Outubro 2022 – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br A Revista Mariana do Brasil - fundada em 28 de maio de 1898 pelos Claretianos em São Paulo Tue, 04 Oct 2022 09:01:03 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2021/08/cropped-ico-revista-avemaria-60x60.png Outubro 2022 – Revista Ave Maria https://revistaavemaria.com.br 32 32 A ARTE DE ENSINAR https://revistaavemaria.com.br/a-arte-de-ensinar.html https://revistaavemaria.com.br/a-arte-de-ensinar.html#respond Fri, 30 Sep 2022 21:29:22 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69644 Chega outubro e nesse contexto a nova edição da Revista Ave Maria. Nela trazemos para você inúmeros assuntos de grande importância para os dias atuais e destacamos dois – por meio de nossas reportagens – em especial: o grande lançamento do filme O santo de todos: a vida e missão de Santo Antônio Maria Claret e a comemoração especial pelo Dia do Professor. Sobre esse profissional, além da reportagem especial, rendemos nossa homenagem.

Aos poucos vamos deixando para trás todas as dificuldades dos últimos dois anos e a cada dia temos mais certeza de que a vida vai voltando ao normal. Porém, antes que tudo fique esquecido, pois temos esse péssimo hábito de esquecer, vamos aproveitar este mês em que se comemora o Dia do Professor para agradecer aos mestres, além de torcer para que nada seja esquecido nos anos seguintes. 

Possivelmente, cada leitor, cada leitora aqui tem em seu círculo – familiar ou social – uma criança que vivenciou a pandemia e seus percalços do dia a dia da educação: o fechamento das escolas e as aulas on-line. Ou, talvez, um adolescente, um adulto cursando algo que foi impossibilitado de aproveitar presencialmente. Nesse cenário, tivemos pessoas ainda empenhadas e dedicadas a impedir que todos os que buscavam o aprendizado, da criança ao adulto, não ficassem sem adquirir o conhecimento que se ansiava, por mínimo que fosse, dadas as circunstâncias. 

Aquele jargão “não deixar a peteca cair” pode ser usado com precisão, pois foi isso o que aconteceu. “A bola não deixou de rolar” e ainda há inúmeros outros jargões que podemos utilizar para expressar a garra e a persistência em situações completamente adversas desses bravos profissionais. Sendo assim, cabe aqui não só o registro desse fato inquestionável como também o agradecimento pelo amor à profissão e a todos aqueles que também admiram esses profissionais.

Um pedido: lembre-se de incluí-los em suas orações e sempre que houver oportunidade, agradeça, pois todos merecem ouvir quanto foram significativos de forma positiva na vida de outras pessoas. 

Caso não tenha ficado claro, finalizamos de forma bem direta dizendo especificamente que todos da Revista Ave Maria agradecem imensamente a esses profissionais e lhes desejamos vidas repletas de paz e do amor de Deus.

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MARIA, A MAIOR MISSIONÁRIA https://revistaavemaria.com.br/maria-a-maior-missionaria.html https://revistaavemaria.com.br/maria-a-maior-missionaria.html#respond Fri, 30 Sep 2022 21:21:29 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69640 Nossa Senhora é, por excelência, a maior missionária. Foi ela quem continuou a missão de Jesus e segue formando missionários até hoje! Ela que, dando à luz o Salvador, segue trazendo à América o Evangelho de seu Filho. Podemos citar inúmeros acontecimentos: Guadalupe, onde anuncia ao pobre e simples Juan Diego; em Pentecostes, quando o Espírito Santo vem e presenteia a Igreja com seus dons na pessoa dos apóstolos reunidos no Cenáculo. Muitas são as pessoas espalhadas pelo mundo, de diversas comunidades, que se inspiram nela em seu caráter missionário, abrem-se para aprender a ser discípulas de missionários de Jesus. 

Muitos são os títulos e santuários espalhados pelo mundo que veem em Nossa Senhora sinal de presença, depositando nela um sinal de fé e confiança. Maria lhes pertence e eles, a ela, como mãe e irmã (cf. Documento de Aparecida, 2007).

O SER MISSIONÁRIO

A missão está relacionada à docilidade em se abrir para algo maior. Assim, para a Igreja, a missão é a pregação da fé, seja com palavras ou com atos, testemunhando a quem servimos com seu Evangelho, no qual nos ensina a ser seus discípulos. O missionário católico deve levar o amor de Deus aos outros, anunciando o querigma: Deus nos ama, veio para nos salvar, morreu e ressuscitou por nós, tudo por amor, como afirma o Evangelho de São Mateus, quando Jesus os envia, enviando-nos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19).

MISSÃO DE NOSSA SENHORA NAS ESCRITURAS SAGRADAS

Na história da salvação, após o pecado ter entrado no mundo por meio da desobediência de nossos primeiros pais, Deus, nosso Pai, promete a nós que uma mulher iria pisar e esmagar a cabeça da serpente (cf. Gn 3,15). Mais à frente, o profeta Isaías profetiza que uma mulher virgem daria à luz um filho que seria chamado Emanuel, que significa “Deus conosco” (Is 7,14). 

No plano da salvação, Nossa Senhora tem uma vocação incrível e com ela já podemos aprender a ser dóceis ao chamado que Deus nos faz. A Virgem, desde quando aceita ser a mãe do Filho de Deus, entende seu chamado à missão e o faz com amor e zelo ao Senhor. Pensemos que ela não imaginou até onde as coisas chegariam, mas, mesmo assim, confiou no chamado do Pai anunciado pelo anjo.

No Calvário, Nossa Senhora recebe outra missão: ser a mãe de João, mas nesse momento, não seria só de João, mas de toda a humanidade. Isso nos mostra que Maria é nossa escada até Jesus, seu filho.

NOSSA SENHORA, RAINHA E PADROEIRA DAS MISSÕES

Ao longo dos séculos, vemos que Nossa Senhora recebe diversos títulos dos fiéis em que é reconhecida como mãe: Aparecida, Fátima, Lourdes, Guadalupe etc. Os títulos são muitos, porém, a missão é somente uma: levar seus filhos até Jesus, aquele que recebeu sua educação. Daí vem o título de Medianeira de todas as Graças, ou seja, aquela que intercede diante de Deus, o Pai, e de seu Filho, Jesus, em comunhão com o Santo Espírito.

A Igreja hoje, com muito carinho, tem a liberdade de afirmar aquilo que disse São João: Que Nossa Senhora “reúne os filhos dispersos” (Jo 11,52).

