Reconheço e Esperança

“Para vos dar um futuro e uma esperança.”
(Jeremias 29,11)

“A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal
Quando se vê, já terminou o ano…”
(Mário Quintana)

 

Já é dezembro, quase nem percebemos o tempo passar e já chegamos ao fim de mais um ano. Este período traz consigo uma atmosfera de reflexão e renovação. É um momento em que nossos corações se voltam para o balanço dos dias vividos e, ao mesmo tempo, enchem-se de esperança pelo novo que está por vir.

Essa esperança, que nasce do desejo de um futuro melhor, é como uma centelha que Deus coloca em nossos corações para lembrar que sempre há a possibilidade de recomeçar.

A esperança, na visão cristã, não é um simples otimismo passageiro, mas uma virtude profunda, uma confiança na fidelidade de Deus. Ela nos convida a olharmos além das situações imediatas e enxergarmos a vida com os olhos da fé. 

Ao terminarmos o ano, podemos trazer à memória as promessas divinas e lembrar que, ainda que tenhamos enfrentado dificuldades, o Senhor está sempre conosco. 

Este período é também um convite ao recomeço, à conversão. Como na passagem do ano litúrgico, a Igreja nos chama a prepararmos os nossos corações para presentificarmos o nascimento de Jesus. Ele, que é a luz do mundo, veio para renovar nossa esperança e dar-nos um novo horizonte. O Advento, que antecede o Natal, lembra-nos que Deus se faz presente na história e sua chegada nos permite recomeçar, abandonar os erros e abraçar a misericórdia divina.

A poesia também traduz esse sentimento de recomeço e esperança. Em “Esperança”, Carlos Drummond de Andrade nos convida a esperar com paciência e serenidade, pois “O tempo esfria, o tempo arde”. Na beleza dessas palavras, podemos encontrar uma ponte entre o humano e o divino. O tempo que passa e que transforma é, para nós, um reflexo da ação de Deus. O fim do ano nos lembra de que tudo passou e que, no momento certo, a esperança germina, trazendo novos frutos para nossa vida.

Para muitos, o ano que termina pode ter sido marcado por perdas e sofrimentos, mas a fé nos recorda que Deus está sempre ao nosso lado, oferecendo consolo e abrindo caminhos de cura e restauração. 

O fim do ano é também um momento para o perdão e a reconciliação. Jesus nos ensinou a importância de perdoar para que possamos viver em paz e recomeçar. Ao abandonarmos as mágoas e ressentimentos, damos espaço para que o amor de Deus renove nosso coração. O ato de perdoar é um passo de fé, uma decisão de seguir adiante, confiando que Deus fará novas todas as coisas.

Ao olharmos para o novo ano somos convidados a cultivar a esperança de que, com Deus, tudo é possível. 

Que este fim de ano seja uma oportunidade para renovarmos nossa fé, nossa esperança e nossa capacidade de amar. Que possamos, guiados pela luz de Cristo, recomeçar com o coração cheio de alegria e gratidão, certos de que o melhor de Deus ainda está por vir.

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