QUAL É A HISTÓRIA DA IMAGEM DE MARIA MOSTRADA AO PAPA NA MONGÓLIA APÓS SER ACHADA NO LIXO?
A estátua de Nossa Senhora, Mãe do Céu, foi encontrada por uma mãe de onze filhos e passou a ter comovente significado para o pequeno rebanho católico local.
No sábado, 2 de setembro, durante a histórica primeira viagem de todos os tempos feita por um pontífice à Mongólia, o Papa Francisco visitou um ger, típica habitação tradicionalmente usada pelos povos nômades nas vastas estepes daquele país. Ali morava a senhora Tsetsege, mãe de onze filhos, que havia encontrado no lixo a estátua de madeira de uma bela mulher que, de início, ela não havia notado que representava a Santíssima Virgem Maria.
Levando a imagem para casa, ela anunciou à família que “Esta linda senhora quis vir morar na nossa tenda”. Quando, enfim, percebeu que era uma imagem de Nossa Senhora, a mulher foi entregá-la à pequena comunidade católica local, que passou a expô-la na paróquia. Em 8 de dezembro de 2022, Solenidade da Imaculada Conceição, a estátua foi entronizada na Catedral de Ulan Bator.
O portal Vatican News explica que, algum tempo depois, o episódio foi relatado ao Cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulan Bator, que comentou: “Imediatamente, pensei que a Virgem Maria queria nos dizer algo por meio desse achado. Como é que aquela estátua tinha ido parar no lixão, já que, especialmente naquela parte do país, há pouquíssimos católicos? Então, pensei que Nosso Senhor, por meio da sua santa mãe, faz-se presente nas situações mais extremas para nos dizer quanto Ele está próximo de cada um de nós”.
O Cardeal Marengo acrescentou que Maria “está sempre pronta para nos encontrar, mesmo em lugares de desespero, de descarte, de dor, de abandono”. Foi ele mesmo quem falou da estátua ao Papa Francisco durante uma visita, o que o deixou, nas palavras do cardeal, “muito satisfeito”.
De fato, nessa viagem apostólica à Mongólia, o Papa fez questão de enfatizar o impactante simbolismo dessa imagem de Nossa Senhora: “Neste caminho de discípulos-missionários, vocês têm um apoio seguro: a nossa mãe celeste, que quis lhes dar um sinal palpável da sua presença discreta e solícita ao deixar que a sua imagem fosse encontrada numa lixeira. Naquele lugar de detritos, apareceu esta bela estátua da Imaculada: ela, sem mácula, imune do pecado, quis chegar tão perto a ponto de ser confundida com os restos da sociedade para que, da imundície do lixo, emergisse a pureza da santa mãe de Deus”.
No fim do encontro, Francisco abençoou a comovente imagem de Nossa Senhora, venerada como Mãe do Céu.
Fonte: Aleteia
SEMINARISTA DIVULGA IMAGEM DO SAGRADO CORAÇÃO INTACTA APÓS TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL
Em paralelo às muitas e arrepiantes histórias de heróis, sobreviventes e vítimas da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul com o recente ciclone extratropical e as inundações devastadoras que ele provocou, passou um tanto despercebida, na grande mídia, uma simbólica imagem que agora começa a ser compartilhada nas redes sociais.
O seminarista gaúcho Igor Pavan Trez, da Diocese de Frederico Westphalen (RS) foi um dos que compartilharam essa fotografia tocante, acompanhando-a com o seguinte comentário: “Na medida em que as águas baixaram e os escombros se tornaram visíveis – resultado da tragédia provocada pelo ciclone que matou dezenas no Rio Grande do Sul –, uma cena chamou a atenção na cidade de Muçum (RS), a mais castigada pelas enchentes. A imagem do Sagrado Coração de Jesus surgiu na devastação, intacta!”.
É UM MILAGRE?
Não. Não se pode falar tecnicamente em milagre quando existem explicações científicas plausíveis para um acontecimento. Nesse caso, uma considerável gama de variáveis é capaz de explicar por que um fenômeno natural, apesar de ter potencial catastrófico, pode ter deixado uma imagem intacta em meio a grandes estragos.
O uso do termo “milagre” é comum diante de fenômenos que parecem sobrenaturais; na grande maioria dos casos, porém, o uso dessa palavra é bem intencionado, mas, como termo técnico, é precipitado e equivocado.
Milagres são fenômenos cientificamente inexplicáveis que contradizem as regras da natureza conforme as conhecemos. Para que algum fenômeno possa ser oficialmente declarado como de caráter sobrenatural por parte da Igreja são necessários prudentes e detalhados estudos. A Igreja segue critérios científicos bastante rígidos para afirmar algum milagre. Os milagres de cura, por exemplo, chegam a demorar décadas até ser reconhecidos. Os fatos precisam ser cuidadosamente estudados por médicos, revisados por cientistas (na maioria dos casos, laicos e até mesmo ateus), expostos às críticas públicas e, só depois de feitos todos os estudos científicos, a própria Igreja faz a análise teológica mediante o trabalho das suas comissões de especialistas em teologia.
ENTÃO É UM “SINAL”?
A imagem do Sagrado Coração intacta após a devastação provocada por um ciclone seguido de inundações históricas pode ser considerada então um “sinal”, ou mesmo um milagre?
Entendendo-se por “sinal” aquilo que carrega um “significado”; certamente não há erro em dizer que, sim, é um sinal natural – ou seja, um fato raro e chamativo, mas ainda assim “previsto” na ordem natural das coisas. Esse tipo de fato, por mais que seja inusitado ao nosso olhar, significa primariamente a própria existência de uma ordem natural – e isso já é grandiosamente instigante: existe uma ordem natural em vez de mero acaso.
De fato, não é apenas o sobrenatural que pode nos impactar: a natureza mesmo, incluindo a nossa capacidade natural de admirar o belo, também tem muito a nos dizer, dado que o fascínio dela, em si, já nos remete a uma das perguntas-chaves da filosofia e da ciência: qual é a origem de tudo isso?
Um acontecimento chamativo, mas explicável pela ordem natural das coisas, pode servir como “gatilho” para reflexões importantes.
O cristão acredita que Deus nos fala por meio de sinais, sejam naturais, sejam sobrenaturais, e que Ele sempre deixa à liberdade de consciência de cada um a decisão final de como interpretá-los. Os próprios ateus, aliás, costumam enfatizar que as tragédias são uma “prova” de que Deus não existe, apelando para a sua “fé” na inexistência de Deus com base em sinais passíveis de interpretações pessoais (que, aliás, cientificamente falando, não são válidos como provas).
Para quem crê na inexistência de Deus tudo é e será sempre mero acaso e falta de sentido. Para quem acredita em Deus e no sentido sobrenatural da existência, tudo é e será sempre um grande milagre, testemunhado por uma abundância de sinais repletos de sentido.
Fonte: Aleteia