Nesta série de artigos sobre psicopedagogia catequética conforme as idades, queremos levar nossos catequistas a uma maior compreensão do desenvolvimento da catequese nas respectivas fases da vida. Só dessa forma que a evangelização será capaz de corresponder a seus desafios hoje. A Igreja tem nos alertado sobre isso e assim consta no Diretório Nacional de Catequese: “É necessário integrar as diversas etapas do caminho de fé. Essa integração possibilita uma catequese que ajuda cada um a crescer na fé, à medida que vai crescendo em outras dimensões da sua maturidade humana e tendo novos questionamentos existenciais” (180).
Para nós, catequistas, é fundamental compreendermos esses processos na aprendizagem da fé. Somente dessa forma conseguiremos usar uma linguagem adequada, didática e metodologias integrativas, como nos orienta o novo Diretório Nacional de Catequese (2020). Dentro dessa proposta de catequese que corresponde às idades, no acompanhamento das famílias é preciso despertar para a consciência de que “Cada momento da infância deve ser compreendido separadamente, pois cada um destes momentos traz consigo diferentes características” (Calandro e Ledo, 2014).
A grande interrogação que precisamos fazer é: “Estamos caminhando junto com a família dos catequizandos? Estamos pensando em uma catequese a partir da família?”. Por isso, não dá para continuar fazendo mais do mesmo. Se não compreendemos essa dimensão da catequese junto à família, continuaremos fazendo o que vem sendo feito e tendo os mesmos resultados.
Nas três primeiras fases da vida, tanto a criança como o adolescente seguem figuras de poder e autoridade para tê-las como exemplos de vida. Essas figuras exercem poder na construção de suas personalidades: “A personalidade dos pais exerce grande influência sobre a criança, ou seja, o jeito que os pais se relacionarem entre si e com a criança irá contribuir para o seu desenvolvimento” (Calandro e Ledo, 2014).
A partir dessa informação fica evidente que não basta ensinarmos valores cristãos na catequese se no ambiente familiar existem transmissões de contravalores; isso poderá levar confusão à criança que ainda não teve seu “nascimento psíquico” devido às limitações próprias da idade.
Tendo apresentado alguns aspectos da infância, vamos compreender a segunda fase desse momento importante da vida. A segunda infância, a partir da psicopedagogia catequética, é entendida como a idade dos 7 aos 9/10 anos. É preciso estar atentos a “(…) este momento, ao adeus da infância. É na segunda infância que muitas coisas irão se firmar” (Calandro e Ledo, 2014).
Observa-se que cada fase é uma preparação para momentos posteriores da vida, não pode ser entendida unicamente de forma isolada, mas como momento de crescimento e desenvolvimento das dimensões física, psíquica e espiritual, “Por isso a catequese com esta idade deve estar preocupada em estabelecer limites, bem como oferecer à criança em desenvolvimento momentos de reflexão sobre a vida de fé” (Calandro e Ledo, 2014).
Tendo em vista os aspectos observados, no fim da segunda fase da infância é preciso observar se houve ou não um justo desenvolvimento das três dimensões essenciais da vida, não só da criança, mas de todas as fases da vida humana, portanto, nessa fase da infância, principalmente pelo fato de a pessoa estar chegando à pré-adolescência, precisamos ter um pouco mais de profundidade sobre a fé e a vida dela, que começará a entrar na fase de conflitos pessoais, afetivos e psicológicos.