Amar a Deus e amar ao Próximo

Temos, na Sagrada Escritura, um conjunto de leis morais e religiosas (cf. Ex 22,20-26). Seu contexto é o do monte Sinai, durante a promulgação do código da aliança, embora estudos indiquem que, na realidade, são fruto de uma longa experiência do povo eleito. Na lista de mandamentos há insistência no amor e na misericórdia para com o próximo. A Palavra reflete uma grande sintonia com a vontade de Deus, uma preocupação no sentido humanitário para com o estrangeiro, a viúva, o órfão e o pobre.

Paulo nos saúda com fé, caridade e esperança ao elogiar os tessalonicenses (cf. 1Ts 1,5c-10), porque, amando, imitam-no e também ao próprio Cristo; por isso, tornaram-se modelos de vivência da fé para outras pessoas e comunidades. Ele relembra a acolhida do Evangelho em meio a muitas dificuldades, mas sempre como motivo de profunda alegria. O cristão tem o compromisso de amar com entrega, desprendimento e generosidade. 

Enquanto isso, vemos fariseus e saduceus não desistirem de armar ciladas a Jesus e de surpreendê-lo em alguma afirmação (cf. Mt 22,34-40). Os fariseus procuram salientar que Jesus não sabe interpretar a lei de Moisés e que, como consequência, não merece crédito. De fato, a questão proposta é complicada e motivo de debate constante entre os estudiosos da época.

O estudo da lei de Moisés havia levado a uma infinidade de preceitos, todos igualmente importantes e que deveriam ser colocados em prática, porém, diante da inviabilidade concreta de lembrar todos, surge a questão: qual é o maior mandamento da lei? As respostas dos estudiosos da época eram tão complicadas que os interlocutores de Jesus pensavam que Ele não soubesse responder a elas, no entanto, são eles que ficaram sem resposta diante das palavras de Jesus, que superavam o limitado horizonte da pergunta e se projetavam no contexto das opções mais profundas. O mais importante não é saber qual o maior mandamento, mas procurar a origem de todos eles. Jesus propõe: amar a Deus e amar ao próximo. Todos os ensinamentos das Escrituras podem ser reduzidos a esses dois mandamentos.

Os primeiros cristãos usavam a expressão “a lei e os profetas” para indicar os livros inspirados do Antigo Testamento. Jesus relembra aos membros da sua comunidade que a ética cristã não deve estar fundamentada em uma complicada lista de preceitos, mas, no amor a Deus e aos irmãos, sem separar os dois amores, pois ambos se implicam e se reclamam.

Vale lembrar que o amor, segundo a Bíblia, não é um sentimento, mas uma decisão que se transforma em ação solidária a favor de quem mais necessita. Como podemos manifestar o amor concreto e solidário em nossos tempos de tantos necessitados?

 

NOTAS MARIANAS

NOSSA SENHORA AUXILIADORA

A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora remonta ao século XVI, quando os cristãos invocavam seu auxílio na defesa da fé, ameaçada pelos mouros. Foi nessa época que o Papa Pio V incluiu na ladainha o título “Auxílio dos Cristãos”. Sua festa foi instituída por Pio VII em agradecimento à sua libertação do exílio (1814) que lhe fora imposto por Napoleão Bonaparte.

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