O DESAFIO DE UMA VIDA COM SENTIDO: SOMOS SE AMAMOS

Nossa vida é um imenso e profundo mistério. Nem sempre temos consciência de suas riquezas e possibilidades. É como se a vida fosse um oceano imenso e nós a reduzíssemos a um aquário fechando-nos, limitando nossa existência. Por medo ou por desconhecer as possibilidades podemos nos fechar reduzindo nosso potencial, nossas capacidades, tolhendo o espaço dentro de nós. Paramos de crescer.

Há peixes e arbustos que podem crescer de acordo com o ambiente. Permanecem pequenos e reduzidos ou atingem um tamanho imenso dependendo do ambiente em que se encontram. O mesmo ocorre com as pessoas. Podemos crescer ou parar ou mesmo retroceder. Podemos crescer como seres humanos, por inteiro, e não só fisicamente ou profissionalmente. Cada um de nós pode escolher ficar dentro de um aquário, nosso pequeno e limitado mundo ou mergulhar no oceano de descobrir na sua imensidão um novo mundo.

Não podemos fazer muito sobre a extensão de nossas vidas, mas podemos fazer muito pela largura e profundidade delas.

O que possibilita crescermos, ir desenvolvendo o ser humano que somos, é o fato de sermos dotados de uma dimensão espiritual. Toda pessoa é pessoa porque é um ser de múltiplas dimensões. A Espiritualidade é a dimensão específica e conatural do ser humano. Tão natural como nossa sexualidade, nossa emotividade, nossa intelectualidade. Graças a essa dimensão exclusivamente humana somos cada um de nós, únicos, originais, irrepetíveis, por isso, insubstituíveis. Capazes de escolhas livres e de ter consciência do que somos e do que podemos ser.

Há aspectos em nossas vidas que são estritamente pessoais. Podemos contar com a ajuda, orientação, apoio, estímulo, exemplo dos outros, mas dependem de nós pessoalmente. 

Não nascemos prontos e estamos sempre em condição de aprendermos. Cada qual fará de sua vida uma trajetória única na qual não conta apenas o percurso feito, mas o modo, como ele é feito. Cada pessoa pode dar continuidade, ampliar a visão, descobrir da vida novos aspectos. 

Podemos ter uma maneira de perceber e viver a vida de modo estático ou dinâmico. Estático como se tudo estivesse pronto e agora é só repetir. Ou de maneira dinâmica sabendo e percebendo as possibilidades de crescer em largura, em profundidade, em altura possíveis de nosso ser.  A vida é um permanente desafio a crescer, a criar, a descobrir, a encontrar, ao encantamento.  Quando crescemos tiramos dessa experiência maiores conhecimentos, fazemos novas descobertas, desenvolvemos mais e melhor nossas potencialidades. Graças a nossa dimensão espiritual podemos experimentar da vida sua realidade mais profunda, vivemos a vida de modo mais rico, amplo, profundo. A essência de nossa dimensão espiritual está na capacidade de amar. O amor é a expressão mais significativa do ser humano. Somos se amamos. Essa é a nossa grande missão. No amor está tudo, e sem amar, nada somos. No entanto, é preciso aprender a arte de amar. Se não aprendemos, ficamos “analfabetos” na arte de amar e isso reduz a compreensão do sentido da vida e afeta tudo o que somos e fazemos.

O amor envolve tudo. (…) a gente de nossa cultura tão raramente tenta aprender essa arte, a despeito de seus evidentes fracassos: apesar da profundamente enraizada avidez pelo amor, quase tudo mais é considerado mais importante do que o amor: o sucesso, o prestígio, o dinheiro, o poder. Quase toda a nossa energia é utilizada em aprender como alcançar esses alvos e quase nenhuma é dedicada a aprender a arte de amar. (Erich Fromm).

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