No mês de setembro, a Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz. Por isso, trataremos neste artigo sobre as últimas palavras que Jesus pronunciou na cruz, popularmente conhecidas como “sete palavras de Jesus na cruz”.
AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ
Celebrando e exaltando a cruz de Cristo reconhecemos que ela está no centro da vida cristã e simboliza o triunfo de amor demonstrando pelo Senhor por toda a humanidade. A cruz, sendo instrumento de suplício, assume em Jesus uma fonte de vida, pois o Senhor entregou a sua para resgatar toda a humanidade. Assim, a cruz destinada ao martírio e à morte tornou-se instrumento de salvação e vida eterna.
Não podemos negar que a crucificação de Jesus foi real e repleta de dor. Durante sua crucificação, Ele pronunciou algumas palavras que a tradição intitulou “as sete palavras de Jesus na cruz”. Elas poderão ser momentos de reflexão diante da santa cruz.
– Primeira palavra: “Pai, perdoai-lhes; porque não sabem o que fazem.” (Lc 23, 34)
Jesus está suspenso na cruz, está sendo maltratado e sofrendo; não obstante tudo isso, pede ao Pai para perdoar seus algozes. De fato, eles não sabem que estão maltratando o Filho de Deus, aquele que está assumindo todos os pecados, inclusive o deles, a fim de que a humanidade seja redimida.
– Segunda palavra: “Hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23, 43)
Diante do pedido de um dos ladrões de que o Senhor se lembrasse dele, Jesus lhe responde afirmativamente, não deixa a resposta e a solução para mais tarde. Ele diz “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Quando reconhecemos a bondade de Deus em nossas vidas, apesar de todas as contrariedades, podemos já aqui, neste mundo, vivenciar a presença de Deus nelas. Isso é o “já e ainda não” do Paraíso.
– Terceira palavra: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46)
Jesus, diante de tanta dor e sofrimento, clama por seu Deus, que é seu próprio pai. Sente-se abandonado. Isso foi necessário, pois Jesus assumiu sobre si os pecados de toda a humanidade. Deus, olhando para Jesus naquele momento de dor, embora fosse seu filho, não podia impedir que o pecado e a morte fossem aniquilados pela raiz. A missão precisava ser cumprida. Era necessário passar pelo sofrimento para que a salvação da humanidade fosse alcançada.
– Quarta palavra: “Mulher, eis aí o teu filho (…). Eis aí tua mãe.” (Jo 19, 26)
Diante de toda aquela situação de dor e sofrimento, de escárnio e desprezo, Jesus não se esquece de sua mãe e de seus discípulos. Ele olha para sua mãe, que está ao pé da cruz, e lhe confia o cuidado de seus discípulos, na pessoa de João. Depois, confia a João sua mãe.
– Quinta palavra: “Tenho sede!” (Jo 19, 28)
Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, portanto, sente dor e sente sede, haja vista ter assumido plenamente nossa humanidade. Quando anuncia que tem sede demonstra que é um dos nossos, está conosco, sabe o que é padecer fome e sede, sofre verdadeiramente os limites do corpo.
– Sexta palavra: “Tudo está consumado.” (Jo 19, 30)
Jesus, ao assumir um corpo humano, faz isso por uma missão e seu desejo é cumpri-la plenamente. Ao anunciar que tudo está consumado proclama que a vitória sobre o pecado e a morte é uma realidade, o inimigo não pode mais reivindicar o poder sobre a humanidade, pois o próprio Filho de Deus assumiu sobre si nossos pecados.
– Sétima palavra: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23, 46)
Ao cumprir sua missão, Jesus entrega seu espírito nas mãos de seu Pai, isso demonstra que não há abandono. Deus jamais abandonará seu Filho único e nem mesmo os filhos que lhe foram conquistados no amor misericordioso. Deus está sempre pronto para nos acolher, mesmo quando parece que está distante e indiferente. Ele participa das nossas dores, compreende-nos e compadece-se de cada um de nós.