O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma ocasião para exaltar a força e a coragem de mulheres que fizeram história e dedicaram suas vidas a ajudar outras pessoas. Nos campos social e econômico, mas também no campo religioso, essas mulheres marcaram e continuam a fazer a diferença nos lugares por onde passam. São mães, religiosas, professoras, médicas e mulheres que promovem o bem e a paz.
Algumas delas são reconhecidas pela Igreja Católica e aclamadas como santas. Nomes como Santa Dulce dos Pobres, Santa Teresa de Calcutá ou Nhá Chica tem suas histórias conhecidas e inspiram outras mulheres, como Ângela Abdo, coordenadora do Movimento Mães que Oram pelos Filhos.
Além disso, as santas doutoras da Igreja oferecem uma importante reflexão sobre a contribuição da mulher no mundo atual e o enfrentamento de desafios. Durante um evento realizado em 2022, sobre o tema “Doutoras da Igreja e padroeiras da Europa: em diálogo com o mundo atual”, o Papa Francisco enfatizou que essas mulheres “De fato, assumem um novo protagonismo também nestes tempos, devido à permanência e à profundidade do seu pensamento que, nas atuais circunstâncias, oferece luz e esperança ao nosso mundo fragmentado e desarmonizado”.
PIONEIRAS, ATENTAS E DEDICADAS AO POVO
Irmã Rosita Paiva
Em 2021, a Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, autorizou a abertura do processo de beatificação de Rosita Paiva. A religiosa nasceu em 13 de março de 1909, em Lábrea, no Amazonas, filha de Alexandre Muzzio Paiva e Virgínia Menezes Paiva.
Amazonense e fundadora do Instituto Josefino, Rosita sempre sonhou com a vida religiosa e teve sua vida marcada pelo testemunho de santidade a partir de simplicidade e doação incondicional. “É um estímulo para o povo de Deus de que a santidade é possível em qualquer tempo, lugar e estado de vida”, afirmou Irmã Maria Bernadete Gonçalves na ocasião em que recebeu a resposta positiva sobre a beatificação de Rosita.
Irmã Maria Bernardete disse, ainda, que Rosita foi uma pessoa orante, amável, compassiva e misericordiosa. “Tinha forte espírito de fé e de caridade, ardor missionário, obediência à vontade de Deus, confiança na divina providência, grande amor e zelo pelos sacerdotes e amor incondicional aos pobres”, enfatizou.
Referência de justiça e amor por onde passava, inclusive na família, Rosita deixava por sempre uma marca de santidade e todos percebiam quanto ela era dedicada a trabalhar pelo bem comum, além de ser uma pessoa despojada e muito generosa.
Em maio de 2024, a Arquidiocese de Fortaleza (CE) promoveu uma romaria eucarística em que todos os fiéis rezaram pela beatificação de Irmã Rosita, uma mulher que, com certeza, transformou vidas das pessoas com as quais cruzou.
Beata Nhá Chica
A Beata Nhá Chica, nascida no distrito de São João Del Rei (MG), é celebrada pela Igreja a cada 14 de junho e teve uma vida humilde, cheia de austeridade e espiritualidade.
Francisca de Paula Jesus, que depois ficou conhecida como Nhá Chica, era uma mulher cheia de sabedoria e, por isso, muitos a procuravam para pedir conselhos. Ainda criança mudou-se com sua mãe e o irmão para Baependi, cidade do interior de Minas Gerais, e alguns anos depois, com a morte da mãe, os dois passaram a viver sozinhos. Ela tinha apenas 10 anos de idade.
Nhá Chica nunca se casou e passou a viver sozinha em uma casinha, dedicando-se à oração e a dar conselhos a quem lhe procurava. Desde jovem, sua fama de santidade espalhou-se rapidamente. Aos que perguntavam de onde vinha tanta sabedoria, ela dizia que Nossa Senhora lhe indicava o que deveria dizer.
Theotônio, irmão de Nhá Chica, chegou a casar-se, mas, não teve filhos nem herdeiros, por isso, deixou toda a sua fortuna para a irmã, que usou o dinheiro para construir uma capela no terreno herdado ao lado de casa. Dedicada a Nossa Senhora da Conceição, a capela atraía pessoas da cidade e viajantes que passavam por ali.