NOSSA SENHORA CONTINUA EM MISSÃO

Até hoje, Nossa Senhora continua sendo a missionária por excelência, chamando e tocando seus filhos a se tornarem dóceis como ela a atender com amor e fé o chamado que Jesus faz a todo homem e mulher sem distinção, assim, ela é nosso modelo de quem bem sabe ouvir e viver os ensinamentos de Jesus.

Que Nossa Senhora, Rainha das Missões, ensine a nós como estarmos cada vez mais abertos aos desígnios de Deus e nos abençoe para bem realizarmos nossa vocação a missão em nome de seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

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SALOMÃO, O REI SÁBIO https://revistaavemaria.com.br/salomao-o-rei-sabio.html https://revistaavemaria.com.br/salomao-o-rei-sabio.html#respond Fri, 30 Sep 2022 21:17:48 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69636 Salomão (seu nome era Jedidia, antes de ser rei), cujo significado é “o pacífico”, nasceu em Betsabeia (Jerusalém). Era mais novo que seus irmãos, filho da última mulher de Davi, e por esse fato não teria direito ao trono; sua ereção como rei se deu aos 15 anos de idade, antes de seu pai morrer influenciado por Natã, por sua mãe e com o apoio de Banaías, o comandante militar que era mais forte do que Joab. Antes havia sido um homem inativo na corte, mas, tornou-se um grande soberano, herdando do pai um vasto império. Seu longo reinado foi de paz e prosperidade em alguns aspectos, promovendo um fecundo comércio exterior. Fez grandes construções, sendo as mais imponentes seu palácio, mansões e o primeiro templo de Jerusalém. Mostrou-se um excelente diplomata e administrador com visão de futuro. Governou com mãos de ferro, mas, diante de tanto poder, o povo também foi oprimido pelos pesados impostos e pela situação de pobreza.

Na tradição judaica, Salomão é considerado o pai da sabedoria e da literatura sapiencial. Nessa ótica, o rei deveria ser o primeiro dentre os sábios exercendo sua sabedoria aperto da dos deuses, com o objetivo de manter o equilíbrio de seu reino. Sua inteligência superava os povos do Oriente e do Egito (cf. 1Rs 5,10). Sobressaiu-se em seus textos (provérbios, cantos, salmos) e em suas palavras de retidão e de justiça divina e também foi um homem marcado pela vaidade e pela soberba, pelo materialismo, ganância e vida luxuosa. Foi amante de muitas mulheres, o que o arruinou, pois as via como deusas.

O ser humano é cheio de contradições e facilmente pode se perder diante de seus devaneios. A sabedoria desse personagem é ímpar, uma dádiva de Deus, mas seu coração não pertencia inteiramente ao Senhor, como o de seu pai Davi.

A vocação de Salomão é observada em seus grandes feitos, visto que Deus trabalhou em sua inteligência para que seu povo prosperasse. Sua escolha é saudável para estruturar o reino e revelar a beleza do Criador por meio de suas palavras que atraem e cativam, levando as pessoas à busca pela própria felicidade. Sendo ele o homem mais rico por seus bens, também nos ensina que a confiança em Deus é a riqueza que não se esgota. O homem sábio reconhece que tudo vem de Deus e se não tiver estrutura para lidar com as coisas temporais pode facilmente condenar-se e apartar-se da seiva da vida.

A sabedoria é um dom em permanente estado de acolhimento. Quando bem usada, servirá para libertar o ser humano de suas idolatrias e o conduzirá à felicidade infinita. Esse chamado divino é o que nos torna ricos diante de Deus e colaboradores na fraternidade e unidade entre os povos.

“Que o sábio escute, e aumentará seu saber, e o homem inteligente adquirirá prudência para compreender os provérbios, as alegorias, as máximas dos sábios e seus enigmas. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.” (Pr 1,5-7)

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ACONTECE NA IGREJA https://revistaavemaria.com.br/acontece-na-igreja.html https://revistaavemaria.com.br/acontece-na-igreja.html#respond Fri, 30 Sep 2022 21:15:51 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69632 IGREJA NO BRASIL REALIZA NESTE MÊS DE OUTUBRO A CAMPANHA MISSIONÁRIA

“A Igreja é missão” será o tema que vai animar a Campanha Missionária de 2022, durante o mês de outubro, nas dioceses de todo o Brasil. O tema está acompanhado da inspiração bíblica escolhida pelo Papa Francisco para o Mês Missionário, “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Em 2022, a Campanha Missionária completa seus cinquenta anos de história, celebrados em todo o Brasil com a vivência do Ano Jubilar Missionário.

Durante o Mês Missionário, as arquidioceses, dioceses e prelazias são convidadas a motivar todo o povo de Deus na organização da Campanha Missionária. Para isso são disponibilizados materiais de animação (novena missionária, vídeos com testemunhos, cartazes, santinhos, mensagem do Papa, envelopes de coleta) que colaboram com a reflexão da mensagem, em unidade com toda a Igreja. O tema e o lema apresentados concluem o caminho de três anos em que se destacou a natureza missionária da Igreja, que não se reduz a uma dimensão ou a atividades: “A vida é missão”, em 2020; “Jesus Cristo é missão”, em 2021; e “A Igreja é missão”, em 2022.

SOBRE O CARTAZ

A construção da arte da Campanha Missionária 2022 seguiu a intuição da janela que se abre para o mundo. Na janela e dentro do mapa do Brasil, aparecem rostos de missionários e missionárias ad gentes. As cores da arte seguem a identidade visual do Ano Jubilar Missionário, que nos convida a uma grande explosão missionária aberta à universalidade, como propõe o Programa Missionário Nacional: para cada regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um projeto ad gentes; e cada Igreja particular deve assumir um projeto de igrejas irmãs.

A Beata Pauline Marie Jaricot está no centro do cartaz, a grande motivadora do surgimento das Pontifícias Obras Missionárias (POM) como rede mundial de oração e solidariedade a serviço do Papa e das Igrejas locais. Nascida em Lyon, em 22 de julho de 1799, ela fundou a obra da Propagação da Fé em 3 de maio de 1822. Pauline e algumas pessoas de Lyon viram a importância da universalidade da missão e se organizaram para apoiar diversos missionários e missionárias. Desde os primeiros anos da obra, o desejo era claro: apoiar todos os missionários necessitados de ajuda espiritual e material.

