Estimado leitor(a) da Revista Ave Maria, começo nossa reflexão mensal de julho convidando você e sua família para uma experiência fundamental para a nossa fé cristã católica apostólica romana. A família cristã, como celeiro de santidade e vivência missionária, é uma proposta essencial para a perpétua memória da paixão, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus, como centralidade da fé cristã. Sendo assim, o centro da vida familiar cristã deve ser a profissão de fé em Cristo como rocha viva.
“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16, 18). Há aproximadamente 2.000 anos, Jesus Cristo instituiu sua Igreja sobre a rocha firme, a pedra: São Pedro. No entanto, Deus nunca precisou de Pedro para realizar Seu projeto, mas Ele quis precisar dele. Da mesma forma, Ele não precisa de nenhum de nós, homens e mulheres, para dar continuidade a esse mesmo projeto, mas Ele quer precisar de nós e de nossas famílias, a fim de nos conduzir para a salvação; Ele quer precisar de nós por misericórdia. Por isso, Ele se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14), para que, além das Escrituras Sagradas, nós também tivéssemos um modelo a seguir, o Seu próprio modelo, na pessoa de Jesus. São Pedro foi o primeiro a quem Ele confiou o Seu ministério de salvação, e, a partir desse momento, São Pedro confiou a outros, e depois estes a mais outros, e a Igreja de Cristo continua até hoje, por meio dos nossos sacerdotes e leigos da Igreja Católica Apostólica Romana.
Pois bem, meus irmãos, nesse contexto da Igreja, o que são as famílias cristãs católicas? Somos a Igreja em saída, como nos afirmou o Papa Francisco; somos o “abraço” da Igreja enquanto instituição, composto por leigos que assumiram a missão de evangelizar a partir do sacramento do Batismo, conforme o mandamento de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Somos famílias que querem ser discípulos missionários de Jesus e fazemos isso seguindo os passos dos primeiros apóstolos e discípulos, nos reunindo no templo e em nossas casas (cf. At 2,46), pois é assim que Deus quer precisar de nós hoje. Faça o propósito de estar ainda mais unido com a sua Igreja doméstica, assim como a nossa Igreja e com nossos propósitos de evangelização, através das pastorais e movimentos. E, para isso, quero propor a você e sua família um caminho com algumas ações concretas, como:
A Oração: No âmbito da nossa Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, liderada pelo nosso Papa Leão, estamos vivendo o “Ano Jubilar” como forma de encontro com Jesus e os nossos irmãos, através da força do perdão, da reconciliação e da indulgência.
Os Sacramentos e a Tradição da Igreja: No âmbito da nossa comunidade eclesial e da Igreja doméstica, entendemos os sinais visíveis que refletem a essência invisível e espiritual dos Sacramentos e da Tradição, fundamentados na teologia da salvação (Catecismo da Igreja Católica, 774). É indispensável mergulharmos no real sentido dos sete Sacramentos (Penitência, Batismo, Crisma, Eucaristia, Matrimônio, Ordem e Unção dos Enfermos). Também devemos nos aprofundar na força doutrinária que recebemos através da Tradição da nossa Igreja.
O Discipulado e a Liderança: No âmbito da nossa comunidade eclesial, queremos e precisamos que a Palavra de Deus e a Salvação de Cristo atinjam mais pessoas. Esse objetivo só será possível com mais famílias evangelizadas e, consequentemente, mais líderes, que guiem essas novas famílias com amor e dedicação.
Precisaremos nos aprofundar e trabalhar essas questões dentro de nossas casas, para nossa edificação pessoal e, consequentemente, a edificação da nossa Igreja doméstica, pois, assim como Jesus quis precisar de Pedro para conduzi-lo à santidade, Ele também quer precisar de você hoje para dar continuidade ao Seu ministério e te guiar para a salvação. Perceba que, quando você trabalha para Deus, na verdade Ele quem está trabalhando em você, na sua vida, na sua conversão e na sua salvação. E o mais maravilhoso é que você não precisa fazer nada sozinho, pois Ele nos ensinou a ser Igreja, a sermos, verdadeiramente, irmãos que se suportam e se amam uns aos outros. Por isso, reiniciaremos nossa caminhada junto com Deus, quantas vezes forem necessárias, conhecendo-O mais e servindo-O melhor, no templo e em casa, juntos, em uma fraterna comunidade.