O INQUIETANTE DESEJO DE SENTIDO

“Tenho 23 anos, conquistei um bom título de estudos, possuo um carro de luxo, tenho segurança financeira, a disponibilidade de uma potência sexual e um excelente prestígio, maior do que poderia pretender. Agora devo somente entender o que significa tudo isso”: parece a mim que muitos jovens poderiam fazer semelhante afirmação. Não é exagero dizer que a juventude estudantil dos nossos dias está dominada por um problema radical, de uma determinação de fundo e de sentimento autêntico de vida.

Não são somente os jovens que apresentam esse desejo. Muitas pesquisas confirmam que grande índice de adultos lamenta viver numa espécie de abismo no qual lhes falta um verdadeiro sentido. Mesmo os estudiosos das várias áreas das Ciências Humanas, como outros mais voltados às Ciências Sociais, revelam que são sempre mais as pessoas que manifestam um sentimento de falta total de sentido da vida.

O vazio existencial atinge pessoas das mais variadas idades, condições sociais, categorias culturais e religiosas. Estudos especializados confirmam que entre os mais variados países do mundo, sobretudo entre os jovens estudantes, o vazio existencial se apresenta em formas muito claras e relevantes.

Em diversas regiões do mundo, particularmente dos Estados Unidos, de milhares de estudantes entrevistados, pertencentes a mais de quarenta universidades, 16% têm como principal objetivo da vida “ganhar o máximo de dinheiro possível”. Outro grupo, muito mais numeroso, de 78% de estudantes, tem como objetivo “encontrar um significado para a própria vida”.

Elisabeth Lukas, psicóloga da cidade de Viena, na Áustria, realizou uma pesquisa com 1.340 pessoas por meio de um teste elaborado por ela para diagnosticar a frustração existencial. O resultado foi de 90% de pessoas que se diziam vazias e sem um sentido para suas vidas. Devido ao elevadíssimo índice de frustração e de vazio existencial, ela desenvolveu novas técnicas de orientação não só em nível terapêutico – isto é, para curar, mas também profilático – para prevenir. 

A doença de nossa civilização é o vazio, a falta de sentido, o que leva as pessoas a se refugiarem na depressão, na angústia, nas drogas, nos perigos, na velocidade, nas aventuras, nas fugas e nas mais variadas formas de alienação.

A busca de sentido é o mais profundo apelo de nossa alma, o grito de nosso espírito, a necessidade mais imediata de todo o nosso ser. Encontrar um sentido para a vida pode livrar qualquer pessoa da frustração e dar a cada ser humano a possibilidade de fazer de sua vida, em qualquer circunstância, uma missão. 

Descobrir que a vida tem sentido é um grande desafio e nada poderá superá-lo. Nessa descoberta, podemos ver que a vida é muito mais do que habitualmente entendemos e como a vivemos. É um mistério que nos fascina, encanta, desperta para o infinito, vai além de nossas percepções sensoriais e nos conduz para a essência de nosso ser onde encontramos o mistério original – Deus, o infinito amor.

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