Além do testemunho de Pauline são apresentados na novena missionária testemunhos de cristãos leigos e leigas, da vida consagrada, de ministros ordenados, de povos originários, do povo de Deus das igrejas locais e dos invisibilizados que nos confins do mundo testemunham o Evangelho de Jesus Cristo, tendo o Espírito Santo como protagonista da missão.

QUEM ORGANIZA A CAMPANHA MISSIONÁRIA?

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro, na Igreja de todo o Brasil. Colaboram nesta ação a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Porém, para a real efetivação do Mês Missionário nas comunidades é indispensável que cada Conselho Missionário Diocesano (Comidi) e Conselho Missionário Paroquial (Comipa) articule a distribuição do material nas paróquias e comunidades, bem como a organização de um calendário de atividades que animem a missão durante o mês.

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

Nos dias 22 e 23 de outubro, as arquidioceses, dioceses e prelazias animam a Coleta Missionária em todo o Brasil. Nesses dias, as ofertas são integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias, que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo.

Em 2021, esse fundo colaborou com 1.050 dioceses pobres, nos territórios de missão nos cinco continentes, distribuindo mais de R$ 418 milhões, fruto das doações da coleta missionária. O Brasil contribuiu com a doação de mais de R$ 6 milhões. Foram ajudados projetos nas áreas de catequese, obras sociais, comunicação, cuidado pastoral para crianças, animação e formação missionária, educação escolar, proteção à vida e formação de seminaristas.

ANO JUBILAR MISSIONÁRIO

De maneira especial, neste ano, no âmbito internacional, celebramos quatrocentos anos de criação da Congregação para Evangelização dos Povos, cem anos que o Papa Pio XI concedeu às Obras Missionárias um caráter pontifício e a beatificação de Paulina Jaricot, que há duzentos anos fundou a Pontifícia Obra da Propagação da Fé. No âmbito nacional, celebramos cinquenta anos de criação do Conselho Missionário Nacional; cinquenta anos das Campanhas Missionárias; cinquenta anos dos Projetos Igrejas Irmãs; cinquenta anos do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), cinquenta anos do Documento de Santarém; sessenta anos do Centro Cultural Missionário (CCM) e setenta anos da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Fonte: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

 

CANONIZAÇÕES DE SCALABRINI E ZATTI SERÃO EM OUTUBRO

Em 9 de outubro, ocorrerão as canonizações de João Batista Scalabrini e de Artêmides Zatti. A data foi anunciada pelo Papa, na Basílica de São Pedro, durante o consistório para a votação de algumas causas de beatificação.

GAUDEMUS ET LAETEMUR

“Alegremo-nos e exultemos”, pronuncia o Papa Francisco antes de indicar o dia em que a Igreja canonizará os dois novos santos: João Batista Scalabrini e Artêmides Zatti, em 9 de outubro.

Pouco antes, na Basílica de São Pedro, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, havia apresentado os perfis dos dois apóstolos da caridade, pois eram profundamente dedicados aos doentes, aos últimos, aos migrantes, às muitas faces do Cristo sofredor na Terra.

“Exemplos de vida cristã e de santidade”, definiu-os o Papa, “a serem propostos a toda a Igreja, especialmente tendo em conta a situação do nosso tempo”. Duas figuras sobre as quais os cardeais, relata Francisco, expressaram-se “por escrito”, expressando seus pensamentos “individualmente”.

A LIGAÇÃO COM OS MIGRANTES

“O testemunho desses dois Beatos”, explica o Cardeal Semeraro, apresentando-os a Francisco, “chama a atenção dos crentes em Cristo para o tema dos migrantes” que, como disse várias vezes o Papa, “Se integrados, podem ajudar a respirar o ar de uma diversidade que regenera a unidade; podem nutrir o rosto da catolicidade; podem testemunhar a apostolicidade da Igreja; podem gerar histórias de santidade”.

O prefeito, em seguida, descreve a vida de João Batista Scalabrini e Artêmides Zatti, destacando no primeiro a pastoral em relação aos migrantes, “considerada por muitos como uma profecia de uma Igreja próxima ao povo e seus problemas concretos”. No segundo, ser “um autêntico intérprete do espírito salesiano, com um temperamento afável e a alegria que sempre o acompanhava, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”.

 O APÓSTOLO DOS MIGRANTES

Os dois novos santos viveram na virada do século XIX para o XX. João Batista Scalabrini foi bispo de Piacenza e fundou as congregações dos Missionários e Missionárias de São Carlos com a missão específica de servir os migrantes.

Em 21 de maio, o Papa autorizou a dispensa do segundo milagre para sua canonização. O postulador de sua causa, Padre Graziano Battistella, lembra a dedicação que Scalabrini teve para com os migrantes, que se transformou em ações concretas, mas também em amor pelas crianças, tanto que foi chamado de “Apóstolo do Catecismo”. “Sua relevância”, recorda Padre Battistella, “está em lembrar que todos estamos envolvidos na missão, porque é parte inerente de nossa crença”.

UM SANTO SALESIANO

Artêmides Zatti, salesiano coadjutor que trabalhou pelos doentes em Viedma, Argentina, ainda diz muito ao homem de hoje. Ele era um emiliano que se mudou com sua família para o país latino-americano, tendo em seu coração o desejo de ser padre, mas, na realidade ele se tornou um enfermeiro que experimentou a ferocidade da doença na própria pele, contraindo tuberculose.

“Acreditei, prometi e curei” foi o seu lema quando contou o caminho percorrido e a cura graças a Maria Auxiliadora. O postulador-geral dos salesianos, Padre Pierluigi Cameroni, esboça alguns elementos de atualidade, falando da maneira como enfrentou a doença em um momento de pandemia, semelhante ao que vivemos. Era também um migrante, realidade ainda hoje vivida, capaz de repropor a radicalidade do Evangelho no seguimento de Cristo e nas pegadas de Dom Bosco, um homem capaz de viver a alegria do Evangelho sempre nascido do encontro com o Senhor.

Fonte: Vatican News

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SÃO BRUNO, SACERDOTE, FUNDADOR DOS CARTUXOS https://revistaavemaria.com.br/sao-bruno-sacerdote-fundador-dos-cartuxos.html https://revistaavemaria.com.br/sao-bruno-sacerdote-fundador-dos-cartuxos.html#respond Fri, 30 Sep 2022 21:06:01 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69628 No período obscuro que foi o século X, a Igreja parecia afastar-se sempre mais do Evangelho: o papado estava nas mãos da nobreza local ou do imperador; a eleição dos bispos, transformados já em príncipes temporais, não fugia da mesma práxis e não raramente era contaminada por simonia; o restante do clero era quase sempre ignorante e muitas vezes também moralmente corrupto; e pode-se muito bem imaginar o estado de abandono de um povo que se chamava cristão apenas porque fora batizado.

