Muito se debate, nos dias atuais, sobre a catequese. Dentro disso, planejar é uma necessidade; é impossível alcançar objetivos sem um verdadeiro planejamento daquilo que é preciso ser feito. Na ação catequética, não é diferente: catequizar requer conhecimento da sua realidade, dos seus interlocutores e daquilo que é próprio da vocação de catequista. Sem isso, dificilmente o processo catequético será bem-sucedido. Mas o que fazer?
A Bíblia nos ensina a planejar:
“Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la? Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar. Ou qual é o rei que, estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?” (cf. Lc 14, 28-31).
Tendo apresentado um breve relato do Evangelho de São Lucas, pensemos o seguinte:
Quais foram os erros e acertos do ano que passou?
Qual a qualidade do material da catequese?
Qual o nível do conhecimento da fé, de você catequista?
Como você transmite o que você conhece?
Como a família tem sido iniciada na fé juntamente com o catequizando?
Como a comunidade contribui com a Iniciação à Vida Cristã?
O novo Diretório para a Catequese orienta a pessoa do catequista sobre os desafios atuais, sem perder de vista a “importante consciência da reciprocidade entre o conteúdo e o método” (Diretório para Catequese, n.º 179). Não basta apenas ter em mãos os subsídios da catequese; é preciso saber transmitir, promovendo uma verdadeira iniciação à vida cristã. É a partir disso que a catequese se diferencia de qualquer outro ensino, pois ela visa tornar a pessoa de Cristo conhecida, amada e levar os interlocutores a imitá-Lo.
É de fundamental importância que a pessoa do catequista esteja preparada para essa realidade. O Diretório para a Catequese orienta: “Os catequistas se preparem convenientemente para esta missão, de modo que conheçam plenamente a doutrina da Igreja e aprendam teórica e praticamente as leis psicológicas e as ciências pedagógicas” (Diretório para Catequese, n.º 114). Sem essa devida preparação antes mesmo de dar início à catequese, a iniciação à vida cristã se tornará ainda mais desafiadora.
É necessário observar, sobretudo, que todo planejamento catequético visa a iniciação integral e progressiva dos envolvidos neste processo (Catequese Renovada, n.º 8). Sem essa preocupação, a catequese será mais do mesmo, com os resultados que já são conhecidos por todos. Infelizmente, observa-se que a grande maioria dos catequistas está preocupada unicamente em passar apenas o conteúdo da catequese, como um ensino escolar. Essa não é unicamente a finalidade da catequese.
Em virtude dos fatos mencionados, o planejamento catequético buscará identificar os erros do passado e melhorar o processo catequético da paróquia, tornando os agentes deste ministério mais conscientes. Além disso, visa conscientizar e inserir as pastorais, movimentos e a própria comunidade na iniciação à vida cristã. Só desta forma a Iniciação à Vida Cristã acontecerá conforme orienta a Igreja.