NOVA LEI DO MATRIMÔNIO
27º domingo do Tempo Comum – 3 de outubro
1ª LEITURA – GÊNESIS 2,18-24
“E eles serão uma só carne.”
A sagrada liturgia nos fala hoje da solenidade com que nossa santa Igreja encara a união de homem com uma mulher, a ponto de haver um Sacramento próprio para a santificação desse estado de vida.
Como todos os sacramentos, o do Matrimônio é um veículo pelo qual os esposos recebem de Deus a graça própria à sua união, chamada graça de estado, para duas pessoas que aceitaram viver juntas com a mesma dignidade.
Esse ensinamento nos é apresentado nesta primeira leitura quando a Palavra de Deus nos ensina “Por isso, o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (v. 24).
“Serem uma só carne” significa que tudo em sua vida passará a ser partilhado entre os dois cônjuges. Quer dizer que ambos se respeitarão um ao outro. Portanto, não terá sentido um deles ter vida financeira independente, amigos, saídas, decisões separadas, pois agora deverão ser “casados” em tudo. Tampouco a mulher poderá ser tratada como um simples objeto que, depois de usado, poderá ser abandonado e esquecido. Ambos têm o mesmo valor e juntos planejarão sua nova vida.
SALMO 127(128),1-6 (R. 5)
“O Senhor te abençoe de Sião, cada dia da tua vida.”
2ª LEITURA – CARTA AOS HEBREUS 2,9-11
Tanto Jesus, o Santificador, quanto os santificados
descendem do mesmo ancestral.
Casados ou não, Jesus nos pede que rezemos e peçamos a força necessária para bem exercermos nossas obrigações de estado, ou seja, como solteiros ou casados ou, ainda, como consagrados à vida religiosa: os sacerdotes, os diáconos, as religiosas e os religiosos, cada um segundo o próprio carisma e sua vocação.
Pode-se alimentar a falsa ideia de que pouco adiantaria rezar se Deus está distante de nós. Mas, não foi assim, Jesus se encarnou, viveu em nosso meio, sentiu todos os nossos dramas, inclusive nossas dores e a morte e agora, ressuscitado, vive entre nós e em nós.
Por isso Jesus, que conheceu nossa vida e esteve em nosso meio, insistiu conosco para que rezássemos porque nos atenderia: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca acha. A quem bate se abrirá” (Mt 7,7-8).
Portanto, oração feita pelo casal é a atitude fundamental para elaborarem um projeto comum de vida a dois. Sem essa fé em Deus, a vida comum perderá seu sentido de crescimento mútuo e sua vida íntima será apenas uma aventura e não uma escolha de amor. Vale também para os casais a promessa de Cristo aos apóstolos: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (1JO 4,12)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Se amarmos uns aos outros, Deus em nós há de estar;
e seu amor em nós se aperfeiçoará.”
EVANGELHO – MARCOS 10,2-16
“O que Deus uniu, o homem não separe!”
Novamente, os fariseus se aproximaram de Jesus, mas não com a docilidade de uma criança, pura e aberta, desejando a verdade, como Jesus nos ensina no fim do Evangelho de hoje: “Em verdade, todo aquele que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará” (v. 15).
Na verdade, os fariseus “(…) chegaram e perguntaram a Jesus para pô-lo à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher” (v. 2). Julgavam que iam colocar o Mestre em dificuldade perante o povo, pois alguns deles, mais rigorosos, ensinavam ao povo judeu que era permitido ao esposo mandar sua esposa embora só no caso de infidelidade. Outros, porém, mais tolerantes, orientavam os maridos a poderem fazê-lo por qualquer motivo, como, por exemplo, a esposa cozinhar mal e por outros pretextos semelhantes.
Jesus respondeu-lhes, falando-lhes do projeto do Criador que inicialmente criou os homens e as mulheres para que formassem casais estáveis, unidos pelo amor. Para isso, no princípio da criação, Deus os abençoou para que fossem “uma só carne” (v. 7) e não para que se entregassem a aventuras, deturpando o seu plano que lhes respeita a dignidade.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Em minhas relações com as pessoas, levo em conta que tanto o homem como a mulher têm o mesmo valor, conforme nos ensina o Criador? Vivo a realidade de que Deus está sempre comigo? Trato com o mesmo respeito as mulheres e os homens?
