Se setembro para a Igreja no Brasil, há cinquenta anos, figura como um dos meses temáticos por ser dedicado à Bíblia, outubro segue na mesma linha, pois neste período vivemos o Mês das Missões. Neste mês temos também festas marianas, especialmente no dia 12, quando celebramos Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, dentro do Mês Missionário.
São comemorações muito importantes não só para os brasileiros, mas, para toda a humanidade. O encontro da imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, há 305 anos, foi um verdadeiro divisor na história do país, em uma época em que a miséria, a fome e a escravidão pautavam a vida de todos da nação.
Podemos entender o encontro da imagem como um autêntico significado missionário, pois é fato que Maria, pelo seu “sim” a Deus, tornou-se a primeira missionária da história. Todos nós somos missionários e, por isso, chamados a ir para além dos muros dos templos, como sempre destaca o Papa Francisco.
Ir ao encontro do outro é desfazer-se das próprias vontades e anseios e viver a realidade que se desenha em nossa frente. Segundo São José Freinademetz, “O maior desafio de um missionário é a transformação de si mesmo”.
Em cada um de nós há a necessidade básica da mudança, a partir do encontro e da vivência com os demais. Nesse processo de ir ao encontro das necessidades, fazer seu trabalho e seguir em frente há um verdadeiro desafio para todo aquele que se dedica à missão.
“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a tua palavra” (Lc 1,38): com essa frase no momento da anunciação, Maria deu início a uma nova história, muito mais humana e leve para todos os povos.
Todo missionário é movido a desafios. Sejamos também nós, principalmente neste mês de outubro, quando celebramos nossa padroeira, agentes de missão, pessoas responsáveis por levar adiante a Palavra do Senhor, sob a ótica de Maria, que, mesmo ante todas as dúvidas e dificuldades, não titubeou ao dizer seu “sim” e esperar pela vinda de Cristo.
No dia de Nossa Senhora Aparecida também se comemora o Dia das Crianças, uma feliz coincidência no Brasil! Quando pequenos, aguardamos ansiosamente esse dia, data na qual a maioria das crianças do nosso país recebe presentes. Mas, afinal, como cristãos católicos, como devemos guardar esse dia?
Enquanto católicos, desde cedo devemos ensinar os nossos filhos e filhas o valor que essa data possui, fazê-los conhecer a história da padroeira, o porquê de ela ser tão importante para nossa Igreja e para as nossas vidas. O que não significa que devemos deixar de lado a comemoração das crianças, afinal, no Evangelho vemos Jesus ensinando o valor que os pequeninos têm, seja em Mateus 19,14, em que Jesus diz “Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais. Porque o Reino dos Céus é para aqueles que a elas se assemelham”, ou em Marcos 10,15, quando fala “Em verdade vos digo, todo aquele que não receber o Reino de Deus com mentalidade de uma criança, nele não entrará”.
Nessa data, temos uma grande chance de meditar sobre esses trechos evangélicos. Por que devemos ser como crianças? Devemos ser como crianças no sentido da pureza, no modo como agimos e reagimos ao mundo. Devemos ser como os pequeninos de Jesus para que sejamos dignos do seu Reino. E quem melhor para nos ensinar a ser puros senão a criatura que em sua pureza virginal gerou o filho de Deus, aquela que foi concebida sem pecado e que foi exemplo de esperança e santidade? Quão abençoados somos por termos essa data em nossas vidas! Devemos zelar por essas duas comemorações que se completam nesse dia. De um lado, a Mãe de Deus, a maternidade, e, do outro, a vida, a fecundidade!
O maior presente que podemos oferecer às crianças que fazem parte da nossa vida é justamente consagrá-las a Nossa Senhora da Conceição Aparecida e viver esse dia em família: participando da Celebração Eucarística, fazendo uma refeição juntos, brincando, dedicando tempo e presença.
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!