consigo?A vida é um convite contínuo ao crescimento cultural, humano e espiritual. Se nos consideramos satisfeitos ou pensamos não precisar mais de nenhum tipo de aprofundamento, começamos a regredir, paramos de crescer e de viver!
A vivência cada vez mais intensa da espiritualidade faz descortinar novos mundos e descobrir possibilidades antes não imaginadas. Muitas experiências poderiam ser mencionadas aqui, no entanto, gostaria de citar uma que poderá ajudar, pelo menos, a refletir. Ao mergulhar mais profundamente na vida espiritual e de oração passamos a ter outra sensibilidade em relação à forma como Deus e a Virgem Maria se comunicam conosco.
O que vou relatar agora pode acontecer com cada um de nós, porém, cada um deve descobrir as diferentes e criativas formas de manifestação de Deus em sua própria vida. Aprendi que são muitas as formas de Deus se manifestar, porém, todas elas muito sutis, quase imperceptíveis e não por mérito, mas por pura graça: uma inspiração, uma visão, uma palavra da Escritura, uma figura, uma imagem e até um milagre.
Sentir algo diferente, a sensibilidade e a emoção elevadas ao grau máximo, sentir uma presença que não se sabe explicar; às vezes uma intuição, outras, um interrogante. A certeza que se tem é a necessidade de estar atento, devoto, consciente e muito voltado para o interior, a fim de poder captar a voz de Deus que no silêncio se comunica. E assim acontece, seja nos grandes acontecimentos da vida, seja em várias outras ocasiões, mas sempre em clima de oração.
Por isso, a prática da espiritualidade e, em especial, da oração nos coloca em sintonia para perceber esses sinais da presença de Deus, como também da intercessão da Virgem Maria. O ativismo e a dispersão nos impedem de captar as sutis comunicações do Alto. Assim viveram os grandes mestres da vida espiritual e, em especial, os santos. O próprio Santo Antônio Maria Claret, por ocasião da conservação da Eucaristia em seu peito, de uma comunhão a outra, dizia “Eu preciso estar muito recolhido e devoto interiormente” para não se afastar da presença daquele que o habitava como sacrário vivo.
Se conosco Deus se manifesta dessa forma, imagine sua presença na vida da Virgem Maria. Essa percepção foi tal a ponto de Maria conceber em seu seio, pela ação do Espírito Santo, Jesus, o Filho de Deus; proximidade e comunhão espiritual nos mínimos acontecimentos da vida faziam de Maria uma mulher em constante e profunda união com Deus e, na gravidez, com seu filho, Jesus. Nenhuma sutil manifestação passava despercebida na vida de Maria; é por isso que, nos evangelhos, vemos a presença marcante de Maria no silêncio e não tanto na fala.
Contemplemos, pois, o silêncio de Maria, que, por si, é eloquente não em palavras, mas em atenção e comunhão com o Divino. Tenhamos a certeza de que assim como Maria estava atenta à ação e à voz de Deus, assim também ela está atenta aos nossos rogos, como mãe que é de todos nós.
A propósito, como você tem sentido a presença de Deus em sua vida? Que sinais, moções ou inspirações indicam que Deus está próximo e quer se comunicar