LEITURAS PARA A 27ª SEMANA DO TEMPO COMUM
4. SEGUNDA. São Francisco de Assis, rlg.: Jn 1,1-2,1.11 = Jonas pôs-se a caminho, a fim de fugir para longe da presença do Senhor. Cânt.: Jn 2,2-5.8. Lc 10,25-37 = E quem é o meu próximo? 5. TERÇA. São Benedito, o Negro, rlg.: Jn 3,1-10 = Vendo Deus que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se. Sl 129(130). Lc 10,38-42 = Marta recebeu-o em sua casa. Maria escolheu a melhor parte. 6. QUARTA: Jn 4,1-11 = Tu sofres por esta planta. E eu não haveria de salvar esta grande cidade de Nínive? Sl 85(86). Lc 11,1-4 = Senhor, ensina-nos a rezar. 7. QUINTA. Nossa Senhora do Rosário: At 1,12-14 = Todos eles perseveravam na oração em comum, com Maria, a mãe de Jesus. Cânt.: Lc 1,46-55. Lc 1,26-38 = Eis que conceberás e darás à luz um filho. 8. SEXTA: Jl 1,13-15; 2,1-2 = Está chegando o dia do Senhor. É um dia de escuridão fechada. Sl 9A(9). Lc 11,15-26 = Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 9. SÁBADO: Jl 4,12-21 = Tomai a foice, pois a colheita está madura. Sl 96(97). Lc 11,27-28 = Feliz o ventre que te trouxe. Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus.
O PERIGO DAS RIQUEZAS
28º domingo do Tempo Comum – 10 de outubro
1ª LEITURA – LIVRO DA SABEDORIA 7,7-11
“Em comparação com a sabedoria, julguei sem valor a riqueza.”
Terminamos os comentários do domingo passado meditando sobre a necessidade fundamental de os casais rezarem unidos para que possam obter as graças de Deus de viver de acordo com sua vontade de serem “uma só carne” (Mc 10,7). Para isso é necessário que escolham por primeiro o caminho da oração, a fim de usufruírem da verdadeira felicidade. A primeira leitura de hoje nos fala também de uma escolha que o rei Salomão deveria fazer após o Senhor ter-lhe aparecido em sonhos e dito “Pede-me o que queres que eu te dê” (1Rs 3,5). O rei foi reconhecido ainda muito jovem (cf. 1Rs 3,7) e poderia ter sido seduzido pelas riquezas, mas pediu ao Senhor o dom da sabedoria para chefiar seu povo com inteligência.
As primeiras palavras desta leitura nos narram a decisão de Salomão em resposta ao Senhor: “Assim implorei e a inteligência me foi dada, supliquei e o espírito de sabedoria veio a mim” (v. 7). A exemplo desse jovem monarca, ouçamos a sabedoria, dom que nos foi concedido quando recebemos o Espírito Santo no dia de nosso Batismo, pois ela nos ajuda a dar o verdadeiro valor às coisas, conforme o projeto de Deus, e a encontrar a real felicidade!
SALMO 89(90),12-17 (R. 14)
“Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor, e exultaremos de alegria!”
2ª LEITURA – HEBREUS 4,12-13
A Palavra de Deus julga os pensamentos e as intenções do coração.
Deus Nosso Senhor está sempre conosco e nos fala de diversas maneiras. Nossa meditação de sua santa Palavra, principalmente no santo Evangelho, é, sem dúvida, a melhor maneira de nos deixarmos impregnar pelas lições que nos são oferecidas para meditação.
A Palavra de Deus é viva, tem em si sua força e, quando bem recebida no coração, sempre produz bons frutos que nos levam a acertar nosso caminho com Cristo e a verificarmos melhor nossos defeitos.
