Para os catequistas, é preciso compreender o processo de aquisição do conhecimento. Todos nós que somos catequistas hoje aprendemos de formas diferentes: alguns aprendem mais rápido, outros mais devagar; alguns são mais visuais, outros auditivos etc. É importante entender que há também diferentes formas de ensinar. Alguns aprendem facilmente seguindo apenas teorias; para outros, é preciso exemplos práticos.
Na psicopedagogia catequética, conforme as idades, três perguntas são norteadoras: Como é que se aprende e ensina algo? Por que alguns catequizandos aprendem tão facilmente, enquanto outros, não? Qual a origem das dificuldades em aprender determinados conteúdos da fé?
Por isso, na psicopedagogia catequética, a pessoa do catequista deve ter como “estudo” os atos de aprender e ensinar aos catequizandos, levando sempre em conta que o catequizando que aprende também ensina; além do mais, modifica e é modificado, em sua singularidade.
Partindo das indagações anteriores, chegamos à seguinte conclusão: a catequese não pode ser só teorias, também precisa levar à prática cristã. Aqui entra a proposta da catequese pós-Concílio Vaticano II: uma catequese de interação entre fé e vida (Documento 107 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Por isso, o catequista não pode ficar no mundo das ideias, sem um testemunho de vida.
Na psicopedagogia catequética, queremos pensar a catequese além das quatro paredes: como nossos catequizandos podem viver o que aprenderam? Como posso ser mais próximo deles como alguém que os conduzirá? Essas duas perguntas fazem parte do Documento 26 da CNBB e do novo Diretório para a Catequese.
Dessa forma, é preciso estabelecer um vínculo entre catequista e catequista, catequista e catequizando, catequista e pais, catequista e comunidade. Porque não se faz catequese de Iniciação à Vida Cristã sem a comunidade eclesial e os demais envolvidos neste processo. A psicopedagogia catequética busca corresponder às formas de ensinar e aprender o conteúdo da fé.
Dentro deste processo, um dos pilares principais são os vínculos entre os catequizandos e seus familiares, de modo que a mensagem cristã entre em seus corações. Conhecendo a realidade de cada um, será mais fácil falar a linguagem deles. Foi o que trabalhamos em outro artigo publicado no mês passado, sobre “Psicopedagogia Catequética na Igreja Doméstica”.
Na catequese da primeira infância, geralmente chamada de Pré-Catequese, com crianças de 4 a 6 anos, a criança na primeira infância gosta de contar histórias que ouviu ou criar histórias. Para os catequistas, é primordial a dimensão lúdica da Iniciação à Vida Cristã. Por isso, deve-se explorar todas as atividades lúdicas: contar histórias bíblicas, brincadeiras, teatro, correr, pular, dançar, fazer gestos através de músicas. Também é sempre bom variar as atividades, pois a criança não gosta muito de monotonia.
Por fim, é importante ter o itinerário catequético bem definido, com atividades que possam variar ao longo de cada encontro. Porém, embora seja uma catequese cem por cento lúdica, isso não quer dizer que não temos objetivos estabelecidos no itinerário. Não se trata de um brincar por brincar, mas de um brincar que evangeliza, que nutre na fé. Aqui podemos ensinar as orações básicas de todo cristão e atitudes concretas dentro da igreja doméstica que podem nutrir a fé dos pequenos.