que São José continue intercedendo pela Igreja e por sua missão de levar adiante a Palavra de Deus. Que São José abençoe todas as famílias, todos os agricultores que de sol a sol plantam a semente na terra para que eles possam colher bons frutos e que seja um ano farto. Que por intercessão de São José possam ser amenizados os sofrimentos de todos os que padecem alguma necessidade por causa da pandemia do novo coronavírus.

Como nos diz o Papa Francisco em sua Carta Apostólica Patris Corde para o ano dedicado a São José, que ele seja um exemplo para todos os homens. Exemplo de fé, de acolhida e proteção à família e de trabalhador. Que todos os homens não se desesperem diante dos problemas da vida, mas confiem na providência divina. Deus abençoe e guarde a todos.

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NOVENTA ANOS DO CRISTO REDENTOR https://revistaavemaria.com.br/noventa-anos-do-cristo-redentor.html https://revistaavemaria.com.br/noventa-anos-do-cristo-redentor.html#respond Fri, 01 Oct 2021 03:19:46 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=64289 O mês de outubro é um mês de grande intensidade na vivência de nossa fé católica, pela celebração da Padroeira do Brasil. Neste ano de 2021, temos também a alegria de celebrar os noventa anos da inauguração do Cristo Redentor, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), grande símbolo da nossa fé católica e de toda a nossa nação.

A construção foi sugerida pela primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss à princesa Isabel, mas a ideia só tomou corpo em 1921, quando se reuniu, no Círculo Católico, a primeira assembleia destinada a discutir o projeto local para a edificação do Cristo.

Optou-se pelo Corcovado pelo seu grande pedestal e pela ótima localização, sendo possível a sua visualização de várias zonas da cidade. O projeto escolhido foi o do engenheiro Heitor da Silva Costa. A pedido do cardeal Dom Sebastião Leme é organizada, em setembro de 1923, a “Semana do Monumento”, uma campanha nacional para arrecadação de fundos para as obras. A sociedade em geral se mobiliza. Vendem-se rifas, fazem-se festas, escoteiros pedem dinheiro nas portas das casas e até as tribos dos bororós, do Estado do Mato Grosso, contribuem para tornar esse sonho uma realidade.

Entre os anos de 1921 e 1923, Heitor da Silva Costa trabalhou em seu projeto ao fazer os desenhos em parceria com o pintor e gravurista Carlos Oswald, além de fazer também os estudos relativos ao material a ser utilizado e ao tamanho final do monumento. Dentre diversos escultores, sua escolha recaiu sobre o francês Paul Landowski. Silva Costa escolheu também o engenheiro francês Albert Caquot. As obras de edificação do Cristo Redentor foram iniciadas em 1926. Heitor Levy foi o engenheiro mestre de obras e Pedro Fernandes Vianna da Silva, o engenheiro fiscal.

De altura, o Cristo possui trinta metros e três centímetros. Com a base, que mede oito metros e abriga o Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, fica a imagem com 38 metros.

No dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, tivemos a solene inauguração com uma Missa celebrada no campo das Laranjeiras, mas o grande evento foi mesmo no Corcovado, contando com autoridades civis, religiosas e militares, quando Dom Leme consagrou o Brasil ao coração de Jesus. Um grande dia que ficou na memória de todos os brasileiros.

Esse monumento foi totalmente financiado pelo povo e construído pela Igreja Católica. Não foram tão fáceis os caminhos para isso, como ainda hoje temos muitas dificuldades. Até hoje é a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro que tem cuidado, restaurando e conservando o monumento com a ajuda de patrocinadores e amigos.

Por sua imponência e grande reconhecimento internacional foi eleito e apresentado publicamente no estádio da Luz, na cidade de Lisboa, no dia 7 de julho de 2007, como uma das sete maravilhas do mundo moderno, ao lado da muralha da China, do Coliseu, na Itália, de Machu Picchu, no Peru, Petra, na Jordânia, Taj Mahal, na Índia, e Chichén Itzá, no México. Deve ser motivo de grande alegria saber que o grande símbolo do Brasil ante os outros povos é a imagem do Cristo que abençoa, acolhe e abraça a todos os homens, sem fazer distinção de pessoas.

Estamos tendo muitas atividades para celebrar este momento que antecede por dez anos o centenário do Cristo Redentor. Neste ano, ao celebramos os noventa anos do monumento, que é um belo símbolo de fé que marca a nossa cidade do Rio de Janeiro, mas também todo o nosso Brasil, peçamos ao Cristo que inspire a todos que o acessam, visitam ou veem a terem sempre a certeza de que seus braços abertos em sinal de acolhida e de paz sejam uma realidade entre os povos. Que o Senhor nos abençoe, dando a cada um de nós o dom do amor, da paz, da fé e da fraternidade. Cristo sempre está de braços abertos a todos e, assim, acolhe a todos sem distinção. Sintamo-nos acolhidos e abraçados por Ele.