Outra maneira de receber a Palavra de Deus é querendo ouvi-la na homilia do sacerdote, durante a liturgia da Palavra na santa Missa. (E pensar que há quem, nessa hora, sai da igreja para se ocupar com outras coisas!). Além de ouvi-la, devemos abrir nosso coração para aplicarmos a nós o que nos é apresentado pelo ministro de Deus.
Mas, o Senhor também nos pode falar pelas palavras de amigos que nos apontam os defeitos. Devemos agradecer-lhes por esse favor, pois o verdadeiro amigo não é quem nos bajula, mas quem nos critica. Finalmente, Deus nos fala pelos bons exemplos que vemos de nosso próximo em várias maneiras e situações. Mais do que palavras, os bons exemplos nos levam a querer imitá-los.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (MT 5,3)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”
EVANGELHO – MARCOS 10,17-30
“Vende tudo o que tens e segue-me!”
No domingo passado, meditamos sobre o plano de Deus para o Matrimônio, lembrando-nos de que o casamento deve ser indissolúvel: “No princípio da Criação, Deus fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher; e os dois não serão senão uma só carne (…). Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (vv. 6-9).
Agora somos convidados por Jesus a deixar todos os bens para segui-lo.
Para o jovem que veio correndo saber de Jesus o que deveria fazer para alcançar a vida eterna, o Mestre lhe prescreveu os mandamentos que dizem respeito à relação com as outras pessoas. Como ficamos sabendo pelo mesmo Evangelho, o moço revela que obedecia a todos.
Jesus, fitando-o mais profundamente, propôs-lhe o que ele devia fazer para ser cristão: “Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-me” (v. 21).
Narra-nos o santo Evangelho que o moço não foi capaz de se desapegar dos muitos bens que possuía e não aceitou ser discípulo de Jesus. Não é pecado possuir bens, o pecado é não abrir o coração para ajudar os necessitados.
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Acolho com humildade a voz de Deus que me fala pela Bíblia, pelos acontecimentos e pelas críticas dos amigos? Compreendo que a felicidade não consiste em possuir muitos bens, mas em ajudar a quem precisa?
LEITURAS PARA A 28ª SEMANA DO TEMPO COMUM
11. SEGUNDA. São João XXIII: Rm 1,1-7 = Paulo, servo de Jesus Cristo, para anunciar o Evangelho. Sl 97(98). Lc 11, 29-32 = Nenhum sinal será dado a esta geração, a não ser o sinal de Jonas. 12. TERÇA. Nossa Senhora da Conceição Aparecida: Est 5,1b-2; 7,2b-3 = Concede-me a vida do meu povo – eis o meu desejo! Sl 44(45). Ap 12,1.5.13a.15-16a = Um grande sinal apareceu no céu. Jo 2,1-11 = Fazei o que ele vos disser. 13. QUARTA: Rm 2,1-11 = Culpabilidade dos judeus por não se converterem. Sl 61(62). Lc 11,42-46 = Ai de vós, fariseus; ai de vós também, mestres da lei. 14. QUINTA: Rm 3,21-30 = O homem é justificado pela fé, sem a prática da lei judaica. Sl 129(130). Lc 11,47-54 = Ai de vós que impedis a prática do bem. 15. SEXTA: Rm 4,1-8 = Abraão justificado pela fé. Sl 31(32). Lc 12,1-7 = Os cabelos de vossa cabeça estão contados. 16. SÁBADO: Rm 4,13.16-18 = Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Sl 104(105). Lc 12,8-12 = Nessa hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer.
JESUS VEIO PARA SERVIR E DAR SUA VIDA POR NÓS!
29º Domingo do Tempo Comum – 17 de outubro
1ª LEITURA – ISAÍAS 53,10-11
Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura.
Terminamos nossa reflexão no domingo passado convencidos de que o caminho de Jesus é o do serviço, da humildade. Hoje, a sagrada liturgia nos apresenta como incentivo o exemplo do “servo fiel” que agradou a Deus não pelo domínio sobre os outros, mas pelo dom de si mesmo.
