JESUS, FILHO DE MARIA, NOSSO SALVADOR

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Os relatos evangélicos sobre a figura de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus permanecem discretos. Muito do que meditamos sobre Nossa Senhora e o mistério pascal são frutos de uma releitura exegética e das práticas vividas pela tradição. O fato, porém, de os evangelistas citarem com parcimônia a Virgem Maria, mãe de Deus, Nossa Senhora, não lhe retira sua importância na obra da salvação, mas coloca no centro desse evento quem de fato deve estar: Jesus, filho unigênito do Pai, filho de Maria, nosso Salvador.

Se dermos um zoom na figura de Maria no mistério pascal, podemos colher frutos incomensuráveis para nossa vida humana e espiritual, assim como encontrar um itinerário para viver a Páscoa do Senhor. Lembremo-nos de que o mistério pascal é o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus para nos salvar e nesse mistério Maria tem um lugar privilegiado, por ser mãe e serva, no sentido nobre da palavra, e por se inscrever pessoalmente na história da salvação!

Que itinerário espiritual Maria pode então nos inspirar para viver a Páscoa? Antes de responder ou tentar responder a essa pergunta, gostaria de recordar que a Páscoa nos remete à ideia de passagem, de libertação, passagem de um estado de morte para um estado de vida. Assim, o que podemos colher daquilo que nos é inspirado por Nossa Senhora pode nos conduzir tanto na vivência da Páscoa como evento litúrgico quanto nas páscoas de nossa existência, quando a vida triunfa sobre a morte!

Assim, Maria viveu a via-sacra de seu filho em silêncio. Nenhuma palavra saiu de sua boca. Nos evangelhos, podemos somente imaginar os gestos dessa mãe que acompanha a morte de seu filho. O gesto mais forte é o que nos é relatado por João: “Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe (…)” (Jo 19,25). Permanecer de pé, esse é o primeiro dos atos que Nossa Senhora nos traz para a vivência da Páscoa. O fato de estar de pé já é uma forma de antecipar essa esperança de que a morte não tem a última palavra. Não seria esse o ato de maior força do cristão, permanecer de pé? Não no intuito nem numa atitude de orgulho, mas, numa atitude de esperança, de fé e de confiança. Por que esse gesto de Maria é tão significativo? Porque, numa hora dessas, sempre imaginamos que qualquer um pode desmoronar, o que seria natural, entretanto, Maria nos mostra que, no ápice da dor, as promessas de Deus permanecem como uma luz no fim do túnel, como uma bússola no caminho.

Se Maria permaneceu de pé foi porque ela foi capaz de contemplar. A contemplação é o que nos permite entrar, de maneira profunda, na relação com Deus. A contemplação nasce dessa escuta silenciosa que nos ajuda a entrar no mistério da espera. Edith Stein, a santa de Auschwitz, escreveu em O segredo da cruz: “Assim, teu sofrimento muda-se em ação de graça para o consummatum est e numa espera silenciosa, crente, da manhã de Páscoa: no terceiro dia Ele ressuscitará”. Todo silêncio, sofrimento e espera de Nossa Senhora se transforma num hino de esperança pascal: Ele ressuscitará!

Viver a Páscoa com Nossa Senhora é entrar nesse itinerário espiritual que Maria nos inspira, que começa pela contemplação, leva-nos à escuta silenciosa das promessas de Deus e que nos permite permanecer de pé perante as nossas próprias vias-sacras, para entrar na esperança do terceiro dia, a ressurreição! Nossa Senhora, no mistério pascal, é para cada um de nós o sinal de que Deus nunca abandona os seus e que Ele sempre cumpre suas promessas. Talvez não como imaginamos, ma,s sempre para um “mais de vida”. Seja qual for o caminho, à imagem de Maria somos chamados a permanecer de pé!

Na rede social de oração Hozana, você encontrará uma proposta de itinerário espiritual de Páscoa com Maria. Na companhia da mãe de Jesus, poderá saborear a beleza e o encanto desse caminho de luz. A Via Lucis (Caminho da Luz) é uma proposta de oração que, paralelamente à Via Crucis, introduz-nos na contemplação do Ressuscitado por meio de catorze estações inspiradas nos textos dos evangelhos, dos Atos dos Apóstolos e das Cartas de São Paulo. 

Como Maria vivenciou cada momento da ressurreição de seu filho? Venha rezar esse mistério conosco.

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