O poder da esperança nas famílias

Estimado leitor da Revista Ave Maria, começo nossa reflexão mensal de fevereiro dando os primeiros passos de um novo ano, sobretudo um ano santo jubilar que acontece em nossa Igreja a cada 25 anos, convidando você e sua família a uma experiência evangélica do poder da esperança na vida das pessoas.

Há poucas semanas, iniciamos na Igreja o Jubileu da Esperança, tempo de renovar a confiança em Deus e de ser testemunhas da esperança nas urgências do tempo. Para nós, cristãos católicos, o Jubileu da Esperança é um convite à humanização de nossas relações, portanto, um verdadeiro kairós de Deus. Sabe quando olhamos para uma árvore carregada de frutos e percebemos que esses frutos estão maduros? Esse é o kairós, é a hora certa de colher os frutos. Desse modo, o jubileu nos convida a aproveitar esse tempo oportuno para refletir sobre a esperança e sua vivência em nossas famílias.

Ao depararmos com a realidade da esperança, o jubileu vem nos relembrar da fé da Igreja de que o Senhor virá uma segunda vez e que devemos estar atentos, pois o dia do Senhor virá como um ladrão (cf. 2Pd 3,10). Quando o ladrão vem, ele avisa? Certamente que não! O Senhor nos fala: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós” (Lc 21,34). Quem vigia está atento, está esperando! 

Entretanto, a nossa esperança não deve ser amedrontada, sobretudo porque quem esperamos é aquele que deu a vida por nós! Quando vamos receber alguém muito querido e não sabemos o momento exato em que vai chegar, o que fazemos? Deixamos a casa arrumada, preparamos tudo e ficamos ansiosos esperando essa visita; assim, também, devemos fazer com os nossos corações. A realidade da preparação é o que vivemos em nossas famílias. 

A esperança deve ser para nós motivo de verdadeira alegria, porque a chegada do jubileu é o momento de nossa libertação. Ele é o real sentido de nossas vidas, a finalidade de cada ação nossa. Dessa forma, ele nos anima com a alegria que vem de Deus. São Paulo nos exorta: “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos!” (Fl 4, 4-5). O fruto bendito que nos trouxe a salvação foi profetizado por Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará ‘Deus Conosco’” (Is 7,14). Deus, em seu infinito poder, poderia escolher salvar o homem de diversas formas, mas esse rei se despiu de toda a sua realeza, de todo o seu poder, de toda a sua glória para se fazer como eu e você! 

Como diria Santo Agostinho, “Tenho medo do Deus que passa e não volta mais”. É necessário aproveitar o kairós de Deus para recebê-lo em nossa morada. O poder da esperança não deve ser para nós somente um tempo qualquer, como uma alegria apenas material. A esperança, na verdade, é um tempo de preparação para receber o Senhor. De esperança, porque, recordando a encarnação do Verbo que veio nos salvar e que morreu na Cruz por nós, esperamos sua nova vinda. De alegria, porque o amor vem e já está próximo!

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