Revela o texto sagrado o que Deus quis do seu servo: “Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento (…). O justo, meu servo, justificará muitos homens e tomará sobre si suas iniquidades” (vv. 10 e 11). É bem a imagem de Jesus, nosso Salvador, que veio ao mundo para servir e não para ser servido “O Filho do Homem veio para dar a sua vida como resgate para muitos” (Mt 20,28), conforme meditaremos no santo Evangelho desta celebração.
Cabe a nós, que decidimos no Batismo seguir o caminho de nosso Salvador, pedir-lhe em nossas orações para imitá-lo nas várias circunstâncias de nossa vida. Porquanto, como reconhecemos, nossa tendência é a de querer ser mais do que outros, dominá-los e aparecer.
Ora, Jesus sofredor vem nos mostrar outro caminho: o saber perder, alegrarmo-nos com a vitória dos outros, sem nos deixarmos levar pela inveja e compreender que, servindo aos irmãos, estamos servindo a Ele próprio.
SALMO 32(33), 4-5.18-20.22 (R. 22)
“Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós nós esperamos!”
2ª LEITURA – CARTA AOS HEBREUS 4,14-16
Aproximemo-nos, com confiança, do trono da graça.
Para servir aos irmãos é necessário rezar, como em tudo na vida espiritual. Nossa confiança aumenta quando sabemos que Jesus, a quem nos dirigimos para termos força a fim de vencer a tentação de nosso orgulho e passar a servir aos irmãos, também foi tentado quando se encarnou no seio puríssimo da Virgem Maria e nos deu o exemplo de serviço durante toda a sua vida terrestre: “Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (v. 15). Nós, ao contrário, pecamos por orgulho quando fazemos de conta que não vemos o irmão sofredor que com tão bons modos nos pede alguma ajuda.
Essa solicitação de auxílio se apresenta, antes de tudo, dentro de nossa casa quando sentimos que nossos familiares vão pedir algum favor e damos um jeitinho de escapar e pretextar uma série de motivos falsos para não cooperar e covardemente escapamos.
Aproximarmo-nos de quem está sofrendo para lhe dizer uma palavra de conforto, de ânimo e de esperança é muitas vezes semelhante a um prato de comida que damos a um faminto.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (MC 10,45)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Jesus Cristo veio servir, Cristo veio dar sua vida.
Jesus Cristo veio salvar, viva Cristo, Cristo viva!”
EVANGELHO – MARCOS 10,35-45
O Filho do Homem veio para dar a sua vida como resgate para muitos.
Também alguns apóstolos temiam receber os trabalhos mais pesados e humildes quando Jesus fosse instalar o seu Reino nesta terra, como eles imaginavam que seria. Assim, apressaram-se em pedir ao Mestre os melhores ministérios, reservados, naqueles tempos, para quem se sentava à direita e à esquerda do rei.
Jesus, porém, desfez logo seus sonhos de grandeza material, revelando-lhes que o Reino de Deus é inteiramente diferente do que eles imaginavam, dizendo-lhes: “Mas, quanto a assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado” (v. 40).
Diante, então, da briga que aquele pedido dos dois apóstolos havia provocado nos outros, Jesus lhes descreveu a base sobre a qual está fundamentado o Reino dos Céus: todo aquele que quiser ser o primeiro seja escravo de todos. Porque Ele tinha vindo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos (cf. v. 44).
Quando, porém, fizermos o bem, ajudando os necessitados, não esperemos por recompensa, pois, assim como nosso Mestre, que nos salvou gratuitamente e por amor, assim também deveremos proceder. Sigamos, pois, seu ensinamento: “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante das pessoas para serdes vistos por eles” (Mt 6,1).
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Recebo com humildade as perdas ou derrotas? Tenho sensibilidade para me aproximar de quem está sofrendo para animá-lo e lhe dar uma palavra de esperança? Faço as boas obras em segredo?