Não obstante, do seio dessa Igreja tão arruinada germinaram movimentos de reforma de uma vitalidade evangélica surpreendente: o movimento monástico de Cluny, na França, que influiu sobre toda a Europa; o eremítico toscano, na Itália, com São Romualdo, São Pedro Damião e São João Gualberto; o movimento cisterciense, que atingiu o esplendor máximo com São Bernardo de Claraval, também na França; o premonstratense, com São Norberto de Xanten, na Alemanha, e, por fim, o dos cônegos agostinianos; antes ainda, o dos cartuxos de São Bruno.

Uma característica desses movimentos espirituais é a influência que eles exerceram bem além dos confins de seus berços de nascimento, também porque a Europa era então um corpo unitário.

Bruno nasceu em Colônia, atual Alemanha, por volta do ano 1035, da nobre família dos Hartenfaust e, após os primeiros estudos em sua cidade, foi enviado para aquela que era a melhor universidade da região, a escola episcopal de Reims, na França, para depois transferir-se para a de Tours, muitíssimo respeitada, onde se torna mestre de Filosofia. De volta à pátria, estudou Teologia e foi ordenado sacerdote. Não permaneceu aí por muito tempo, porque o bispo de Reims, em 1056, o quis primeiro como professor em sua escola, depois reitor, quando o mestre que igualmente se chamava Bruno, que ocupava aquele posto, retirou-se para a vida monástica.

MESTRE ADMIRADO E SEGUIDO

Durante vinte anos, Bruno manteve alta a fama desse centro acadêmico e nele formou discípulos famosos como Otton de Châtillon, que se tornou o Papa Urbano II; Santo Hugo, bispo de Grenoble; Ruggero, cardeal e bispo de Reggio Calabria; Roberto, bispo em Langres; e outros.

O ensino era-lhe congênito. Sentia-se bem em seu exercício por dois motivos: o estudo não o distraía da união com Deus, ao contrário, fazia-o penetrar a sabedoria e muitas vezes a contemplação; além disso, dava-lhe a oportunidade de formar homens capazes de operar uma verdadeira reforma no mundo eclesiástico e civil. “Reformar”: era essa a palavra de ordem que animava todos aqueles que, como Bruno, aderiram com toda a alma à orientação dada à cristandade ocidental por Gregório VII.

Reims havia tido até aquele momento bispos dignos sob todos os aspectos e quando o piedoso Gervásio morreu todos pensavam que seu sucessor teria sido Bruno. Em vez disso, aconteceu o imprevisto. Devido a um pacto simoníaco estipulado entre o rei da França, Filipe, e um pupilo seu, foi eleito arcebispo certo Manassés.

O recém-chegado, conhecendo a popularidade e a influência de Bruno, num primeiro momento procurou conquistá-lo para sua causa e nomeou-o chanceler. Quando, porém, deu-se conta de que ele se opunha às suas intrigas, exonerou-o de todos os encargos e expulsou-o da diocese. O clero rebelou-se e acusou o bispo no Concílio de Autun, que o destituiu. O bispo não aceitou a condenação e apresentou recurso a Roma. À espera do pronunciamento papal, vingou-se cruelmente dos seus adversários, destruindo até mesmo suas habitações e atentando contra suas vidas.

A ESCOLHA DO EREMITÉRIO

Finalmente, durante o concílio de Lyon, em 1080, o bispo foi deposto e a paz voltou para Reims. Todos queriam que Bruno aceitasse o governo da diocese, mas ele já havia amadurecido outro projeto. Havia voltado a Reims não para receber o anel e o báculo, mas, para recolher os seus amigos mais fiéis, oito doutíssimos homens, e retirar-se com eles para Sèche-Fontaine sob a proteção do abade de Solesmes, São Roberto, e iniciar uma experiência de vida eremítica. No entanto, aí permaneceu pouco tempo, sentindo fortemente o chamado a uma observância ainda mais estrita.

Se os eremitas dos primeiros séculos, para salvar a autenticidade da vida cristã, haviam fugido para o deserto, também então – pensava Bruno –, para realizar uma verdadeira reforma na Igreja, era preciso dar sinais fortes. Com seis companheiros, transferiu-se para Grenoble, onde o esperava o santo bispo Hugo, já seu aluno em Reims. Ele havia abandonado o episcopado e havia se retirado para a vida eremítica, porém depois, por vontade do Papa Gregório VII, teve de retomar o governo da diocese. Sentiu-se naturalmente bem feliz por oferecer no seu território um vale solitário chamado Cartusia – de onde provém o nome de cartuxa e cartuxos – dado a esse grupo de homens instruídos e corajosos, guiados por seu muitíssimo amado mestre. Entre eles estavam Landuíno de Lucca, Estêvão de Bourg, Estêvão de Die e certo Hugo, chamado de o capelão. Estava lançada a primeira semente daquela que depois se tornou a famosa Cartuxa de Grenoble.

Durante seis anos, Bruno e seus companheiros puseram em ação o seu ideal em perfeita harmonia entre si e tendo no coração a certeza de não mais ter de se intrometer nos assuntos da política do mundo. Não o pensava do mesmo modo outro discípulo de Bruno, Otton de Châtillon, chamado não à paz do eremitério, mas à cátedra de Pedro, onde, naquele período, de paz nem sequer se podia falar. Urbano II levava adiante, com decisão, a reforma iniciada por Gregório VII, mas tinha contra si, a dois passos, na cidade de Ravena, o antipapa Guiberto, apoiado militarmente por Henrique IV, sem contar as oposições surdas que serpenteavam entre o clero.

AO LADO DO PAPA, MAS POR POUCO TEMPO

Urbano quis próximo de si o antigo mestre, que veio a Roma com um grupo de companheiros. Foi-lhes concedida uma localidade junto às Termas de Diocleciano com a Igreja de São Ciríaco. Seu exemplo – pensava o Papa – teria sido precioso para o clero e para o povo romano, sem falar em quanto ele contava com a colaboração pessoal de Bruno.

A passagem da bem-aventurada e rústica solidão da Cartuxa de Grenoble para a rumorosa e inquieta metrópole romana revelou-se demasiado brusca para os cartuxos, que, depois de pouco tempo, pediram para retornar à França. O Papa consentiu, porém, reteve Bruno junto de si.

