No dia 2 de fevereiro, a Igreja Católica celebra a Festa da Apresentação de Jesus no Templo. Essa celebração é muito interessante, pois encerra as celebrações natalinas e também abre caminho rumo à Páscoa, já que em poucos dias após ela se inicia a Quaresma. O Evangelho dessa festa narra que, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, Maria e José levaram o Menino ao templo para oferecê-lo e consagrá-lo a Deus, como prescrito pela lei judaica: “Concluídos os dias da sua purificação segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: ‘Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor’” (Lc 2,22-23).
O costume de apresentar o filho primogênito no 40º dia de seu nascimento continua sendo praticado pelos judeus. Algumas igrejas protestantes e evangélicas também têm esse costume, haja vista que não batizam as crianças. Na Igreja Católica, que celebra o Batismo de crianças, a consagração plena se dá pela recepção do Sacramento do Batismo, que é possível ser recebido imediatamente após o nascimento. Conforme o ritual do Batismo de crianças destacamos que “bem mais valioso que as purificações da antiga lei, o Batismo nos lava de toda culpa, tanto original como pessoal, e nos torna participantes da natureza divina, fazendo-nos filhos de Deus”.
Não obstante isso, em algumas regiões há o costume de apresentar o bebê à comunidade paroquial no primeiro dia em que a criança é levada à Igreja. Isso também pode ser feito no dia 2 de fevereiro, de comum acordo com o pároco. É um bonito gesto, haja vista a alegria dos pais em acolher um novo membro em sua família, consagrá-lo a Deus e apresentá-lo à comunidade como seu mais novo membro. É uma apresentação simples, sem nenhum ritual litúrgico; trata-se de uma acolhida de fato. Não há nenhum impedimento para isso, já que é uma forma de acolher a criança e a própria família no seio da comunidade e da Igreja.
Seguindo as palavras do Papa Francisco, podemos dizer que até mesmo os adultos poderiam fazer a oferenda de si a Deus, recordando seu Batismo, pois isso diz respeito a cada cristão, porque todos somos consagrados a Ele mediante o Batismo. Todos somos chamados a oferecer-nos ao Pai com Jesus e como Jesus, fazendo de nossas vidas dons generosos, na família, no trabalho, no serviço à Igreja, nas obras de misericórdia.
DIA DA VIDA CONSAGRADA
Essa celebração também é dedicada ao Dia da Vida Consagrada, que evoca a importância para a Igreja dos que acolheram a vocação de seguir Jesus de perto pelo caminho dos conselhos evangélicos. A narração evangélica de Lucas 2,22-23 constitui também um ícone da doação da própria vida por parte de quantos, por um dom de Deus, assumem as características típicas de Jesus casto, pobre e obediente.
De modo especial, no dia da Festa da Apresentação de Jesus no Templo, a Igreja proporciona aos cristãos, que de modo radical consagraram suas vidas ao Senhor, uma reflexão sobre essa opção. Como também nos ensina o Papa Francisco, “Tal consagração é vivida de modo particular pelos religiosos, monges, leigos consagrados, que com a profissão dos votos pertencem a Deus de modo pleno e exclusivo. Essa pertença ao Senhor permite que aqueles que a vivem de maneira autêntica ofereçam um testemunho especial ao Evangelho do Reino de Deus. Totalmente consagrados a Deus são inteiramente entregues aos irmãos, para levar a luz de Cristo onde as trevas são mais densas e para difundir a sua esperança nos corações desanimados” (Angelus, praça de São Pedro, 2 de fevereiro de 2014).