É com essa mensagem que o Papa Francisco inicia a sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, também conhecida como a Alegria do Evangelho. A partir desse documento, lançado em 2013, separamos, a seguir, algumas dicas do Santo Padre para a evangelização. Confira abaixo:
ANUNCIE O EVANGELHO COM SIMPLICIDADE E BELEZA
“Relativamente à proposta moral da catequese, que convida a crescer na fidelidade ao estilo de vida do Evangelho, é oportuno indicar sempre o bem desejável, a proposta de vida, de maturidade, de realização, de fecundidade, sob cuja luz se pode entender a nossa denúncia dos males que a podem obscurecer. Mais do que como peritos em diagnósticos apocalípticos ou juízes sombrios que se comprazem em detectar qualquer perigo ou desvio, é bom que nos possam ver como mensageiros alegres de propostas altas, guardiões do bem e da beleza que resplandecem numa vida fiel ao Evangelho.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 168)
PROCLAME PALAVRAS QUE AQUECEM OS CORAÇÕES
“Falar com o coração implica mantê-lo não só ardente, mas também iluminado pela integridade da revelação e pelo caminho que essa palavra percorreu no coração da Igreja e do nosso povo fiel ao longo da sua história. A identidade cristã, que é aquele abraço batismal que o Pai nos deu em pequeninos, faz-nos anelar, como filhos pródigos – e prediletos em Maria –, pelo outro abraço, o do Pai misericordioso que nos espera na glória. Fazer com que o nosso povo se sinta, de certo modo, no meio desses dois abraços é a tarefa difícil, mas bela, de quem prega o Evangelho.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 144)
ENTRE AS DICAS DE EVANGELIZAR, PROMOVA O DIÁLOGO ECUMÊNICO
“O compromisso ecumênico corresponde à oração do Senhor Jesus pedindo ‘que todos sejam um só’ (Jo 17,21). A credibilidade do anúncio cristão seria muito maior se os cristãos superassem as suas divisões e a Igreja realizasse ‘a plenitude da catolicidade que lhe é própria naqueles filhos que, embora incorporados pelo Batismo, estão separados da sua plena comunhão’. Devemos sempre lembrarmo-nos de que somos peregrinos, e peregrinamos juntos. Para isso, devemos abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem desconfianças e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do único Deus. O abrir-se ao outro tem algo de artesanal, a paz é artesanal. Jesus disse-nos: ‘Felizes os pacificadores’ (Mt 5,9). Nesse esforço, mesmo entre nós, cumpre-se a antiga profecia: ‘Transformarão as suas espadas em relhas de arado’ (Is 2,4).” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 244)
CULTIVAR A UNIDADE SOBRE O CONFLITO
“O anúncio de paz não é a proclamação duma paz negociada, mas a convicção de que a unidade do Espírito harmoniza todas as diversidades. Supera qualquer conflito numa nova e promissora síntese. A diversidade é bela, quando aceita entrar constantemente num processo de reconciliação até selar uma espécie de pacto cultural que faça surgir uma ‘diversidade reconciliada’, como justamente ensinaram os bispos da República Democrática do Congo: ‘A diversidade das nossas etnias é uma riqueza. (…) Só com a unidade, a conversão dos corações e a reconciliação é que poderemos fazer avançar o nosso país’.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 230)
CONFIE NA AÇÃO DO RESSUSCITADO E DO SEU ESPÍRITO
“Para manter vivo o ardor missionário é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele ‘vem em auxílio da nossa fraqueza’ (Rm 8,26), mas essa confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos de o invocar constantemente. Ele pode curar-nos de tudo o que nos faz esmorecer no compromisso missionário. É verdade que essa confiança no invisível pode causar-nos alguma vertigem: é como mergulhar num mar onde não sabemos o que vamos encontrar, eu mesmo o experimentei tantas vezes, mas não há maior liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular e controlar tudo e permitindo que Ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione para onde Ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e em cada momento. A isso chama-se ser misteriosamente fecundos!” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 280)
DICAS PARA EVANGELIZAR PESSOA A PESSOA
“Não se deve pensar que o anúncio evangélico tem de ser transmitido sempre com determinadas fórmulas preestabelecidas ou com palavras concretas que exprimem um conteúdo absolutamente invariável. Transmite-se com formas tão diversas que seria impossível descrevê-las ou catalogá-las e cujo sujeito coletivo é o povo de Deus com seus gestos e sinais inumeráveis. Por conseguinte, se o Evangelho se encarnou numa cultura, já não se comunica apenas através do anúncio de pessoa a pessoa.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 129)
MOTIVE O ACOMPANHAMENTO PESSOAL DOS PROCESSOS DE CRESCIMENTO
“O acompanhamento espiritual autêntico começa sempre e prossegue no âmbito do serviço à missão evangelizadora. A relação de Paulo com Timóteo e Tito é exemplo desse acompanhamento e dessa formação durante a ação apostólica. Ao mesmo tempo que lhes confia a missão de permanecer numa cidade concreta para ‘acabar de organizar o que ainda falta’ (Tt 1,5; cf. 1Tm 1,3-5), dá-lhes os critérios para a vida pessoal e a atividade pastoral. Isso é claramente distinto de todo o tipo de acompanhamento intimista, de autorrealização isolada. Os discípulos missionários acompanham discípulos missionários.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 173)
CONTE COM A FORÇA MISSIONÁRIA DA INTERCESSÃO NAS DICAS PARA EVANGELIZAR
“Os grandes homens e mulheres de Deus foram grandes intercessores. A intercessão é como a ‘levedação’ no seio da Santíssima Trindade. É penetrarmos o Pai e descobrirmos novas dimensões que iluminam as situações concretas e as mudam. Poderíamos dizer que o coração de Deus se deixa comover pela intercessão, mas na realidade Ele sempre nos antecipa, pelo que, com a nossa intercessão, apenas possibilitamos que o seu poder, o seu amor e a sua lealdade se manifestem mais claramente no povo.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 283)
RECEBA O AUXÍLIO DA ESTRELA DA EVANGELIZAÇÃO
“Há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja, porque sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes. Fixando-a, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque ‘derrubou os poderosos de seus tronos’ e ‘aos ricos despediu de mãos vazias’ (Lc 1,52.53) é a mesma que assegura o aconchego dum lar à nossa busca de justiça.” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 288)
INTENÇÕES DO PAPA PARA O MÊS DE MAIO
PELAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Rezemos para que, por meio do trabalho, realize-se toda pessoa, sejam sustentadas as famílias com dignidade e se humanize a sociedade.