João Batista, o servo fiel

João significa “Javé é benigno”, filho de Isabel e Zacarias. Encontramos em Lucas 1,5-80 a narrativa de seu chamado e posteriormente a missão que concretamente veio a realizar. A vida de João é de fato a grande intervenção de Deus na preparação da vinda de seu Filho. Com ele se encerram as profecias do Antigo Testamento e se abre o novo tempo da história com a chegada do Messias Salvador.

João Batista merece grande destaque, pois era um nazireu (asceta que seguia o Código do Levítico de forma bem austera), consagrado a Deus, eremita, vivia na simplicidade em meio aos selvagens, falava em nome de Deus: “Entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista” (Mt 11,11).

João nasceu com o propósito de “preparar a vinda do Senhor, discernir quem é o Senhor, diminuir para que o Senhor cresça” (Papa Francisco). Esses três verbos resumem bem sua missão: preparar os corações para que Cristo habite e reine, discernir com a força do Espírito Santo o que agrada ao Senhor e diminuir para que Cristo brilhe com seu Evangelho.

O profeta pregou a conversão denunciando fortemente o abuso das autoridades civis e religiosas, as injustiças e as formas corruptas com que se governava. Isso provocou a catarse a ponto ser martirizado por Herodes.

A voz que gritava no deserto chamava a atenção para Deus por meio de uma sincera mudança de vida com as práticas cotidianas do jejum, da abstinência, da oração e, sobretudo, da humildade que acolhe a vontade do Senhor como realização pessoal e comunitária. João é um dom de Deus escolhido para dar voz aos pequenos em total serviço ao Messias.

Tinha consciência de seu papel na história da salvação, tanto que se retirou quando Cristo apareceu. Fez de sua vida uma ação concreta de esperança, transpassado pelo olhar benevolente de Deus.

Certamente, temos boas referências de João Batista em nosso itinerário cristão e espiritual. Desde criança aprendemos a admirá-lo nas festas juninas e devotar-lhe sinceras homenagens por tamanha grandeza no plano de Deus. É tempo oportuno para aprendermos a servir livremente o Senhor com espírito missionário desde a presença do Batista, que tão sabiamente se envolveu com o mistério da redenção. Consagrar-se a Deus desde o Batismo nos dá alegria e senso de responsabilidade para fazer ecoar os desejos de Deus na sociedade imatura e individualista.

Assim como João somos profetas de Jesus Cristo e nossa voz deve alcançar os corações fechados pela incredulidade. Anunciar Cristo é a missão de quem se reconhece cristão, eis a epifania divina tão bem vivida pelo Batista e alimentada pela fé.

“A sua história foi a de um homem extraordinário que teve a consciência da grandeza da sua vocação, mas também do limite da sua missão.” (Card. Gianfranco Ravasi) 

Qual a resposta que posso dar a Deus inspirada em João Batista?