Esta é uma pergunta que muitas pessoas fazem, especialmente os jovens, pois são constantemente desafiados diante deste tema, que a sociedade coloca em todos os espaços, seja em propagandas comerciais, rodas de conversa, e, paradoxalmente, aqueles que desejam caminhar segundo os mandamentos da Lei de Deus devem compreender este tema a partir do amor. E, a partir dessa compreensão, terão clareza sobre se é pecado ou não.
Não se pode falar de sexo sem falar de amor. O amor é algo genuíno e puro, que está no mais profundo do coração do ser humano. Foi Deus quem colocou no coração do homem a capacidade de amar e ser amado, e ninguém se realiza por completo se não se abrir ao amor. Isso, porém, não significa praticar o sexo, mas sim viver a pureza e a leveza da alma, aquilo que está na centralidade do coração. O Catecismo Jovem da Igreja Católica, no número 402, diz: “O amor é a livre entrega do coração. Quando alguém ama algo de verdade, tem tanta vontade dessa coisa que sai de si para se entregar a ela. Um músico pode entregar-se a uma obra-prima. Uma educadora de infância pode estar disponível de todo o coração para as suas crianças. Nessa amizade está o amor. A mais bela forma de amor neste mundo é, todavia, o amor entre um homem e uma mulher, no qual duas pessoas se entregam mutuamente para sempre. Esse amor humano é uma imagem do amor divino, o amor por excelência… O amor deve cunhar toda a vida de uma pessoa, o que, no entanto, se realiza profundamente quando um homem e uma mulher se amam no matrimônio e se tornam ‘uma só carne’ (Gn 2,24).”
Ao compreender a dimensão essencial e natural do amor humano, pode-se então falar de sexualidade. Esta, quando vivida nessa perspectiva, está dentro do que Deus planejou no contexto de amor entre um homem e uma mulher. “A sexualidade e o amor estão inseparavelmente unidos. O encontro sexual necessita de um contexto de amor fiel e sério. Quando a sexualidade é separada do amor e se busca apenas a satisfação física, destrói-se o sentido da união sexual entre o homem e a mulher. A fusão sexual é a mais bela expressão corporal e sensual do amor. As pessoas que procuram sexo sem amar vivenciam uma mentira, pois a proximidade dos corpos não corresponde à proximidade dos corações. Quem não leva à letra a expressão corporal prejudica, a longo prazo, o corpo e o espírito. O sexo torna-se, então, desumano; ele degrada-se em puro meio de prazer e degenera em mercadoria”, afirma ainda o Catecismo Jovem da Igreja Católica, no número 403. Também é oportuno o pensamento do filósofo francês Paul Ricoeur: “Tudo o que torna fácil o encontro sexual promove, ao mesmo tempo, a sua queda no precipício da insignificância.”
O sexo não pode ser praticado pelo puro prazer, pois, como comenta divina e sabiamente a Igreja, se não houver a comunhão de corações, numa entrega total e recíproca de si, com a bênção de Deus através do matrimônio, será o prazer pelo prazer, e não uma felicidade duradoura, na qual um cônjuge completa o outro, e os dois se tornam plenamente felizes. Por isso, o sexo, quando vivido após o sacramento do matrimônio, não é pecado; é uma bênção, destinada a unir ainda mais o casal, visto que suas duas funções são: unitiva e procriativa, ou seja, unir o casal e fazer com que contemplem o resultado de seu amor íntimo, que é a geração dos filhos. “Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos próprios esposos e a transmissão da vida” (Catecismo da Igreja Católica, 2363). O sexo, por sua vez, gera comprometimento com a vida de quem se ama e com a vida de quem é gerado através do amor. Em suma, tudo parte do amor e tem o amor como fim!
Portanto, o jovem cristão deve estar atento ao que a Igreja diz sobre a sexualidade humana. É um nadar contra as correntes deste mundo, que deturpa o sentido e a beleza das coisas, como o sexo, que, quando vivido dentro do matrimônio, com consciência de amor e responsabilidade, não é pecado e traz consigo uma marca de felicidade plena para o casal