SANTA RITA DE CÁSSIA: COMO UMA MULHER SIMPLES SE TORNOU UMA DAS SANTAS MAIS POPULARES DA IGREJA CATÓLICA

É justamente na simplicidade de Santa Rita de Cássia que se explica o fato de ela ser uma santa tão querida e venerada entre os católicos. Na sua vida simples – foi filha, esposa, mãe, viúva e religiosa – ela conseguiu realizar grandes coisas, os “impossíveis de Santa Rita”, porque a fé no Deus do impossível nunca lhe faltou.

O próprio nascimento de Rita pode ter sido um desses impossíveis, pois seus pais já eram considerados idosos quando ela nasceu, na localidade de Roccaporena, em Cássia, na Itália. O ano mais provável do seu nascimento seria 1373 (Arias, 2005), sendo batizada com o nome de Margarita. “Rita” provavelmente era um diminutivo carinhoso.

Os Impossíveis de Santa Rita

São muitos os impossíveis que cercam a história de Santa Rita. Quando bebê, enquanto seus pais trabalhavam no campo, ela foi cercada por abelhas que depositavam mel em sua boca sem fazer mal algum. Conta a tradição que, nessa mesma ocasião, um agricultor passou pela bebê após ter ferido a mão no trabalho e, ao tentar afastar as abelhas com a mão ferida, teria sido curado imediatamente.

Casamento e Maternidade

Aos 14 anos, Rita foi prometida em casamento e, pouco tempo depois de casada, teve dois filhos. Seu marido tinha fama de ser de difícil convívio, com crenças opostas às dela, e há quem diga que era violento e rude. Ela conseguiu converter o marido e acabar com as desavenças familiares.

No entanto, o marido foi assassinado, começando o calvário na vida de Santa Rita. Alguns relatos afirmam que, temendo que os filhos vingassem a morte do pai, Rita teria pedido a Deus que os livrasse desse pecado mortal. Pouco tempo depois, os filhos faleceram, vítimas de uma doença que assolava a Europa.

Eis então mais um impossível que Santa Rita teria que buscar: sobreviver à morte do marido e dos filhos e à solidão.

Vida Religiosa

Rita resolveu realizar um sonho de infância, a vida religiosa, buscando o Mosteiro Santa Maria Madalena, em Cássia. Mas sua entrada foi negada três vezes. A sua aceitação no mosteiro dependia da pacificação das famílias envolvidas na morte do marido e, quando conseguiu esse grande impossível, com a ajuda de seus santos de devoção — São Nicolau Tolentino, São João Batista e Santo Agostinho — ela foi aceita no mosteiro.

O Estigma na Testa

Um dos maiores símbolos de Santa Rita é o estigma na testa. Conta a tradição que, numa Sexta-feira Santa, comovida com o sofrimento de Jesus Cristo, ela teria pedido para sentir uma parcela da dor que Ele sentiu. Um espinho da coroa se desprendeu e a atingiu na testa, o estigma, uma ferida com a qual conviveu até sua morte.

Rosas e Figos

Ao final dos seus dias, doente e debilitada, Santa Rita não deixava de rezar pelos seus e pediu a Deus um sinal. Pediu a uma parente para buscar no jardim de sua casa uma rosa e dois figos. Apesar de ser inverno, a parente encontrou uma rosa e dois figos e os levou à Santa Rita.

Morte

Santa Rita faleceu no dia 22 de maio em 1447, cercada pelas religiosas do mosteiro. A ferida se transformou numa cicatriz e o ambiente foi invadido pelo cheiro de rosas. Sua morte foi anunciada pelo replicar dos sinos que tocaram em toda a região e centenas de pessoas vieram se despedir da monja tão amada por tantos.

Beatificação e Canonização

O processo de beatificação e canonização de Santa Rita foi tão demorado que podemos dizer que foi mais um impossível de Santa Rita. A beatificação ocorreu em 1619 e a canonização em maio de 1900, a primeira santa canonizada no século XX.

Hoje, Santa Rita é considerada uma das santas mais populares da Igreja Católica e a Basílica de Santa Rita de Cássia, onde está o corpo incorrupto da santa, é um local de visitação de devotos do mundo inteiro.

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