Entrementes, o antipapa conquistava Roma com força e Urbano II e seu amigo foram forçados a fugir para a Calábria. Aí o Papa tentou nomeá-lo arcebispo de Reggio Calabria, porém, Bruno não aceitou e propôs em seu lugar um antigo discípulo seu, Ruggero, que era abade de Cava no Salernitano.

A FUNDAÇÃO CALABRESA

Para si, conseguiu fundar um eremitério num lugar muito rústico denominado La Torre, perto de Catanzaro, onde imediatamente o seguiram os primeiros discípulos que, crescendo rapidamente em número, forçaram-no a abrir um segundo eremitério não muito distante do primeiro.

Foi essa a sua última faina, especialmente abençoada por Deus, apoiada pelo Papa e pelos bispos vizinhos e confortada pela ajuda concreta dos príncipes normandos que governavam a região.

Aí foi visitá-lo seu fidelíssimo discípulo que dirigia a Cartuxa de Grenoble, Landuíno, que quis se assegurar de que conduzia os cartuxos segundo o espírito genuíno do mestre. Nessa ocasião, Bruno, homem muito douto, em carta a todos os seus filhos dirigiu um pensamento especial aos numerosos monges iletrados, dizendo-lhes “É com as obras que vós mostrais o que amais ou o que sabeis, uma vez que, enquanto com toda a atenção e empenho pondes em prática a verdadeira obediência, é evidente que sabeis ler o fruto suavíssimo e vital da Divina Escritura. Deus mesmo pode escrever com o seu dedo nos vossos corações não só o amor, mas também o conhecimento da sua santa lei”.

Bruno morreu a 6 de outubro de 1101, no eremitério de La Torre. Antes de morrer, quis pronunciar a profissão de fé e reafirmar de maneira especial sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Ainda que seus filhos nunca tenham sido muito numerosos, a vida cartuxa teve uma grande influência sobre todas as formas de vida monástica que se seguiram. Um monge famoso, Guilherme de Saint-Thierry, em sua carta aos irmãos de Mont-Dieu, chamada de Carta de ouro, dizia aos cartuxos: “Aos outros compete servir a Deus; a vós, unir-vos a Ele. A obra dos outros é a de crer, de saber, de amar, de venerar; a vossa é de saborear, de compreender, de conhecer e exultar”.

Se o amor à sabedoria e à contemplação permaneceu vivo na comunidade cristã e se em nossos dias ainda apaixona não somente os monges, mas muitos leigos imersos no mundo, muito se deve aos filhos de São Bruno. 

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CANTAR COM ALEGRIA https://revistaavemaria.com.br/cantar-com-alegria.html https://revistaavemaria.com.br/cantar-com-alegria.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:54:30 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69624 Frequentemente, no meu consultório de psicanálise, seja no modo remoto ou presencial, escuto a voz de quem busca a alegria do coração. Tenho atendido muitas pessoas de vários lugares do Brasil e ainda de alguns outros países. A tecnologia permitiu a todos uma comunicação ampla e muito interessante. Observei, como psicanalista e músico, que o contato remoto insistiu na melhora da escuta. Se duas pessoas falarem ao mesmo tempo, ninguém entende nada. É preciso escutar primeiro para depois falar e ser ouvido. Meus alunos também opinam que aproveitaram melhor o conteúdo de nossas aulas em grupo via internet. O que mais testemunhei nos últimos dois anos é que as pessoas que passaram a escutar melhor ficaram consequentemente mais alegres. 

O coração sente muita alegria quando aprende a escutar. Sendo assim, o falar e o cantar são consequentes de boa escuta. Pode-se estudar qualquer instrumento musical, mas a primeira coisa a fazer é aprender a escutar as notas antes de ser executadas com a técnica correspondente ao instrumento. Na liturgia ocorre o mesmo: quem não escuta o seu irmão não sentirá a alegria de amar ao próximo. O canto cristão nasce do amor entre irmãos. Quanta beleza o Salmo desperta no coração durante a liturgia da Palavra! Salmodiar é amar a Deus junto ao amor do irmão! É permitir que a Palavra ressoe dentro do coração trazendo a alegria de quem canta o canto novo. São Basílio disse: “O canto do Salmo refaz as amizades, reúne os que estavam separados entre si, torna amigos os que estavam mutuamente inimizados. Pois, quem é capaz de considerar ainda como inimigo aquele com quem elevou uma mesma voz a Deus? Portanto, o canto dos Salmos nos procura o maior dos bens, a caridade, já que ele encontra algum pensamento ou algum vínculo para realizar a concórdia e reúne o povo na sinfonia de um mesmo coro”. 

A música litúrgica deve ser preparada com a mesma alegria que se sente ao encontrar o Cristo eucarístico. O canto cristão expressa a comunhão com o coração de Jesus. O cristão escuta com alegria. O silêncio do cristão não é vazio, perdido, supérfluo. É silêncio de alegria porque sabe que Deus só pode se revelar aos mansos de coração. A cada Ave-Maria repetimos os versos que trouxeram a Maria a alegria, a Boa-Nova, o nascimento de Jesus. Assim, cada nota musical executada durante a celebração eucarística deve ser sinônimo do coração alegre que encontrou o sentido da vida, que sabe a resposta de amor dentro do peito. 

A caridade é uma forma de escutar a vida e organizá-la em gestos de amor. Cantar a santa Missa é caridade que une corações e concretiza as palavras do Salmo 132:” Vinde e vede como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos e unidos”. 

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O FARISEU E O PUBLICANO https://revistaavemaria.com.br/o-fariseu-e-o-publicano.html https://revistaavemaria.com.br/o-fariseu-e-o-publicano.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:52:41 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69620 A parábola do fariseu e do publicano (cf. Lc 18,9-17) é a última no Evangelho de Lucas. Juntamente com a parábola anterior, da viúva e do juiz (cf. Lc 18,1-8), forma uma pequena unidade, cujo objetivo é orientar o cristão sobre como deve ser sua atitude orante diante de Deus e a relação com o próximo. “A parábola aborda dois antagônicos estados de alma, em duas pessoas diferentemente religiosas. Fala de modos distintos de se colocar diante de Deus. Denuncia o gravíssimo problema de uma religião sem Deus. Não é questão apenas de vaidade e de humildade, mas de autoconfiança ante o Senhor e de abandono em Deus¹.”

