No caminho sinodal, a Igreja prepara-se para um novo tempo de evangelização. Ela acolhe e educa os cristãos, no mundo inteiro, para uma escuta, recordando as palavras de João Evangelista sobre o que o Espírito diz à Igreja (cf. Ap 2,11)
A Igreja propõe um tempo de diálogo sincero, para ouvirmos com o coração e caminharmos atentos à voz do Senhor. Como peregrinos, seguimos os passos do Mestre e buscamos construir uma comunidade que acolhe o caminho proposto por Deus para a Igreja do terceiro milênio. Somos todos peregrinos da esperança!
Catequistas, conscientes e maduros na fé, são convocados para assimilarem e prepararem seus catequizandos no tempo de discernimento. Essa tarefa requer, de todos nós, atenção no processo e nos desafios, nas resistências e nos aprendizados, para que o nosso testemunho da fé e da comunhão reafirme o compromisso eclesial, pois a catequese é uma tarefa confiada a toda comunidade que, com toda a sua vida, contribui para a educação de seus membros na fé..
Estamos celebrando quarenta anos da publicação do documento Catequese renovada, que foi aprovado em 15 de abril de 1983, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua 21ª Assembleia-geral, um grande motivo para não deixarmos surgir espaços para retrocessos. Toda motivação e toda inspiração que podemos colher desse documento colocam-nos no caminho do seguimento de Jesus, construindo novos caminhos e fortalecendo a fraternidade e a partilha de saberes, ternura e misericórdia, como nos pede Jesus.
O documento Catequese renovada fala da vida cristã em comunidade e de como podemos dar mais sentido à experiência de vida comunitária, superando o individualismo na vivência da fé cristã e favorecendo a flexibilidade no agir catequético, reconhecendo o protagonismo do Espírito Santo.
Uma comunidade como espaço de acolhimento e de cooperação é a que devemos construir com as famílias de nossos catequizandos, pois a nova geração merece contemplar uma Igreja fraterna e orante, onde não cabe mais nenhum sinal de competição, de egoísmo e de desunião.
Ao dizer “Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá, pois, para isso é que vim” (Mc 1,38), Jesus propunha um caminhar corajoso e perseverante para outros ambientes humanos e sociais. Ele queria que o rosto de sua comunidade fosse revelado. Para Jesus, “vamos” significa juntos, sem reservas, sem medo, sem preconceito e sem resistência. Hoje, esse convite ressoa em nossos ouvidos, por isso, precisamos manter a esperança viva e com perseverança, revelarmos o rosto da Igreja em nós, comunidade que acolhe filhos e filhas de Deus na catequese e em tantas outras atividades pastorais, serviços e movimentos cristãos.
O caminho sinodal é um itinerário de comunhão, de participação e de missão, no qual cada pessoa envolvida vive e testemunha o seu encontro pessoal com Jesus Cristo e sua disponibilidade para o crescimento na fé. Só com muita unidade e determinação conseguiremos superar os desafios da ação evangelizadora. O nosso comprometimento como catequistas, discípulos missionários, pode favorecer oportunidades para a comunhão e, assim, suscitar verdadeiras experiências de conversão, tais como:
- a presença e o interesse de pais e responsáveis pela caminhada espiritual de seus filhos e filhas;
- a busca pela efetiva vida sacramental e comunitária;
- a escuta e a leitura da Palavra de Deus;
- a restauração de vínculos familiares fragilizados;
- o cultivo da cultura do encontro, com afeto e boa comunicação;
- a disponibilidade para a escuta e o diálogo.
Tudo isso pode ser considerado, em muitas famílias de nossas comunidades, sinais autênticos de conversão. Precisamos seguir em frente, com alegria e com dedicação. Só não podemos nos esquecer de que não estamos sozinhos e nem conseguiremos renovar ou transformar o nosso agir catequético dessa forma. Somos convidados a uma ação séria, solidária e prática.
O tempo proposto para as vivências, ao longo desse itinerário, deve se revestir de paciência e de participação, mas, também, de oração e de ação. Vamos colocar “a mão na massa”, ou melhor, na consciência! Lembremo-nos de que Jesus nos chamou não para ficarmos parados, mas para assumirmos o nosso papel de peregrinos do amor e da esperança.
A missão de educar na fé e de apontar bons caminhos para a vida dos catequizandos é um ato de amor e de obediência ao mandado de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Com essa dedicação, os catequistas cumprem um papel muito importante para a vida de seus catequizandos e são considerados, “ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas” (Diretório-geral para a catequese, 237), quando:
- transmitem a fé cristã;
- favorecem o fortalecimento da fé;
- acompanham as novas gerações na iniciação à vida cristã;
- propõem experiências de crescimento na espiritualidade;
- possibilitam momentos para a formação da consciência e para o engajamento.
Nossa missão ganha um novo sentido quando acolhemos o chamado de Jesus, que nos leva para os melhores caminhos a percorrer: o do amor, o da alegria, o da fraternidade, o do perdão e o da humildade.
Queridos(as) catequistas, para colhermos os frutos temos que tocar o chão da vida das pessoas e lançarmos nele muitas sementes!