Maravilha e encanta a espontaneidade de André, irmão de Simão, nascido em Betsaida. Junto com o pai, Jonas, e com o irmão dedicava-se à pesca no lago de Tiberíades, na Galileia, e morava em Cafarnaum. No seu nome percebe-se que a influência da cultura grega tinha chegado também àquela região.
O episódio mais simpático de sua vida nos é narrado no Evangelho de João (cf. Jo 1,35-42). André tinha ido para as margens do Jordão junto com João, o futuro evangelista, para escutar João Batista. Este, indicando-lhes Jesus, disse: “Eis o Cordeiro de Deus! “E os dois discípulos, ouvindo-o falar assim, seguiram Jesus. Jesus então se voltou e, vendo que o seguiam, disse: ‘Que procurais?’. Responderam-lhe: ‘Rabi (que significa “mestre”), onde moras?’. Disse-lhes: ‘Vinde e vede’. Foram, pois, e viram onde morava e ficaram aquele dia junto dele; eram cerca de quatro horas da tarde” (Jo 1,36-39).
O encontro deve ter sido particularmente marcante, visto que os dois recordavam até mesmo a hora daquele dia inesquecível: “Eram cerca das quatro horas da tarde” (diz o texto bíblico “Era cerca da hora décima” (Jo 1,39) e a nota confirma a equivalência, pelas quatro horas da tarde].
“Um dos dois que tinham ouvido as palavras de João e o haviam seguido era André, irmão de Simão Pedro” está escrito em João1,40. São João Crisóstomo faz este comentário: “André, tendo ficado perto de Jesus e tendo aprendido muitas coisas, não manteve escondido em si esse tesouro, mas apressou-se a correr para junto de seu irmão para torná-lo participante disso”. Já o destino dos dois estava marcado para sempre, porque o Mestre havia colocado seus olhos neles.
Esse, de fato, segundo a narrativa do evangelista Marcos, “passando junto do mar da Galileia, viu Simão e André, irmão de Simão, enquanto lançavam as redes ao mar; eram de fato pescadores. Jesus disse-lhes: ‘Segui-me, eu vos farei pescadores de homens’. E logo, deixadas as redes, seguiram-no” (Mc 1,16). André foi com João entre os mais íntimos de Jesus. A ele se dirigiu Filipe para que dissesse a Jesus que os gregos o queriam ver (cf. Jo 12,20-23). Quando Jesus pediu que dessem de comer à multidão que o havia escutado, André apresentou ao Mestre um menino com cinco pães e dois peixes (cf. Jo 6,8-9).
No monte das Oliveiras perguntou a Jesus, junto com Pedro, Tiago e João, quando aconteceria a destruição do maravilhoso templo que brilhava diante dos seus olhos (cf. Mc 13,3). Depois da paixão, André estava com os outros apóstolos no Cenáculo aguardando a vinda do Espírito Santo (cf. At 1,13) e depois de Pentecostes, segundo a tradição, teria encorajado o apóstolo São João a narrar os fatos e as palavras de Jesus no seu Evangelho. Segundo Orígenes, André teria pregado o Evangelho na Cítia, no Ponto Euxino, na Capadócia, na Galácia e na Bitínia. Depois, segundo São Jerônimo, teria passado a evangelizar a Acaia, firmando-se em Patrasso, onde teria sofrido o martírio aproximadamente nos anos 60, pregado em uma cruz, cujos braços eram dispostos diagonalmente. Daí o nome de cruz de Santo André.
Mais tarde, no século IV, suas relíquias foram transportadas para Constantinopla, que o escolheu como seu padroeiro. A nova Roma possuía o “troféu” do irmão de Pedro e deu a André o título de Protocleto, isto é, de primeiro chamado, mesmo que o mesmo título diga respeito igualmente a São João evangelista.
Em 1208, os alfenenses levaram para a sua cidade as relíquias do apóstolo e, em 1462, deram sua cabeça à Igreja de Roma. Em sinal de reconciliação, o Papa Paulo VI, em 1964, restituiu essa relíquia para a igreja irmã de Constantinopla.
Atualmente, a relíquia da cabeça de Santo André é conservada em Patrasso.