Às sextas-feiras, Nhá Chica não atendia ninguém, dedicando-se ao cuidado dos afazeres domésticos, além de dedicar-se à oração e à penitência. Ela morreu aos 85 anos, em 14 de junho de 1895, com fama de santidade. Um santuário foi erguido no lugar em que ficava a capela que Nhá Chica ergueu, demolida em 1940. Nhá Chica foi beatificada no dia 4 de maio de 2013, em Baependi.
Santa Dulce dos Pobres
Santa Dulce Lopes Pontes, também conhecida como “Anjo Bom da Bahia” ou “Irmã Dulce dos Pobres”, nasceu em 1914 e morreu em 1992. Reconhecida em todo o mundo como uma mulher que dedicou a vida aos pobres, Santa Dulce teve como lema de vida “Amar e servir”. Ela fez da sua existência um instrumento vivo de fé, amor e serviço aos indigentes e enfermos.
Irmã Dulce nasceu maio de 1914, em Salvador, Bahia, segunda filha de Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza. Foi batizada com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Sempre muito alegre, Dulce adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha apreço pelo futebol. Sempre foi torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time da classe operária da sociedade.
Aos 13 anos, a jovem Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, que acabou se transformando em um pequeno “centro de atendimento”, conhecido como Portaria de São Francisco. Nessa época, ela começou a manifestar o desejo de dedicar-se à vida religiosa.
Após formar-se em Magistério, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, recebeu o hábito religioso e mudou seu nome para Irmã Dulce, para homenagear sua mãe. Ela começou seu caminho como professora em um colégio da ordem e só em 1935 começou a ajudar uma comunidade no bairro de Itapagipe, na periferia de Salvador. Assim nasceu a União Operária São Francisco, primeira organização católica do Estado que, posteriormente, transformou-se em Círculo Operário da Bahia. Dois anos depois, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, uma escola pública para operários e seus filhos, no bairro da Massaranduba.
O testemunho de Irmã Dulce para o povo brasileiro é imenso e sua vida foi um exemplo de dedicação, pobreza e amor pelos outros. A sua beatificação aconteceu em 2011 e a canonização, em 2019, em Roma.
Na cidade de Alagoinhas, na Bahia, Andreia de Souza Carvalho participa de um grupo de oração que tem como padroeira a Santa Dulce dos Pobres. Ela, o esposo e as duas filhas, de 9 e 5 anos, participam do grupo de oração e de outras atividades da paróquia. “Passamos por momentos muito difíceis aqui em casa. Tivemos muitas dificuldades financeiras e uso de álcool. Quase nos separamos, mas, pela força da oração conseguimos ir transformando nossas vidas. Devo muito à intercessão de Irmã Dulce”, disse Andreia.
EM ORAÇÃO, A CAMINHO DA SANTIDADE
Em 2024, o Movimento Mães que Oram pelos Filhos completou seu décimo aniversário. O movimento tem impactado a vida de muitas famílias no Brasil e no exterior. Tudo começou quando, em 2014, um grupo de mães propôs reunir-se e rezar pelos filhos para que conseguissem enfrentar, com êxito, os diversos desafios vividos em cada fase da vida.
Com participação efetiva da fundadora, Ângela Abdo Campos Ferreira, o movimento foi crescendo de forma exponencial, marcando a trajetória de milhares e milhares de famílias. A força de Ângela, que é mestra em Ciências Contábeis pela Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (Fucape), pós-graduada em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (GV), Gestão de Pessoas pela Fundação de Assistência e Educação (Faesa), graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e psicanalista foi essencial para que tudo pudesse caminhar bem.
Além de sua atuação no movimento, ela é consultora e executiva na área de recursos humanos e empresa hospitalar e autora de mais de dez livros. Suas palestras e pregações estão disponíveis no YouTube, principalmente no canal Canção Nova Play.
Nas redes sociais do movimento são incontáveis os testemunhos de mães que tiveram suas vidas transformadas pela oração dentro dele. Em maio de 2025 acontecerá, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), o evento “Cidade das Mães”, com atividades exclusivas para pais, jovens e crianças e, claro, para as mães. A programação completa e as informações sobre como participar estão disponíveis no site eventos.cancaonova.com ou no Instagram na comunidade @maesqueorampelosfilhosoficial.