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NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA https://revistaavemaria.com.br/natividade-de-nossa-senhora-2.html https://revistaavemaria.com.br/natividade-de-nossa-senhora-2.html#respond Wed, 01 Sep 2021 03:19:00 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=63960 Caríssimos amigos e irmãos, que a paz do Senhor esteja com todos vocês! Temos a graça de celebrarmos no dia 8 de setembro a festa da Natividade de Nossa Senhora. A Igreja celebra com júbilo a festa de Nossa Senhora por ser a Mãe de Deus que se faz homem, por ter dado corpo ao Verbo Divino para que acontecesse a salvação da humanidade.

Como quase todas as principais solenidades de Maria, a natividade também é de origem oriental. Na Igreja latina, iniciou-se com o Papa Sérgio I no fim do século VII. Originalmente era para ser a festa da dedicação da atual basílica de Sant’Ana em Jerusalém. A tradição oral indicava esse lugar como a sede da humilde moradia de São Joaquim e Santa Ana da descendência de Davi.

Os dados sobre a natividade de Maria são escassos. Os que temos nos vêm pela tradição oral ou pelos evangelhos apócrifos, especialmente pelo protoevangelho de Tiago. A celebração do nascimento da Virgem Maria, como disse Santo André de Creta, honra a natividade da Mãe de Deus: “A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas”, afirma o calendário litúrgico bizantino.

O nascimento de Maria Santíssima traz ao mundo o anúncio jubiloso de uma boa-nova: a mãe do Salvador já está entre nós. Ele é o alvorecer de nossa salvação, o início histórico da obra da redenção.

O Evangelho da Missa da Natividade (cf. Mt 1,1-16.18-23) é o Evangelho da genealogia de Jesus. A genealogia de uma pessoa ou família no contexto cultural de Jesus tinha grande importância jurídica e trazia consequências para a vida social e religiosa: a posição social, a origem racial e a origem religiosa. Mateus sinaliza que Jesus carrega dentro de si a história do povo de Deus da antiga aliança nos grandes momentos: patriarcal, real e pós-exílico do Messias. Contudo, vai além da mentalidade judaica e remonta a origem a Abraão, por isso, a genealogia tem mais função simbólica: como descendente de Davi, Jesus é o portador do reino messiânico e como descendente de Abraão realiza a esperança da promessa para todos os povos (cf. Gn 12,3; 18,18 – lidos em ótica cristã em Gn 3,8).

Nas sociedades patriarcais somente o nome do pai consta na descendência da família. As genealogias da Bíblia, com algumas exceções (cf. 1Cr 2,4; 3,5) não incluem o nome das mães. Mateus cita quatro mulheres, além de Maria, e as citadas não seriam exemplos aos olhos de um moralista: Tamar comete incesto com o sogro (cf. Gn 38,14-18); Raab é a prostituta (Js 2,1); a mulher de Urias foi tomada criminosamente por Davi (2Sm 11,1-5); Rute usou a esperteza para garantir o casamento com Booz (cf. Rt 3,7-15). Contudo, o judaísmo celebrava a justiça e o mérito dessas mulheres (cf. Gn 38,26 = Tamar; Rt 3,10 = Rute; Hb 11,31 e Tg 2,25 = Raab).

São Mateus introduz essas mulheres na corrente originante do  Messias, sublinhando a gratuidade de Deus na sua ação salvadora. Assim como em Maria, em cada caso há uma providência exercida por Deus na escolha de pessoas que vão dar continuidade à linhagem messiânica – o Messias – que vem na contramão de quem quer subjugar o processo histórico, os caminhos de Deus. Nesse sentido, por meio de Tamar Judá propagou a linhagem messiânica; por meio de coragem de Raab, Israel entrou na terra prometida; por Rute (a bisavó) foi gerado Davi; e pela mulher de Urias o trono de Davi passou para Salomão.

Mateus quer realçar a figura de Maria como instrumento divino no plano messiânico. Em Mateus 1,16 aparece uma ruptura na genealogia – “Jacó gerou José, o esposo de Maria da qual nasceu Jesus chamado Cristo” – que revela a fé da comunidade que acredita na concepção virginal de Deus.

Assim se exprimiu o Padre Antônio Vieira sobre essa celebração: “Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que dela nascesse Deus. (…) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus” (Sermão do Nascimento da Mãe de Deus).

Ao celebrar a festa do nascimento da Virgem Maria, confiemos a ela nossas famílias, nossas casas e todas as nossas necessidades. Deus abençoe e guarde a todos.

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