Por conhecer as leis e fixar-se em sua prática, os fariseus sentiam-se justificados e puros, melhores do que os outros. Capazes de julgar e mesmo desprezar os demais.

Nos evangelhos, o fariseu é aquele que fala de uma maneira e age de outra, ou seja, um hipócrita.

A parábola tem início com a frase “Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros” (v. 1). Lucas se refere ao tempo de Jesus e ao tempo no qual os membros mais antigos das comunidades desprezavam as pessoas provenientes do paganismo (cf. At 15,1-5). Dois homens sobem ao templo para seu momento de oração, um fariseu e um publicano. Nesse contexto era manifesto o desprezo aos publicanos, pois eram considerados impuros e, por isso, não dignos de se dirigirem a Deus. Na oração, o fariseu agradece a Deus por ser melhor que os outros. Em verdade, sua oração é voltada a si mesmo com o autoelogio, destacando suas boas qualidades. Engana-se. O publicano, ao contrário, nem mesmo se atreve a erguer os olhos, mas bate no peito dizendo “Meu Deus, tem piedade de mim, pecador” (v. 13). Surpreende a conclusão: este último volta para casa reconciliado com Deus, enquanto o fariseu não, “Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (v. 14). É uma reviravolta na maneira de pensar de todos e de cada um dos seguidores e seguidoras de Jesus

O fariseu, em sua falácia, ressalta seus próprios méritos. É como se Deus se tornasse devedor e ele, alguém que tem direitos a exigir. Não necessita de perdão, uma vez que nem se dá conta dos próprios erros e pecados. O publicano, cobrador de impostos, por sua vez, reconhece-se pecador. Súplica ao Senhor misericórdia. Ele reconhece em Deus a fonte do amor e perdão. 

A parábola coloca em evidência os extremos da sociedade judaica, do relacionamento humano, religioso: de um lado, o fariseu, que se julga justo e perfeito; do outro, o cobrador de impostos que, por trabalhar para o opressor Império Romano, é marginalizado, excluído. É uma grande e grave contradição. Os que se dizem praticantes deveriam ser, então, muito bons de coração. 

É um apelo à mudança de coração dirigido àqueles que se julgam “justos” e se elevam acima dos considerados impuros, os que parecem estar “fora da lei” (cf. Lc 15,7; 16,15). Estes, em verdade, são vistos com compaixão por Deus (v. 14). 

O farisaísmo é apresentado como uma tentação permanente para os seguidores de Jesus. É uma possibilidade perigosa para aqueles que pertencem à Igreja. Requer-se constante e verdadeira atitude de humildade para abrir-se à graça de Deus (v. 13).

A VIDA DE ORAÇÃO DE JESUS

Lucas é o evangelista que apresenta Jesus em constante oração. A oração está intimamente ligada ao dia a dia de sua vida e missão. Ele buscou a solidão para ouvir o Pai e ser fiel à sua vontade (cf. Lc 3,21; 4,1-2.16; 5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 22,7.14.32.40-46; 23,34.46; 24,30). Como todo judeu fiel, rezou os Salmos que conhecia de cor. Jesus ensinou aos discípulos sua própria oração, o Pai-Nosso.

Diferente do farisaísmo, Jesus sentia compaixão pelas pessoas, em especial pelos considerados impuros e indignos, revelando que Deus estava com eles. Isso gerou raiva e oposição dos fariseus e de demais autoridades religiosas.

Toda a sua vida e ação libertadora foi de uma oração permanente por todos. Jesus rezou e insistiu que todos fizessem o mesmo, porque é examinando-se diante de Deus, colocando-se na presença de Deus em oração que a verdade aparece, que a pessoa se encontra em toda a sua realidade e humildade.

Por fim, diante do ensino e chamado que a Palavra faz, podemos nos perguntar: que atitudes “farisaicas” constatamos ainda hoje? Temos algo a ver com isso?

¹ ODORÍSSIO, Mauro. Evangelho de Lucas. Texto e comentário, leitura facilitada. São Paulo: Editora Ave-Maria, 1998, p. 194.

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SANTOS ANJOS DA GUARDA https://revistaavemaria.com.br/santos-anjos-da-guarda.html https://revistaavemaria.com.br/santos-anjos-da-guarda.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:50:39 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69616

“VOU ENVIAR UM ANJO ADIANTE DE TI PARA TE PROTEGER NO CAMINHO E PARA TE CONDUZIR AO LUGAR QUE TE PREPAREI. ESTÁ DE SOBREAVISO EM SUA PRESENÇA E OUVE O QUE ELE TE DIZ. NÃO LHE RESISTAS, POIS ELE NÃO TE PERDOARIA TUA FALTA, PORQUE MEU NOME ESTÁ NELE. MAS, SE LHE OBEDECERES PONTUALMENTE, SE FIZERES TUDO O QUE ELE VOS DISSER, SEREI INIMIGO DOS TEUS INIMIGOS E O ADVERSÁRIO DOS TEUS ADVERSÁRIOS. PORQUE MEU ANJO MARCHARÁ ADIANTE DE TI E TE CONDUZIRÁ (…).” (EX 23,20-23A)

Esta passagem da Sagrada Escritura revela a existência do anjo da guarda, anjo custódio, como também nos mostra qual a missão do anjo em nossas vidas. Vejamos a seguir.

A primeira parte da citação bíblica contém uma linda promessa de Deus para nós, seus filhos. Essa promessa nos revela algo muito importante e que faz toda diferença em nossa caminhada: não estamos sozinhos

Ao pensar em nossa existência, Deus, sabedor de nossa pequenez, desejou criar um anjo especialmente para nos acompanhar e proteger neste vale de lágrimas. É uma promessa. Não estamos sozinhos, graças ao amor de Deus por nós; temos um companheiro de caminhada, um ser celestial, puramente espiritual e único, criado para o nosso auxílio que nos ama imensamente e que tem como missão a nossa guarda e proteção.

A segunda parte é um imperativo, contém uma ordem de Deus para nós. Essa ordem consiste no fato de que devemos ficar atentos aos conselhos do nosso anjo da guarda e devemos obedecê-lo, pois é enviado pelo próprio Deus para nos auxiliar. 

Obediência e escuta. Buscar uma intimidade com nosso anjo, ter um relacionamento, uma amizade íntima com ele é mais do que um conselho, é uma ordem de Deus para nós, uma condição para obter a promessa de que estaremos protegidos e que seremos conduzidos ao lugar certo, ao centro da vontade de Deus. E como é importante saber chegar ao lugar certo! A intimidade com o anjo da guarda, portanto, levar-nos-á mais perfeitamente à conquista do sonho de Deus para nossa vida, impedindo que nos percamos no caminho.

