4 PERIGOS PARA OS CATÓLICOS NAS REDES SOCIAIS

Muito se fala sobre o comportamento e a presença das pessoas em plataformas como Facebook, YouTube, Instagram, TikTok, WhatsApp… mas como eu me comporto? Como eu contribuo para que as redes sociais sejam ambientes seguros e não hostis?

Promover o uso consciente das mídias digitais é papel de todos os católicos, especialmente das lideranças. Minha presença no digital deve ser um testemunho inspirador, pois, em diferentes níveis e camadas, todos somos “influenciadores” de um grupo de pessoas – seja na família, entre amigos ou de uma grande massa de seguidores em nossos perfis nas mídias digitais.

A evangelização no digital é acompanhada pelo testemunho, e por isso proponho aqui a reflexão sobre quatro perigos para os católicos nas redes sociais digitais:

  • O Fascínio por Telas

Entre todas as idades e em todos os lugares, observamos o movimento silencioso de “fascínio por telas”. Sempre há alguém com a cabeça baixa e os dedos deslizando na tela de seu smartphone em busca de “mais uma trend”, “mais um meme”, “mais um stories”… é comum ouvirmos “só mais um minuto e já saio”, mas, na verdade, sabemos que a pessoa não irá desconectar tão cedo.

Essa dependência por telas tem levado muitas pessoas ao vício da nomofobia – o medo irracional de ficar sem o celular ou de ser impedido de usá-lo por algum motivo, como falta de bateria ou de conexão à internet. Além dessa doença dos novos tempos, essa dependência tem ainda consequências que prejudicam relacionamentos, distanciam amigos, atrapalham o trabalho, diminuem os estudos…

Se olharmos para os dados recentes de uso de telas no Brasil, o relatório Digital 2024 Global Overview Report mostra que o brasileiro passa em média 9h13 ao dia conectado à internet, sendo 3h37 nas redes sociais.

  • Julgamentos

A foto dos filhos, a viagem dos amigos, a reforma da casa, uma conquista financeira… o post logo começa a receber curtidas, comentários e reações com os mais variados emojis vindos dos seguidores. Mas, junto das interações, chegam os julgamentos, e aqui no digital ele é rápido e injusto. O que era para ser interação “social” se torna um verdadeiro tribunal sem espaço para defesa.

As pessoas são julgadas, avaliadas por amigos e desconhecidos que se escondem atrás da tela de um celular ou computador.

Cuidado! Você pode estar julgando as pessoas nas redes sociais com seus comentários e opiniões quando compartilha uma mensagem expondo um fracasso do outro; quando lota um post de comentários manifestando sua repulsa pelo posicionamento alheio; quando condena as pessoas por seus atos sem buscar ouvir a história completa.

  • Esquecer o Exemplo de Jesus Comunicador

Jesus Cristo é comunicador do Pai, Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6). Ele nos quer unidos a Ele para que possamos produzir frutos como ramos unidos à videira (Jo 15, 1-17).

Com Ele, aprendemos a comunicar. Não há comunicação fora deste caminho! Se nos inspirarmos em Jesus Comunicador, nossa presença no digital será testemunho transformador e evangelizador.

  • A Falta de Oração

A espiritualidade constitui um alicerce na vida dos católicos. Sem a prática e a vivência da espiritualidade, somos vazios e frágeis como sujeitos e tornamo-nos vulneráveis às dificuldades que se apresentam ao longo do caminho – inclusive no ambiente digital.

É fundamental cultivar a espiritualidade em nossa presença nas mídias digitais. Isso não significa apenas “postar o Evangelho do Dia”, “postar a foto do Santo do Dia”, mas ser presença cristã em todos os momentos e ações, seja em um comentário ou num compartilhamento de conteúdo no feed de qualquer rede social digital.

Mesmo diante deste cenário de perigos nas plataformas digitais, isso não significa que você deva se distanciar das redes sociais, mas sim usá-las com sabedoria e para a Maior Glória de Deus – como diz o lema dos Jesuítas. É importante lembrar que as mídias digitais como Facebook, Instagram, TikTok e outros podem ser instrumentos de bênção ou maldição, dependendo de como cada pessoa as usa.

Um “follow” (seguir) não significa amizade, assim como um “like” (curtir) não é afeto. Seja vigilante no ambiente digital.

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