Os preferidos de Deus

O rei Joaquim fez aliança com nações estrangeiras e passou a confiar mais nessa aliança do que no próprio Deus (cf. Jr 17,5-8). A autossuficiência e a confiança exclusiva no exército se tornaram uma ofensa grave a Deus. 

Não confiar em Deus é como uma árvore plantada no deserto, que logo irá secar. Assim somos nós em relação à graça do Senhor: secamos espiritualmente quando nos afastamos dele.

No “discurso da planície”, Jesus pronuncia quatro bem-aventuranças, cujos destinatários são os pobres, os famintos, os que choram, os perseguidos, os desprotegidos, explorados, pequenos e sem voz, as vítimas da injustiça, os privados dos seus direitos e da sua dignidade.

Os últimos na ordem social, por falta de bens, são os primeiros destinatários da salvação. Por estarem numa situação de debilidade, Deus quer derramar sobre eles a sua bondade, a sua misericórdia, a sua salvação. Por causa da carência de bens eles estão mais abertos a acolher a proposta de salvação de Jesus Cristo.

São proclamados “felizes” os que constroem suas vidas à luz dos valores do Evangelho e infelizes os que preferem o egoísmo, o orgulho e a autossuficiência.

Os simples, humildes, débeis, desprezados e indefesos são os preferidos de Deus. Os que confiam nos bens, independentemente da quantidade, não contam com Deus e julgam poder alcançar a salvação com as próprias forças.

A riqueza pode se transformar em privação, a fartura em fome, a alegria em pranto, a fama em vergonha e desonra. De projetos de vida assim é preciso ficar bem longe.

Lucas propõe as bem-aventuranças para aqueles que têm em Deus sua confiança, e “ais” para os que fazem de seus bens um deus (cf. Lc 6,17.20-26). Não são abençoados aqueles que destroem vidas humanas ou espalham mentiras. Deus quer construir um futuro para a humanidade com quem confia nele e não com os que devoram tudo para saciar sua ânsia de poder.

Os “ais” denunciam a lógica dos poderosos, opressores, prepotentes, orgulhosos e autossuficientes.

Sem dúvida, a proposta de salvação é também para os ricos, contanto que manifestem conversão e deixem o egoísmo, a prepotência, a injustiça e a autossuficiência.

A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida para todos.

Jesus é o enviado do Pai para libertar a todos, em especial os mais necessitados e oprimidos, pois eles são os mais amados e os preferidos de Deus.

NOTAS MARIANAS
Mistérios da dor

São um convite a contemplar a Deus, que se rebaixa por amor “até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8), Jesus como Deus terno e misericordioso que se entrega em favor dos homens: “Os mistérios da dor levam o crente a reviver a morte de Jesus pondo-se aos pés da cruz junto de Maria, para com ela penetrar o abismo do amor de Deus pelo homem e sentir toda a sua força regeneradora” (Rosário da Virgem Maria, 22). É costume rezá-los às terças e às sextas-feiras.

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