Domingo, Dia do Senhor

O domingo é, por excelência, o dia do Senhor, dia este em que os cristãos são chamados a voltar-se mais diretamente para o Senhor Deus, aquele que é a razão de tudo o que existe e que existirá. Diante dessa certeza, será que os jovens têm tido essa compreensão e buscado colocá-la em prática? Evidentemente, nem sempre! 

O Livro do Eclesiastes, no capítulo terceiro, diz que debaixo do Céu há um tempo para tudo. Tempo de nascer, tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de colher; enfim, mais adiante, afirma: “As coisas que Deus fez são boas a seu tempo. Ele pôs, além disso, no seu coração, a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo ao outro” (Ecl 3,11). Tudo o que Deus fez é bom e traz paz e alegria ao coração. Dentre as coisas criadas está o tempo, que é muito precioso até porque nenhum ser humano sabe quanto tempo tem nesta vida. Ninguém, como diz o versículo, conseguirá compreender totalmente a obra divina, por isso que o tempo não pode ser compreendido em sua dimensão total, mas vivido. Ressalta-se, vivido! No entanto, o que você tem feito do seu tempo? Tem vivido em Deus? 

Viver o tempo em Deus é privilegiá-lo em detrimento das outras coisas, sobretudo no domingo, o mais significativo dia da semana. Sem sombra de dúvida, a semana muitas vezes é bastante intensa. Para alguns jovens, de estudos; para outros, de trabalho; e o dia que têm para descansar é o domingo. Pensam em alguma atividade de lazer ou de descanso literalmente e isso faz muito bem, só não devem se esquecer de descansar no Senhor, indo à Missa, pois lá renovam as forças para mais uma semana de trabalhos ou estudos. “Sendo a Eucaristia o verdadeiro coração do domingo, compreende-se por que razão, desde os primeiros séculos, os pastores não cessaram de recordar aos seus fiéis a necessidade de participarem na assembleia litúrgica. ‘No dia do Senhor, deixai tudo’ – declara, por exemplo, o tratado do século III denominado Didaskália dos apóstolos – ‘e zelosamente correi à vossa assembleia, porque é o vosso louvor a Deus. Caso contrário, que desculpa terão junto de Deus aqueles que não se reúnem, no dia do Senhor, para ouvir a Palavra de vida e nutrir-se do alimento divino que permanece eternamente?’” (Carta Encíclica Dies Domini, 46): João Paulo II, ao dizer isso, fortalece a ideia de que é necessário deixar tudo e primeiramente buscar o Senhor. Quem faz isso santifica o seu descanso e torna felizes os seus dias. 

Comumente se ouve de quem participa da aanta Missa dominical: “A homilia hoje foi para mim!”, “Deus me tocou profundamente!”, “Ao comungar senti paz no coração!”. Quantos jovens dizem isso após irem à Missa? Muitos! Tais constatações fazem compreender que a Missa, particularmente a do domingo, torna-se um projeto pessoal de vida para viver bem a semana. Na Missa, Deus alcança os corações para que eles se fortaleçam e possam viver bem cada dia da semana, ou seja, com uma inspiração divina a lhes guiar. É da Missa à missão de cada dia! “Recebendo o pão da vida, os discípulos de Cristo preparam-se para enfrentar, com a força do Ressuscitado e do seu espírito, as obrigações que os esperam na sua vida ordinária. Com efeito, para o fiel que compreendeu o sentido daquilo que realizou, a celebração eucarística não pode exaurir-se no interior do templo. Como as primeiras testemunhas da ressurreição, também os cristãos, convocados a cada domingo para viver e confessar a presença do Ressuscitado, são chamados, na sua vida quotidiana, a tornarem-se evangelizadores e testemunhas.” (João Paulo II, Carta Encíclica Dies Domini, 45) 

Se a Missa dominical é o ponto de partida para a missão e o testemunho daquilo que foi celebrado é oportuno lembrar que nesse dia o cristão também deve reservar momentos com a família, com os amigos, de convivência fraterna e descanso sadio e em todos eles dar testemunho do que ouviu e comungou na celebração eucarística. Diz São João Paulo II: “Se a participação na Eucaristia é o coração do domingo, seria contudo restritivo reduzir apenas a isso o dever de ‘santificá-lo’. Na verdade, o dia do Senhor é bem vivido se todo ele estiver marcado pela lembrança agradecida e efetiva das obras de Deus. Ora, isso obriga cada um dos discípulos de Cristo a conferir, também aos outros momentos do dia passados fora do contexto litúrgico – vida de família, relações sociais, horas de diversão –, um estilo tal que ajude a fazer transparecer a paz e a alegria do Ressuscitado no tecido ordinário da vida”. (Carta Encíclica Dies Domini, 52).

Enfim, o dia do Senhor é, de fato, um dia santificado e essa santificação está quando se coloca em primeiro lugar a busca por Deus e, uma vez buscando-o por meio da Igreja na participação da santa Missa, santificar os demais momentos, quer desse mesmo dia ou dos dias semanais. 

Faça a experiência de ir à Missa dominical e sentirá isso no coração!

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