Animais Domésticos, nossa Companhia

No mês em que comemoramos o Dia de São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia, somos convidados a refletir sobre a importância e os cuidados que se devem ter com os animais domésticos. Eles são uma ótima companhia para crianças, jovens, adultos, idosos e também para pessoas com deficiência. É importante procurar o equilíbrio no afeto que se deposita nos animais de estimação.

Quando Deus criou o mundo, criou também os animais selvagens e domésticos segundo suas espécies, e viu que era bom. Em seguida, criou o homem à sua imagem e semelhança e viu que tudo era muito bom (Gn 1, 25-31). Deus submeteu toda a criação ao homem para que ele pudesse “dominá-la”. No entanto, a forma como compreendemos a palavra “dominar” gera um grande equívoco no modo como nos relacionamos com a criação. Ora nos relacionamos com ela de forma irresponsável, através da falta de cuidado com a casa comum; ora nos relacionamos de modo exagerado, principalmente com os animais domésticos, e damos mais valor aos animais do que ao ser humano.

Hoje, vemos um grande apogeu dos pets. Cada vez mais estamos adotando animais para que possam nos fazer companhia. Quem não gosta de chegar em casa e ser recebido por seu pet com aquela alegria que nos arranca um sorriso sincero, mesmo quando estamos cansados após um longo dia de trabalho? Parece que essa recepção nos dá um novo vigor, e, apesar de todo o cansaço, encontramos forças para fazer um carinho e brincar por um instante com nossos pets.

Os animais de estimação, assim como todos os outros, nos revelam a presença de Deus, pois o Deus que nos criou também criou os animais, e eles, de sua forma, manifestam para nós a presença divina. Francisco de Assis chamava os animais de irmãos, pois reconhecia essa verdade: o mesmo Deus que criou o homem criou também os animais; sendo assim, somos todos irmãos.

Os animais de estimação nos ajudam em diversos aspectos: são companhia em momentos de solidão, são sinais de amor em momentos de desamor e ainda são terapêuticos, ajudando na nossa saúde física e mental. Ter um pet é ter uma companhia, mas é preciso saber equilibrar a relação com os pets e com as pessoas. É importante termos a companhia de um animal de estimação, mas ele nunca pode substituir nossa relação com as pessoas.

Hoje se fala muito em “pais de pets”. Muitas pessoas têm deixado de ter filhos para adotarem animais de estimação. Infelizmente, isso tem se tornado cada vez mais comum. A Igreja não proíbe que se tenha pets, mas eles nunca devem substituir um filho. Quando se assume o matrimônio, assume-se também os filhos que Deus der ao casal; porém, muitos casais estão evitando ter filhos para terem pets.

O desequilíbrio nas relações com os animais nos faz valorizar mais a vida de um animal do que a vida humana. No entanto, só o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Desta forma, sua dignidade de filho de Deus não pode ser oprimida por um pet. Devemos amar, proteger e cuidar dos animais domésticos, mas é preciso encontrar o equilíbrio nas relações, pois a relação humana é a única capaz de nos confrontar e nos fazer crescer no conhecimento de si, do outro e de Deus.

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