Vigiai!

Iniciamos o novo tempo litúrgico do Advento, época da alegre expectativa da vinda do Messias, celebrada em dois momentos: nas duas primeiras semanas, a liturgia se volta para a expectativa da segunda vinda de Cristo na escatologia e nas duas últimas celebra-se a preparação da primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, o Natal do Senhor.

Nesse contexto, recordemos Isaías 63,16b-17.19b; 64,2b-7 por causa da situação difícil pela qual passava o povo; enquanto se recordava das maravilhas de outrora, pedia ansiosamente a intervenção especial de Deus. Somente sua intervenção poderia acabar com a situação caótica em que o povo estava mergulhado. Nos desencontros históricos, nos momentos de maior dificuldade, ansiamos por uma intervenção divina: que os céus se rasguem, que desça o Salvador e que os instrumentos de opressão não funcionem.

Na introdução à Carta aos Coríntios 1Cor 1,3-9, Paulo agradece a Deus pelos dons, aptidões e carismas concedidos. Entre eles, o da palavra e da ciência, muito valorizados na cultura da época. Esses carismas têm a função de sustentar e confirmar a comunidade no presente, mas, acima de tudo, são orientados à manifestação última de Jesus Cristo, que nesse tempo Paulo considerava iminente.

Marcos 13,33-37 reflete a crença da primitiva comunidade cristã segundo a qual o retorno de Jesus aconteceria muito em breve. Nós sabemos que, aos poucos, essa concepção foi corrigida pelo próprio apóstolo Paulo e por outras manifestações de Jesus. O fim do mundo era um tema recorrente e os discípulos queriam saber sobre o tempo em que isso iria acontecer. Jesus, como judeu de seu tempo, plenamente humano, não dispunha de informações a respeito. Há coisas que só Deus Pai sabe, por isso, Ele não oferece respostas prontas e precisas, tampouco data, dia e hora do fim do mundo. O que é essencial para a comunidade de Marcos e no tempo do Advento que vivemos é o alerta para a necessidade de uma atitude do exercício da vigilância responsável. Essa vigilância ativa exclui a impaciência, o sonho, o temor e o relaxamento. Nenhuma dessas atitudes contribui para o tipo de vigilância que se espera do cristão, pois o que se espera dele é que esteja pronto a viver uma espera real, nem partindo em direção à fuga nem fugindo da situação do presente. 

A Palavra de Deus nos introduz no clima do Advento, na espera confiante na vinda do Senhor. O convite a vigiar é uma atitude básica, uma virtude do cristão, convite sublinhado pela breve parábola e pelo porteiro sonolento. A vida do cristão deve ser como uma noite de vigília, até que amanheça o dia da parusia.

NOTAS MARIANAS
Coração de Maria

Configurar-se a Cristo com Maria; entregar o coração a Maria, mãe de Deus. Senhor e Deus nosso, que escolhestes a sempre Virgem Maria para mãe de vosso Filho e mãe nossa: fazei que, pela fiel entrega ao seu coração materno, configuremo-nos mais plenamente com Cristo e, impelidos pela caridade, dediquemo-nos com maior generosidade a proclamar o Evangelho a todos os homens.

Facebook
WhatsApp
Email
Imprimir
LinkedIn