Paulo é o apóstolo que não se cansou de proclamar a Boa-Nova de Jesus Cristo, com sua vida e palavra. Com ele aprendemos a estar sempre em comunicação com quem caminha ao nosso lado e a usarmos todos os recursos disponíveis para nos comunicarmos com quem está longe – mesmo que sejam as cartas no tempo de Paulo e hoje as mais modernas tecnologias.
“Sabemos que não existe evangelização sem comunicação. Evangelizar implica necessariamente comunicar. Até mesmo o testemunho de vida como ação evangelizadora é um pressuposto e também uma forma de comunicação. O ato de testemunhar é comunicar com a própria vivência a mensagem do Evangelho”, afirmou Dom Orani João Tempesta, arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ).
Todos temos a responsabilidade de comunicar a alegria do Evangelho e a Igreja tem se preocupado com esse assunto da comunicação cada vez mais, por meio dos documentos, cursos, livros, estudos, pesquisas, lives e artigos publicados, veja-se o trabalho da Pastoral da Comunicação (Pascom) Brasil.
No país, vale destacar o Diretório de comunicação da Igreja do Brasil publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 2014 e com versão atualizada em 2023. Inclusive, é do Diretório esta afirmação: “A evangelização é sempre comunicação, e toda a vida da Igreja é permeada pela comunicação” (Documento 99, 232).
Já de forma universal, temos o Decreto Inter Mirifica (1963) sobre os meios de comunicação social, do Concílio Vaticano II. Ainda de forma universal, as mensagens anuais do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais – verdadeiras análises da comunicação e orientações aos comunicadores católicos e seculares (esse será tema do nosso próximo artigo de maio).
Quando falamos em “comunicação” não estamos falando apenas dos meios (televisão, rádio, jornal, revista, sites, blogs, redes sociais…), mas de toda e qualquer forma de relacionamento humano. Aqui, vale destacar o papel das redes sociais, que são “redes de relacionamento” – e só as que geram relacionamento e conversação sobrevivem e crescem em termos de engajamento e resultados efetivos. Uma rede social “fria” não se relaciona com as pessoas, ou seja, não cumpre seu papel. Assim é a comunicação no ambiente digital para a Igreja: se não se relacionar, a evangelização não acontece. Não à toa, vemos centenas de perfis com publicações sem curtidas, comentários ou compartilhamentos, pois seus conteúdos são “frios”, não se relacionam com a comunidade formada pelos “seguidores ou inscritos”.
Jesus é o exemplo perfeito de comunicador a ser seguido, dentro e fora do ambiente digital. Falava de forma simples, adaptando sua mensagem para a realidade do seu “público” por meio das parábolas; sua comunicação gerava relacionamento e Ele se tornava próximo das mulheres, das crianças, dos órfãos, dos pobres, dos doentes… Jesus anunciava o Reino de Deus por meio das palavras e de seu exemplo.
Para evangelizar, precisamos nos relacionar com as pessoas e ser testemunhos vivos do Evangelho por meio de nossas palavras e ações.
E você, já evangelizou hoje?