Setembro é um mês muito especial que nos chama a vivenciar nossa fé tendo como luz a Palavra. É um mês marcado por celebrações que iluminam os caminhos de quem busca se aprofundar na relação com o Pai. É o Mês da Bíblia, tempo especial para voltarmos nossos olhares à Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. É também o período em que contemplamos a santa cruz, que nos desafia a olhar além do sofrimento para perceber o amor incondicional de Deus que transforma a cruz, outrora sinal de morte, em fonte de salvação.
São dois momentos se entrelaçam de forma única, mostrando que a fé, sustentada pela Palavra e pela cruz de Cristo, é a força que nos guia em meio às dificuldades, renovando nossa esperança dia após dia. A Bíblia nos abre os horizontes da história da salvação ao narrar as alianças de Deus com a humanidade e ao revelar como Ele nos conduz com paciência, misericórdia e amor ao longo dos tempos. Durante este mês somos chamados não apenas a ler a Palavra, mas também a meditá-la e vivê-la em nosso dia a dia. Ela é um alimento espiritual que nos dá forças para enfrentar os desafios do cotidiano, ilumina nossas escolhas e nos aponta o sentido único de nossa existência. É por meio da vivência da Palavra que aprendemos que Deus caminha conosco, mesmo nos desertos da vida, sempre pronto a levantar aqueles que tropeçam e se voltam a Ele.
Vale lembrar que a Palavra de Deus não é separada da realidade da cruz. A cruz está presente nos desafios, dores e sacrifícios que enfrentamos, mas também em nossas decisões diárias de amar, perdoar e servir. A cruz nos lembra de que Deus não nos criou para o sofrimento, mas para a ressurreição, para a vida plena e para a verdadeira alegria que nasce do amor.
A cruz de Cristo nos ensina que o amor verdadeiro requer entrega, perseverança e confiança. Ela não é um símbolo de derrota, mas um sinal do triunfo do amor sobre o pecado e da vida sobre a morte. Ao meditarmos sobre a cruz somos chamados a compreender que Deus transforma nossa dor em salvação, assim como transformou o sofrimento de seu Filho em redenção para toda a humanidade. Ele nos pede que abracemos nossas cruzes com fé, pois é por meio delas que nossos corações se purificam e nossas almas se fortalecem.
Como Cristo, que rebaixou a si para exaltar o bem maior, aprendemos que só alcançamos a plenitude quando nos abrimos ao outro e vivemos em comunhão com o Pai (cf. Fl 2,6-11). O mundo pode nos levar a ver a cruz como algo a evitar, mas, na perspectiva divina, ela é o caminho da vitória.
Reconheçamos, portanto, na Bíblia e na cruz não apenas fontes de ensinamento, mas pontes que nos colocam em contato direto com o amor e a sabedoria de Deus. Os desafios da vida, muitas vezes, podem parecer pesados demais, mas a Palavra nos lembra de que Deus caminha ao nosso lado, sustentando-nos para que não desanimemos. Reunamo-nos em torno da Palavra que pode nos transformar não apenas interiormente, mas em nosso testemunho no mundo, sendo luz e sal para uma sociedade tão carente de paz, justiça e solidariedade.
A cruz não é um ponto final, mas um caminho de transformação pelo qual aprendemos o verdadeiro significado de amar e nos entregarmos ao próximo. A Palavra, por sua vez, orienta-nos e fortalece-nos para que não nos percamos no caminho estreito que conduz à vida plena. Assim, neste mês somos chamados a nos voltar a Deus com confiança renovada. Que possamos encontrar tempo para mergulhar na leitura das Sagradas Escrituras, dialogar com Deus e deixar que a mensagem divina transforme nossos corações. Que também aprendamos a carregar as cruzes de cada dia com serenidade e coragem, certos de que, unindo nossos sacrifícios ao de Cristo, somos participantes da obra de salvação e construtores do Reino de Deus.
Que esta edição da Revista Ave Maria promova um reencontro com a Palavra viva e com a força que brota da cruz, para que nossa fé seja renovada e sejamos capacitados a seguir em frente como discípulos de Cristo, testemunhas da esperança e do amor que transformam o mundo.
NOTAS MARIANAS
Maria, mostrastes ser mãe
Aprender Cristo de Maria; louvores e súplicas à Virgem Maria, mãe de misericórdia; superar os perigos físicos, morais e espirituais; propagação do Evangelho “Santa Mãe do Redentor, Porta do Céu, Estrela do Mar, socorrei o vosso povo que anela por erguer-se!”. Uma vez mais nos dirigimos a vós, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja, ajoelhados a vossos pés para vos agradecer por tudo quanto fizestes
nestes anos difíceis pela Igreja, por cada um de nós e pela humanidade inteira.