Pe. Maurício Alves de Lucena Júnior – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br A Revista Mariana do Brasil - fundada em 28 de maio de 1898 pelos Claretianos em São Paulo Wed, 31 Jul 2024 19:37:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2021/08/cropped-ico-revista-avemaria-60x60.png Pe. Maurício Alves de Lucena Júnior – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br 32 32 SANTA MARIA MAIOR: A ONIPOTÊNCIA SUPLICANTE DE NOSSA SENHORA https://revistaavemaria.com.br/santa-maria-maior-a-onipotencia-suplicante-de-nossa-senhora.html https://revistaavemaria.com.br/santa-maria-maior-a-onipotencia-suplicante-de-nossa-senhora.html#respond Wed, 31 Jul 2024 19:37:26 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=74622 Concluída pelo Papa Sisto III, um ano depois que o Concílio de Éfeso (431) proclamou o dogma da Maternidade Divina de Maria, a Basílica de Santa Maria Maior é a maior igreja de Roma e a primeira do ocidente dedicada a Nossa Senhora. O templo foi construído sobre o monte Esquilino, uma das sete colinas sobre as quais Roma foi fundada.

Uma versão do frade Bartolomeu de Trento, que viveu em meados do século XIII, conta que a origem da Basílica se deu pelo fato de um rico casal ter pedido discernimento a Nossa Senhora para saber como empregar sua riqueza. Por meio de sonhos, o casal recebeu uma mensagem da Virgem Maria pedindo que fosse construída uma igreja exatamente sobre o monte Esquilino, que, no dia 5 de agosto, no período do verão europeu, estaria coberto de neve. E assim aconteceu o milagre, o que levou a igreja a ser chamada também de Basílica de Nossa Senhora das Neves.

Esta história nos aponta importantes lições sobre a presença da Virgem Maria na caminhada do Povo de Deus. A primeira delas: Nossa Senhora está sempre atenta às necessidades de seus filhos. Como nas Bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11), ela permanece observando onde falta o vinho; permanece apontando que Jesus tem sempre a resposta para qualquer situação. Por ter uma sintonia perfeita com seu Filho, Maria jamais se abstém de solicitar a Cristo um auxílio para os que necessitam.

São João Paulo II diz que “Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas indigências, dos seus sofrimentos. Põe-se de permeio, isto é, faz de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, ‘tem o direito de’ – fazer presentes ao seu Filho as necessidades dos homens”.

Depois, como nos conta a história do frade Bartolomeu, a terra quente e seca sente o refrigério da neve, por intercessão de Maria. Inúmeras vezes, o coração humano é visitado por este acalento materno de Nossa Senhora. Em seu Magnificat (cf. Lc 1, 46-55), Maria relata a forma como Deus a visitou, fazendo nela maravilhas. Esta mesma visita ela estende aos homens e mulheres de todos os tempos, que recorrem à sua intercessão materna, confiantes de que o Poderoso também fará grandes coisas em favor dos seus.

A festa da Basílica de Santa Maria Maior recorda aos fiéis a necessidade de confiar na mediação de Nossa Senhora, entre Cristo e os homens. A Protetora do povo romano e cristão (Salus Populi Romani et Christiani) conhece as necessidades da humanidade; por isso, roga por cada pessoa com uma onipotência suplicante e sempre aponta Cristo como a solução para as intempéries e angústias desta vida.

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O DOM DE ESCUTAR NO SERVIÇO DO REINO DE DEUS https://revistaavemaria.com.br/o-dom-de-escutar-no-servico-do-reino-de-deus.html https://revistaavemaria.com.br/o-dom-de-escutar-no-servico-do-reino-de-deus.html#respond Mon, 01 Jul 2024 18:06:16 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=74372 A partir da fala do Papa Francisco, onde ele diz que “a escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, vamos refletir sobre como os católicos leigos podem exercer a escuta, deixando de apenas ouvir para, de fato, escutar e se compadecer com a dor do outro. Seria interessante destacar momentos na vida de Jesus em que Ele escutou o interior das pessoas, mesmo sem que elas tivessem dito algo.

Como nos fala o Salmo 40, o Senhor “se inclina e escuta” o clamor de quem Nele espera. Este é um ato de humildade, que mostra ser necessária uma disposição interior para escutar com atenção e com o coração.

Em sua missão, ao anunciar a proximidade do Reino de Deus e a necessidade da verdadeira conversão, Jesus mostrou que a escuta é o primeiro passo para que grandes milagres aconteçam. Mesmo em situações em que a cura necessária poderia ser previsível, como diante do cego sentado à beira do caminho, Jesus faz questão de perguntar: “O que queres que eu te faça?” (Lc 18, 41), como quem diz: “Fala-me o que há em teu coração, desejo escutar tuas necessidades mais urgentes!”

Mesmo quando nada lhe falavam, Jesus escutava além, pois aquele ou aquela que estava diante Dele tornava-se o alvo central de sua atenção. Ele observava tudo: o olhar, os gestos, o silêncio… Tinha por certo que nada era mais importante do que entrar na vida daquela pessoa. A pecadora caída, apresentada no Evangelho de Lucas, não diz uma palavra sequer, mas, ao banhar os pés de Jesus com suas lágrimas e secá-los com seus cabelos, é por Ele escutada e recebe o perdão, diante de tanto amor expresso, para assim recomeçar a sua vida.

Em algumas ocasiões, como no encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-29), Ele mesmo criava o momento de escuta, seguindo até o “poço da vida” de cada um para revelar sua verdade, escutando a vida escondida nas marcas, nas dores e nas lutas. O diálogo que Jesus inicia com esta mulher parece desinteressado quando lhe pede um pouco de água. Mas é justamente com essas interlocuções simples – e até banais – que Ele nos ensina algo fundamental sobre escutar com o coração: que todos têm algo a oferecer, ainda que seja um pouco de água, e que a boa escuta começa com a compreensão de quão importante é aquela pessoa que irá falar.

Santa Teresa de Calcutá nos ensina que “não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”. Este júbilo interior começa, certamente, com a escuta; quando, olhado nos olhos, alguém é interpelado: “Mas você está bem mesmo? Pode falar!” e, na confiança fraterna, pode dizer o que se passou e o que sente diante disso.

Se olharmos nossas vivências cotidianas, perceberemos que ainda nos falta algo para este “escutar com o coração”. E não podemos nos prender à justificativa mais corriqueira de nossos dias: “Não tive tempo para escutar…” A experiência com Cristo deve sempre nos motivar a imitar os seus gestos e seguir aquele “aprendei de mim” (Mt 11, 29) que Ele nos propõe.

Como na Última Ceia, no Lava-pés (Jo 13, 1-17), Jesus nos diz hoje que é preciso fazer com os outros aquilo que Ele faz conosco. Seja no silêncio do Sacrário ou na oração pessoal no quarto, o Senhor sempre se dispõe a nos escutar. Isso para que saibamos que Ele não nos abandona, mas também para que compreendamos que, ao escutar com o coração aqueles que chegam até nós, estamos cooperando com a manifestação de seu amor que abraça toda criatura.

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