Também o texto traz uma advertência muito importante, de que o nosso anjo respeita a nossa liberdade e, por isso, somente poderá agir em nossa vida se não lhe apresentarmos resistência, se não o ignorarmos. O anjo da guarda só pode cumprir a sua missão em nossa vida se assim nós desejarmos, se formos dóceis à sua presença.

E como buscar essa intimidade com o nosso anjo da guarda? São inúmeras as passagens das Sagradas Escrituras que nos ensinam essa prática, assim como também as experiências vividas por alguns santos e a doutrina ensinada pelos padres da nossa Igreja.

Para melhor conhecer e, conhecendo, buscar uma maior intimidade com o anjo da guarda, indico o livro de minha autoria 30 dias caminhando com os anjos, publicado em parceria com a Editora Ave-Maria. Na obra, proponho um caminho de descoberta diário, a conta-gotas, mesmo, sendo que a sua leitura orante poderá levar o leitor a não só fazer a experiência, mas a desfrutar com mais saber e sabor a promessa contida nos versículos bíblicos citados.

Não ignoremos essa maravilhosa manifestação do amor do Pai e de sua providência santíssima, a criação do anjo da guarda!

*Stela Maria Moraes é mãe de dois filhos, advogada, mediadora e conciliadora do Tribunal de Justiça de São Paulo (SP). Catequista, também é autora de três livros publicados pela Editora Ave-Maria. Blog: stelamaria.blogspot.com.

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NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-aparecida-rainha-e-padroeira-do-brasil.html https://revistaavemaria.com.br/nossa-senhora-aparecida-rainha-e-padroeira-do-brasil.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:46:12 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69611 Se setembro para a Igreja no Brasil, há cinquenta anos, figura como um dos meses temáticos por ser dedicado à Bíblia, outubro segue na mesma linha, pois neste período vivemos o Mês das Missões. Neste mês temos também festas marianas, especialmente no dia 12, quando celebramos Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, dentro do Mês Missionário.

São comemorações muito importantes não só para os brasileiros, mas, para toda a humanidade. O encontro da imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, há 305 anos, foi um verdadeiro divisor na história do país, em uma época em que a miséria, a fome e a escravidão pautavam a vida de todos da nação.

Podemos entender o encontro da imagem como um autêntico significado missionário, pois é fato que Maria, pelo seu “sim” a Deus, tornou-se a primeira missionária da história. Todos nós somos missionários e, por isso, chamados a ir para além dos muros dos templos, como sempre destaca o Papa Francisco.

Ir ao encontro do outro é desfazer-se das próprias vontades e anseios e viver a realidade que se desenha em nossa frente. Segundo São José Freinademetz, “O maior desafio de um missionário é a transformação de si mesmo”.

Em cada um de nós há a necessidade básica da mudança, a partir do encontro e da vivência com os demais. Nesse processo de ir ao encontro das necessidades, fazer seu trabalho e seguir em frente há um verdadeiro desafio para todo aquele que se dedica à missão.

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua palavra” (Lc 1,38): com essa frase no momento da anunciação, Maria deu início a uma nova história, muito mais humana e leve para todos os povos.

Todo missionário é movido a desafios. Sejamos também nós, principalmente neste mês de outubro, quando celebramos nossa padroeira, agentes de missão, pessoas responsáveis por levar adiante a Palavra do Senhor, sob a ótica de Maria, que, mesmo ante todas as dúvidas e dificuldades, não titubeou ao dizer seu “sim” e esperar pela vinda de Cristo.

No dia de Nossa Senhora Aparecida também se comemora o Dia das Crianças, uma feliz coincidência no Brasil! Quando pequenos, aguardamos ansiosamente esse dia, data na qual a maioria das crianças do nosso país recebe presentes. Mas, afinal, como cristãos católicos, como devemos guardar esse dia?

Enquanto católicos, desde cedo devemos ensinar os nossos filhos e filhas o valor que essa data possui, fazê-los conhecer a história da padroeira, o porquê de ela ser tão importante para nossa Igreja e para as nossas vidas. O que não significa que devemos deixar de lado a comemoração das crianças, afinal, no Evangelho vemos Jesus ensinando o valor que os pequeninos têm, seja em Mateus 19,14, em que Jesus diz “Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais. Porque o Reino dos Céus é para aqueles que a elas se assemelham”, ou em Marcos 10,15, quando fala “Em verdade vos digo, todo aquele que não receber o Reino de Deus com mentalidade de uma criança, nele não entrará”.

Nessa data, temos uma grande chance de meditar sobre esses trechos evangélicos. Por que devemos ser como crianças? Devemos ser como crianças no sentido da pureza, no modo como agimos e reagimos ao mundo. Devemos ser como os pequeninos de Jesus para que sejamos dignos do seu Reino. E quem melhor para nos ensinar a ser puros senão a criatura que em sua pureza virginal gerou o filho de Deus, aquela que foi concebida sem pecado e que foi exemplo de esperança e santidade? Quão abençoados somos por termos essa data em nossas vidas! Devemos zelar por essas duas comemorações que se completam nesse dia. De um lado, a Mãe de Deus, a maternidade, e, do outro, a vida, a fecundidade!

O maior presente que podemos oferecer às crianças que fazem parte da nossa vida é justamente consagrá-las a Nossa Senhora da Conceição Aparecida e viver esse dia em família: participando da Celebração Eucarística, fazendo uma refeição juntos, brincando, dedicando tempo e presença.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

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“DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS.” (MC 10,14) https://revistaavemaria.com.br/deixai-vir-a-mim-os-pequeninos-mc-1014.html https://revistaavemaria.com.br/deixai-vir-a-mim-os-pequeninos-mc-1014.html#respond Fri, 30 Sep 2022 20:43:28 +0000 https://revistaavemaria.com.br/?p=69607 Eu cresci ouvindo a seguinte frase: “A Igreja precisa resgatar os jovens”. No apogeu do ano 2000 era grande a preocupação com a juventude e tornar a Igreja jovem, com meios de evangelização apropriados para que os jovens se sentissem integrados a ela e atendidos por meio das diversas metodologias pastorais. Logicamente se pensava nessa “solução pastoral” por ser percebido que, em âmbito familiar, os jovens eram aqueles que mais se dispersavam na fé, sobretudo após a recepção do Sacramento da Confirmação, ou seja, tínhamos famílias cristãs, mas, com jovens dispersos e indispostos a perseverar no caminho da fé.

