Quando encontramos uma pessoa querida e ela diz “Deus te abençoe, meu filho!”, nós respondemos “Amém!”.
Se nos dizem “Tenha um ótimo dia!”, respondemos “Amém!”.
Ao nos dizerem “Que Deus abençoe seu trabalho”, na hora em que ouvimos já respondemos “Amém!”.
Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, “O ‘amém’ final do Credo retoma e confirma, portanto, suas duas primeiras palavras: ‘eu creio’. Crer é dizer ‘amém’ às palavras, às promessas, aos mandamentos de Deus, é confiar totalmente naquele que é o ‘amém’ de infinito amor e de fidelidade perfeita. A vida cristã de cada dia será, então, o ‘amém’ ao ‘eu creio’ da profissão de fé de nosso Batismo” (1064).
Ao dizer “amém”, aderimos a alguma coisa, é como dizer um “certamente”, “verdadeiramente” e “assim seja” em nosso dia a dia de fé na Igreja.
Quando estamos navegando pelas mídias digitais, não há um “botão de amém”, mas há aqueles para curtir, comentar, salvar, compartilhar.
Todas as vezes que “curtimos” uma postagem nas redes sociais, compartilhamos uma foto ou salvamos um vídeo, concordamos com aquele conteúdo. Quando escrevemos um comentário, pode ser curto ou o famoso “textão”, emitimos nossa opinião e com o “enter” do computador ou smartphone partilhamos nossa forma de pensar com os outros.
Para que cada ação dessas seja executada, precisamos dar o comando de “enter”, confirmar que queremos executar tal ação. Então, com nosso “enter” concordamos com o conteúdo ao curtir, comentar ou enviar aos amigos. É um verdadeiro “amém” para aquela situação que curtimos no digital.
O Papa Francisco já nos ensinou que “Somos eternamente responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos” e o apóstolo Paulo nos diz que “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (1Cor 6,12).
Estar presente nas mídias digitais é uma realidade para todos nós. O documento Rumo à presença plena destaca que “As consideráveis mudanças que o mundo experimentou desde o lançamento da internet provocaram também novas tensões. Alguns nasceram nessa cultura e são ‘nativos digitais’; outros ainda procuram acostumar-se com ela, como ‘imigrantes digitais’. Seja como for, agora nossa cultura é digital. Para superar a antiga dicotomia entre ‘digital’ e ‘face a face’, alguns já não falam de ‘on-line’ e ‘off-line’, mas somente de ‘on-life’, incorporando a vida humana e social nas suas várias expressões, tanto em espaços digitais como físicos” (9).
Estamos conectados o tempo todo e nossas ações no ambiente digital precisam ser conscientes e dar testemunho de nossa fé. Entre em seu Facebook e vá até a sua linha do tempo (aquele espaço onde estão suas publicações) e veja o que você posta e compartilha. Entre no seu Instagram, clique em “sua atividade” e veja todos os conteúdos em que você interagiu. Como é esse conteúdo? Você se orgulha da imagem pessoal que constrói? Muitas vezes, seguindo as ondas de trends e assuntos em alta, não percebemos que caímos numa rotina de conteúdos de valor duvidoso.
As redes sociais são campo de missão e todos nós somos chamados a anunciar o Evangelho: “Ide pelo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). A internet nos dá a possibilidade de, literalmente, podermos anunciar o Evangelho para todo o mundo por meio de nossa presença nas redes sociais.