NOSSA VOCAÇÃO É ESPERANÇAR

Já é tradição para a Igreja do Brasil, por ocasião do mês de agosto, Mês Vocacional, convocar todo o povo de Deus para rezar e promover as vocações nas paróquias, nas comunidades, nas escolas e nas famílias. Em 2024, a Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe o tema “Igreja como uma sinfonia vocacional”, para uma reflexão sobre a temática, e o lema “Pedi, pois, ao Senhor da Messe”, como motivação para a nossa ação evangelizadora. Estamos em unidade e sintonia com a Igreja no Ano da Oração, em preparação ao Ano Jubilar (2025). Vamos pedir ao Senhor da Messe muitas e santas vocações, também para o ministério da catequese. 

A vocação do catequista consiste na missão de viver e anunciar a alegria do Evangelho. Não é uma missão exclusiva dos catequistas, mas, de todos que professam a fé católica: “Nós cremos em tudo o que está contido na Palavra de Deus, escrita ou transmitida (tradição apostólica) e que a Igreja propõe a crer como divinamente revelado” (Catecismo da Igreja Católica, 182). 

Viver e anunciar as verdades da fé é uma sinfonia vocacional, como nos pede a Igreja. Para isso, todas as vocações e ministérios – o bispo, o sacerdote, o diácono permanente, o(a) religioso(a), o(a) consagrado(a), a família e os(as) leigos(as) em seus diversos serviços e ministérios – precisam exercer suas missões, de acordo com suas especificidades, mas em profundo compromisso com a comunhão. 

Em 2025, o jubileu, que tem o tema “Peregrinos da esperança”, escolhido pelo Papa Francisco, vai colocar-nos no caminho do discipulado como semeadores da esperança. Como preparação para esse momento, a Igreja convida para a prática da oração, autêntica e fecunda, e os estudos dos documentos do Concílio Vaticano.

O catequista é chamado a semear esperança na vida e no coração de seus catequizandos, mas, afinal, de qual esperança estamos falando?

Esperança é:

  • uma dimensão da espiritualidade, essencial para o amadurecimento da fé e para a adesão ao projeto de Jesus Cristo; 
  • uma competência espiritual, que facilita a relação de confiança e de proximidade com Deus; 
  • uma virtude que sustenta o processo ativo de antecipação, de desejo e de expectativa – esperar uma possível conquista, uma dádiva divina ou um milagre; 
  • uma força vital, dinâmica e multidimensional que ajuda a manter o foco nas metas futuras, contribuindo para a adaptação em tempos de mudanças e de adversidades;
  • uma força interior que impulsiona o ser humano para o caminho de busca de seus objetivos;
  • uma das virtudes teologais.

O Catecismo da Igreja Católica diz que “A esperança é a virtude teológica pela qual desejamos o Reino dos Céus e a vida eterna como nossa felicidade, colocando toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo” (1817) e continua: “A virtude da esperança corresponde ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem” (1818).

Nas cartas de São Paulo Apóstolo, encontramos duas passagens que podem ajudar na compreensão de que a nossa esperança está atrelada à fidelidade e à bondade de nosso Deus: “Conservemo-nos firmemente apegados à nossa esperança, porque é fiel aquele cuja promessa aguardamos” (Hb 10,23) e “Mas um dia apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens. E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o Batismo da regeneração e da renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação obtida por sua graça nos torne, em esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3,4-7). 

Semear esperança é fundamental para um novo tempo na catequese. Cuidemos para partilharmos atitudes que geram sentimentos de bem-estar, de confiança e de encorajamento. Para sermos promotores da esperança é preciso mantermos o foco no autoconhecimento, na autoconfiança e no reconhecimento do nosso próprio potencial interior. Acolhimento, educação da fé e acompanhamento das pessoas para a vida da comunidade cristã requerem empatia e dedicação.

As atitudes de Jesus esperançaram sua comunidade, por isso, nosso testemunho precisa revelar nossa identidade como promotores e não como ameaçadores da esperança. Quando não semeamos o bem, corremos o risco de ameaçarmos a vida da comunidade com atitudes que geram sofrimento, dor, angústia espiritual, desprezo, fadiga, ansiedade e resistência.

Sejamos pessoas disponíveis para:

  • rever nossa jornada catequética;
  • reavaliar nossos planos e planejamentos;
  • ressignificar os percalços ao longo do processo de educação da fé cristã;
  • restaurar os vínculos afetivos e fraternos; 
  • recomeçar o caminho, seguindo os passos do Mestre e Senhor Jesus.

Queridos catequistas, nossa vocação é esperançar! Caminhemos unidos na missão!

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