Se os jovens eram o foco de antigamente, não tenho dúvidas de que a maior preocupação pastoral da Igreja de hoje deve se dar com as crianças. Ao longo do processo de secularização, percebemos que a evangelização precisa começar na base, ou seja, na criança. Caso contrário, o indivíduo nem terá oportunidade de desviar do caminho, porque nem teve uma base cristã para iniciar a caminhada.

Foi o próprio Jesus que disse aos seus discípulos “Deixai vir a mim as criancinhas” (Mc 10,14). No entanto, as crianças têm toda essa autonomia para chegar até Jesus? Depende da idade, da educação e também das circunstâncias, sobretudo dos pais. Estamos diante de um problema estrutural: se o jovem dos anos 1980 não foi evangelizado, hoje ele também não será capaz de introduzir o próprio filho em uma caminhada de fé. Eis o grande desafio: a criança precisa ser levada até Jesus! Isso só vai acontecer se a família tiver uma experiência de fé.

E se a criança não tem uma família com base religiosa, qual é o modo de ela chegar até Jesus? Em outras palavras, qual seria o modo de alcançar o coração dos pequenos do reino sem ser por meio dos pais? Foi diante dessa pergunta que Deus me inspirou a fundar o projeto chamado Turma do Padre Dudu. Essa iniciativa nasceu diante do desafio pastoral de tornar a fé atrativa para as crianças. 

O primeiro passo era claro: pensar como criança. Os discípulos não queriam deixar as crianças chegarem até Jesus porque pensavam que elas iriam incomodá-lo, que seria uma perda de tempo. Esse pensamento é muito presente ainda nos tempos atuais com as seguintes frases: “Não levo meu filho à Missa porque ele não para quieto”; “Meu filho faz muito barulho na Missa e incomoda os outros”; “Não levo meu filho à Missa porque ele ainda é pequeno e não vai entender nada, mesmo”. Mas como será possível que uma criança fique calma se ela não tem familiaridade com o ambiente da Igreja e com os irmãos de fé? Será que a fé é uma virtude que vamos vivenciando e amadurecendo aos poucos, como resultado de um processo, ou se trata de uma mágica que aparece de uma hora para outra? 

É evidente que a evangelização infantil se dá por meio de um processo de ambientação com a Igreja e com os irmãos de caminhada, em que as verdades de fé vão sendo compreendidas e interiorizadas de modo gradativo e por diversos meios. Dificilmente uma criança sairá da Missa convertida, porém, sairá com uma semente: uma palavra, uma música ou um conceito. A evangelização infantil é um processo de lançar sementes! Nunca sabemos quantas darão frutos, só temos certeza de que, para colhê-los, temos que semear. Como adultos nosso problema é que queremos ser dominadores de todo o processo de evangelização e esquecemos que ele pertence a Deus. Temos que ter clareza do nosso papel e cumpri-lo com maestria, sabendo que o resultado desse processo é algo que pertence aos insondáveis mistérios de Deus. Por isso, papai, mamãe, vovô, vovó, dindos e dindas devem ter clareza da linda missão que Deus lhes confiou: educar e transmitir a fé. 

Pensar como criança e não querer colher resultados de adulto já é o primeiro passo para evangelizar os pequenos. Também não podemos esquecer dos diversos meios que são importantes para as crianças entenderem o conceito da fé. Elas precisam de estímulos, reforços e são educadas por meio da força dos hábitos que, em Teologia, chamamos de virtudes. Por isso, a música, a arte, a linguagem são fundamentais para que o processo aconteça de forma gradual e lúdica, de modo que a criança esteja habituada com a graça divina. Tudo isso faz com que a criança gere vínculo com a comunidade e com os amiguinhos que caminham na fé. Uma vez, uma mãe me disse que teve dificuldade nas férias, pois estava em outra cidade, na casa dos parentes, e o filho sempre indagava quando chegava à Igreja para a Missa dominical: “Esta não é a minha igreja. Cadê o meu padre?”. Essa simples frase, por mais que pareça um capricho ou apego da criança, demonstra um senso eclesial que estava brotando no coração dela. No fundo, apesar da pouca idade, ela já tinha clareza de quem era a comunidade que caminhava com ela e tinha referência do pastor que a conduzia até Deus.

Enfim, pensar como criança, não esperar resultados mágicos fora de um processo, estímulos, hábitos, métodos próprios são fundamentais para que deixemos as crianças chegarem até Jesus. Uma única pessoa, nem mesmo um padre, conseguiria fazer tudo isso acontecer sozinho? Foi justamente por isso que Deus me deu o Leozinho, o Pedrinho, o Dom, a Larinha e a dona Bíblia. Todos esses personagens compõem a Turma do Padre Dudu. Juntos, esforçamo-nos para que essa sementinha da fé seja brotada no coração das nossas crianças por meio de arte, evangelização e cultura. 

Deixar as crianças irem até Jesus não significa ser omisso e deixar que trilhem os próprios caminhos. Essa caminhada se faz com acompanhamento e métodos próprios, para que o encontro com o Cristo aconteça e seja frutuoso. A Turma do Padre Dudu é apenas um instrumento facilitador para que cada adulto, de acordo com sua missão, cumpra seu propósito de transmitir a fé! 

Conheça nosso trabalho. Acesse o site turmadopadredudu.com.br, nosso Instagram @turmadopadreduduoficial ou o canal no YouTube turmadopadredudu. Temos também composições próprias para a santa Missa e músicas com conceitos de fé e orações para que as crianças aprendam a rezar. Acesse e conheça nossas músicas pela plataforma digital de sua preferência digitando turmadopadredudu na busca.

Encerro dizendo que esse grande desafio da evangelização infantil tem também seus frutos. Embora a vivência da fé seja um processo a longo prazo, o feedback das crianças acontece de forma muito rápida e gera vínculos satisfatórios. Isso sem contar que evangelizar e ganhar crianças para Deus é praticamente trazer a família toda para a fé. Não são poucas as crianças que pedem para ir à Missa e acabam trazendo os pais. Quem diria, hein? Crianças evangelizando os pais! Realmente, “O Reino de Deus é dos que são como elas” (Mc 10,14).

*Padre Eduardo Zanom é pároco da Catedral de Palmas (TO) e evangelizador infantil com a Turma do Padre Dudu. @pe_eduardo_zanom

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