LEITURAS PARA A 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM
18. SEGUNDA. São Lucas, ev.: 2Tm 4,10-17b = Só Lucas está comigo. Sl 144(145). Lc 10,1-9 = A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 19. TERÇA: Rm 5,12.15b.17-19.20b-21 = Morte em Adão e vida em Jesus Cristo. Sl 39(40). Lc 12,35-38 = Necessidade de vigilância com as lâmpadas acesas. 20. QUARTA: Rm 6,12-18 = O cristão, livre do pecado, para servir a Deus. Sl 123(124). Lc 12,39-48 = A quem muito foi dado, muito será pedido. 21. QUINTA: Rm 6,19-23 = Agora libertados do pecado, sois como escravos de Deus. Sl 1. Lc 12,49-53 = Não vim trazer a paz, mas a divisão. 22. SEXTA. São João Paulo II, pp.: Rm 7,18-25a = Quem nos libertará deste corpo de morte? Sl 118(119). Lc 12,54-59 = Discernir os sinais dos tempos. Reconciliação. 23. SÁBADO: Rm 8,1-11 = O Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós. Sl 23(24). Lc 13,1-9 = As desgraças nem sempre são castigos; a figueira estéril.
O CEGO DE JERICÓ
30º domingo do Tempo Comum – 24 de outubro
1ª LEITURA – JEREMIAS 31,7-9
“Os cegos e aleijados, suplicantes eu os receberei.”
Os domingos do Tempo Comum depois da Páscoa querem preparar-nos para a volta de Cristo no Advento. Trazem para meditação assuntos variados que nos preparam para viver no Reino de Deus. Nossos pecados, porém, podem nos desanimar da luta de todos os dias contra o egoísmo e o orgulho.
Nesse sentido, esta primeira leitura extraída do livro do profeta Jeremias quer nos animar a sair da escravidão do pecado para uma vida nova. Sentimo-nos cegos para ver nossos defeitos e coxos para seguir o caminho que é Jesus. Se dependesse somente de nossas fracas forças, sabemos por experiência que não teríamos coragem de empreender essa viagem da escravidão do pecado para a liberdade dos filhos de Deus.
Jeremias nos conforta, assegurando-nos que o Senhor está pronto para nos socorrer nesse difícil desapego de nossas paixões. Escreveu ele, inspirado por Deus: “Lançai gritos de júbilo (…) o Senhor salvou o seu povo” (v. 7).
Ao referir-se à saída milagrosa dos hebreus do Egito para a Terra Prometida, o Senhor fala: “Eu conduzirei a multidão em meio às suas preces” (v. 9). É esse o segredo: não devemos nos deixar enganar por nossos cálculos humanos, mas confiar no Senhor, permanecendo fiéis na oração.
SALMO 125(126),1-2ABCD-3-6 (R. 3)
“Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!”
2ª LEITURA – CARTA AOS HEBREUS 5,1-6
“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.”
O autor desta carta considera a diferença que havia entre o sacerdote daquele tempo e Jesus sacerdote e suas consequências. Todos os pontífices judeus sabiam compadecer-se dos que estavam na ignorância e no erro, porque também estavam cercados de fraquezas.
Mas eles, antes de oferecerem sacrifícios pelos pecados do povo, deviam oferecer sacrifícios pelos próprios pecados (cf. vv. 2 e 3). Ao passo que Jesus, por sua natureza divina, não tem pecado e está constantemente intercedendo por nós junto a seu Pai para que nos perdoe os pecados.
No domingo passado, já havíamos meditado sobre o trecho anterior desta mesma Carta aos Hebreus sobre o medianeiro que temos junto ao Pai: Jesus, seu Filho e nosso irmão, que “(…) passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15).
A conclusão que tiramos é a de mantermos sempre nossa confiança completa na misericórdia do coração de Jesus, porque não temos nele um sacerdote que vive no Céu, distante e inacessível, mas alguém que viveu em nosso meio, presenciou nossas fraquezas e vícios e continua entre nós.
Essa glória que Jesus tem de ser sacerdote lhe foi confiada por seu Pai quando lhe disse “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec” (Sl 2,7) (v.5).
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (2TM 1,10)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Jesus Cristo, Salvador, destruiu o mal e a morte;
fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis.”
EVANGELHO – MARCOS 10,46-52
“Mestre, que eu veja!”
