Neste mês de junho, a Igreja celebra a Solenidade de São Pedro e São Paulo e na mesma data o Dia do Papa. O convite é voltarmos nossos corações e nossas orações ao alto pela Igreja e seus representantes na pessoa do Sumo Pontífice, hoje o Papa Francisco, para que, como vigário de Cristo e sucessor de Pedro, seja fiel como guarda e pastor das almas, confirme seus irmãos na fé apostólica e perpetue o legado missionário deixado pelo apóstolo Paulo.
A dignidade da pessoa e do magistério do Pontífice tem seu fundamento no próprio Cristo, que instituiu Pedro como chefe dos apóstolos, ao dizer “Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja (…). Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e o que desligares na Terra será desligado nos Céus” (Mt 16,18). E como instrumento de perpetuação do seu ministério, “Jesus disse a Simão Pedro: ‘Tu me amas? (…) Apascenta as minhas ovelhas’” (Jo 21,15-17).
Pedro, com a morte de Judas, toma a palavra para eleger outro apóstolo para completar o número dos escolhidos para o ministério que o Senhor lhes havia confiado (cf. At 1,15-26). Inicia-se, assim, o processo da continuidade apostólica. Aos onze são associados Matias, depois Paulo, Apóstolo dos Gentios, e em seguida outros até a formação na segunda e na terceira geração do ministério do bispo, como ensina o Papa Bento XVI (audiência-geral, 10 de maio de 2006). A Igreja que foi fundada e constituída em Roma pelos apóstolos Pedro e Paulo guarda no tesouro da sua tradição a sucessão apostólica com a lista dos 266 papas que governaram legitimamente de Pedro até Francisco.
Há uma graça sobrenatural na sucessão apostólica do ministério episcopal, pois ela é um dom do Espírito Santo que torna presente o Senhor Jesus, chefe do seu povo. É Cristo que fala e age na pessoa dos ministros ordenados; eles agem in persona Christi, que significa, literalmente, na pessoa de Cristo. Santa Catarina de Sena bem compreendeu isso e chamava o Papa de “o doce Cristo na Terra” (Cartas, III).
Muitos perguntam como pode o Papa, uma pessoa humana, ser infalível? A verdade é que ele mesmo reconhece em sua humanidade ser passível de erro e pecador, mas, a Igreja crê que o Pontífice não erra quando fala como pastor supremo da Igreja, a quem Cristo prometeu a assistência divina e o carisma da infalibilidade concentra-se na definição de doutrinas de fé ou costumes (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 25).
Para melhor penetrar a necessidade desse dom extraordinário do Espírito para a unidade da Igreja, que é o ministério petrino, São Tomás de Aquino apresenta a imagem da Igreja como corpo, por isso diz que “Como o corpo é um só, é necessário, para conservar essa unidade, haver um poder governativo da Igreja universal, superior ao poder episcopal a que obedece cada igreja especial. E esse é o poder do Papa” (Suma teológica, questão XL, cap. VI, III).
Como católicos somos chamados a preservar a unidade do corpo, que é a Igreja, cultivando o amor e a gratidão ao Santo Padre, seja quem ele for, com manifestações de carinho e afeto filial, e atuar sempre em união com ele e submissos à sua autoridade. Esse é o meio de sermos fiéis à vontade de Nosso Senhor.