Como já falamos ao apresentar o novo Diretório para a catequese (2020), tratando-se da fase da adolescência sabemos que é um período singular do desenvolvimento humano, marcado por intensas transformações físicas, emocionais, cognitivas e espirituais. Nessa etapa, surgem profundas perguntas existenciais, questionamentos sobre a fé recebida na infância e uma busca por identidade e pertença, por isso, a psicopedagogia catequética conforme as idades se torna uma grande aliada no processo de evangelização, respeitando cada fase do indivíduo.
A psicopedagogia catequética compreende que evangelizar e catequizar adolescentes exige sensibilidade pedagógica, escuta ativa e métodos apropriados à sua realidade.
O novo Diretório para a Catequese reconhece o valor e o desafio de acompanhar essa etapa da vida. A adolescência vai aproximadamente dos 14 aos 21 anos e, por vezes, perdura mesmo muito além disso. Caracteriza-se pelo impulso para a independência e, ao mesmo tempo, pelo medo de começar a distanciar-se do contexto familiar; ela determina contínuas agitações entre impulsos de entusiasmo e retrocessos (Diretório para a Catequese, 248).
Segundo a psicopedagogia catequética, uma das principais funções do catequista é ser “mediador do amadurecimento da fé”, ajudando o adolescente a integrar a mensagem cristã com seus sentimentos, valores e projetos. O catequista deve evitar tanto o moralismo quanto o simplismo, optando por uma escuta empática e por metodologias participativas e dialogais, respeitando o processo de autonomia em formação.
A Igreja ensina que a catequese nessa etapa deve promover experiências de grupo, testemunhos significativos e uma proposta clara de vida cristã que responde às aspirações de liberdade, verdade e comunhão dos adolescentes (Diretório para a Catequese, n. 249).
Nesse sentido, a dimensão comunitária da fé é essencial. O adolescente precisa sentir-se acolhido e pertencente à comunidade eclesial, onde pode expressar dúvidas e encontrar apoio. A Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de São Paulo VI, já havia alertado: “O homem contemporâneo escuta mais facilmente as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas” (41). Isso é especialmente verdadeiro para os adolescentes, que percebem com clareza quando a proposta cristã é vivida de forma autêntica. Por isso, a coerência de vida dos catequistas e a espiritualidade vivida em grupo são fatores psicopedagógicos decisivos para a eficácia da catequese com os jovens.
Além disso, o Catecismo da Igreja Católica recorda que “A fé é uma adesão pessoal, do homem todo, a Deus que se revela. Comporta uma adesão da inteligência e da vontade à revelação que Deus fez de si mesmo, pelas suas ações e palavras. ‘Crer’ tem, pois, uma dupla referência: à pessoa e à verdade; à verdade, pela confiança na pessoa que a atesta” (176–177).
A psicopedagogia catequética nos ensina que catequizar adolescentes é evangelizar com escuta, respeito e criatividade, ajudando-os a transformar suas inquietações em abertura ao mistério de Deus e ao seguimento de Cristo. A catequese com eles deve ser lugar de descoberta, amadurecimento e missão.
Os padres Eduardo Calandro e Jordélio Ledo afirmam: “A catequese deve ser compreendida como processo, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história. Tal processo procura unir: fé e vida, dimensão pessoal e comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora realidade; celebração da dos ministérios e caminhada com o povo” (Calandro e Ledo, 2014).
Por fim, nessa fase da vida é preciso dar maior atenção ao grupo, partir do concreto, do existencial, algo que responde à sua curiosidade intelectual e necessidade de atividades (realização de ações transformadoras), principalmente assuntos que podem ir contra a fé e a mensagem da catequese. É o momento de fazer atividades transformadoras, por exemplo, ações caritativas, envolver as pastorais na catequese; fazer gincana solidária