Há certas semelhanças entre este Evangelho e a primeira leitura. Em ambos há cegos que não conseguem chegar à luz de Jesus sem a força da graça de Deus e suas preces e os gritos do cego de Jericó.
Aquele povo que seguia Jesus em grande número ouvia o Mestre lhe dizer que subia para Jerusalém para doar a própria vida, mas, assim mesmo caminhava junto a ele.
Todos sem quererem encarar a promessa do sacrifício de Jesus por nós. Todos, cegos espiritualmente, achavam que era possível seguir pelo caminho de Jesus sem sacrifício, sem passar pela cruz. Assim pensavam no triunfo de Jesus quando se declarasse o rei de Israel, em Jerusalém, em meio à grande multidão que para lá acorria para celebrar a Páscoa.
No entanto, sabemos que Jesus ia ao encontro do sofrimento por nós para oferecer sua própria vida ao Pai para nos conseguir a salvação. Portanto, seguir Jesus quer dizer participar de seu sacrifício pelos irmãos.
Saberemos então que estamos no caminho certo quando olharmos os pobres com abertura de coração, querendo ajudá-los na medida de nossas possibilidades, sacrificando-nos por quem precisa. Como fez Jesus!
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Sou fiel à oração para que eu seja iluminado por Deus sobre o caminho a seguir na minha vida? Dirijo-me a Jesus em minhas orações ciente de que Ele é meu intercessor junto do Pai? Ajudo a quem precisa?
LEITURAS PARA A 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM
25. SEGUNDA. Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, presb.: Rm 8,12-17 = O Espírito Santo dá testemunho de que somos filhos de Deus. Sl 67(68). Lc 13,10-17 = Cura de uma mulher encurvada, em dia de sábado. 26. TERÇA: Rm 8,18-25 = Esperança dos filhos de Deus. Sl 125(126). Lc 13,18-21 = A semente cresce e torna-se uma grande árvore. 27. QUARTA: Rm 8,26-30 = Ação do Espírito Santo em nós. Sl 12(13). Lc 13,22-30 = Número dos escolhidos; porta estreita. 28. QUINTA. São Simão e São Judas, aps.: Ef 2,19-22 = Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e o próprio Jesus Cristo como pedra fundamental. Sl 18(19A). Lc 6,12-19 = Escolheu doze entre eles, aos quais deu o nome de apóstolos. 29. SEXTA: Rm 9,1-5 = Tristeza do apóstolo pelos seus compatriotas. Sl 147(147B). Lc 14,1-6 = Cura de um doente de hidropisia, em dia de sábado. 30. SÁBADO: Rm 11,1-2a.11-12.25-29 = A rejeição de Israel não é total nem definitiva. Sl 93(94). Lc 14,1.7-11 = Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.
O MESTRE DA LEI E JESUS
31º domingo do Tempo Comum – 31 de outubro
1ª LEITURA – DEUTERONÔMIO 6,2-6
“Ouve, Israel: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração.”
No domingo passado, refletimos sobre a necessidade de vermos qual o caminho certo para seguir os passos de Jesus. Hoje, o Senhor nos abre os olhos da alma para conhecer o caminho da felicidade já neste mundo: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração” (v. 5).
Devemos cumprir esse mandamento com temor (cf. v. 2). Temor não quer dizer terror, mas o receio de perder o amor da pessoa amada. Temer o Senhor, portanto, significa confiar nele completamente e aceitar levar adiante seu desejo para levar avante a prática do bem.
Lê-se também nesse trecho: “O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (v. 4). Pode-nos parecer redundante essa frase da Palavra de Deus, mas é que somos levados a erigir como nosso “deus” a luxúria, os prazeres do mundo, que podem agradar na hora, mas carregam dentro de si o amargor do vazio, da futilidade e da escravidão.
Por fim, “amar a Deus” não deve ser um sentimento de fervor passageiro que pode nos levar até as lágrimas, mas um compromisso assumido por nós no Batismo de tornar os irmãos felizes com o que realmente lhes pode proporcionar a verdadeira felicidade, que consiste em amar o próximo como programa de vida cristã.
Sl 17(18),2-3abc-4.47.51ab (R. 2)
“Eu vos amo, ó Senhor, porque sois minha força!”
2ª LEITURA – HEBREUS 7,23-28
Cristo, uma vez que permanece para a eternidade,
possui um sacerdócio que não muda.
O programa de vida cristã exige de nós sacrifícios espirituais que consistem na doação de nossas vidas em proveito dos irmãos, como Cristo fez, uma vez por todas, quando se ofereceu ao Pai como vítima pela salvação de toda a humanidade
Antes de desejarmos imitar nosso Salvador, trabalhando para levar sua salvação primeiramente às pessoas que estão à nossa volta e depois aos outros irmãos que encontramos na vida, precisamos rezar para que Ele se digne a servir-se de nós como seus instrumentos. Pois ele já “venceu o mundo” (cf. Jo 16,33) e quer que trabalhemos em sua messe na divulgação do seu Reino ou, em outras palavras, em seu Reino de Amor, pois Eele vive para sempre, possui um sacerdócio eterno: “É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por Ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor” (v. 25).
Com esta certeza de que temos Jesus, o Sumo Sacerdote, “Santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos Céus” (v.26), intercedendo continuamente junto ao Pai, perseveremos na oração para que ele nos conceda sua graça a fim de nos mantermos sempre ligados a Ele e podermos produzir bons frutos.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (JO 14,23)
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
“Quem me ama realmente guardará minha palavra,
e meu Pai o amará e a ele nós viremos.”
EVANGELHO – MARCOS 12,28B-34
Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo.
Um dos escribas procurou Jesus não para prová-lo, mas porque tinha ficado cativado pela maneira pela qual tinha respondido primeiramente aos fariseus e herodianos sobre o imposto a César e, mais tarde, aos saduceus sobre a ressurreição dos mortos.
Sua pergunta foi sobre a vida espiritual, sobre a essência da religião: “Qual o primeiro de todos os mandamentos?” (v. 28b). Jesus lhe respondeu com as mesmas palavras sobre as quais meditamos na primeira leitura, tiradas do livro do Deuteronômio 6,4s.
O Mestre, vendo que aquele homem estava começando a entender o que há de mais importante no Reino de Deus, que é o amor, acrescentou-lhe: “Eis aqui o segundo [mandamento]: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Outro maior do que estes não existe” (v. 31).
No Evangelho de São João, o Salvador une os dois mandamentos, o amor de Deus com o amor aos irmãos: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17). “‘Por quê?”, perguntaremos e o apóstolo responde em sua primeira carta: “Se alguém disser ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).
SUGESTÃO DE REFLEXÃO
Cultivo meu compromisso batismal de amar o próximo? Peço a Nosso Senhor que me conceda sua graça para que possa produzir bons frutos de caridade? Acredito que amando meus irmãos o estou fazendo a Deus?
LEITURAS DA 31ª SEMANA DO TEMPO COMUM
1º de novembro. SEGUNDA.: Rm 11,29-36 = Deus quer manifestar sua misericórdia em favor de todos. Sl 68(69). Lc 14,12-14 = Não convides teus amigos, mas os pobres e os aleijados. 2. TERÇA. Comemoração de todos os fiéis defuntos: Leituras à escolha no Lecionário ou no Ritual das Exéquias. 3. QUARTA: Rm 13,8-10 = O amor é a plenitude da lei. Sl 111(112). Lc 14,25-33 = Renunciar a tudo para seguir Jesus. 4. QUINTA: Rm 14,7-12 = Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Sl 26(27). Lc 15,1-10 = Haverá alegria no Céu por um só pecador que se converte. 5. SEXTA: Rm 15,14-21 = Ministério evangélico do apóstolo entre os pagãos. Sl 97(98). Lc 16,1-8 = Parábola do administrador – exemplo de esperteza. 6. SÁBADO: Rm 16,3-9.16.22-27 = Saudai-vos uns aos outros com o beijo santo. Sl 144(145). Lc 16,9-15 = Bom uso do dinheiro: fiel nas pequenas coisas, servir a dois senhores.