A VISITA E A HISTÓRIA DO MORANGUEIRO

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Acolher pessoas queridas, que compartilham dos mesmos sonhos e evangelizam com talento, simplicidade e profundidade, é sempre grande oportunidade para nosso crescimento, além de experimentarmos momentos de alegria. Assim aconteceu comigo no ano passado. Pelo celular, recebi uma mensagem de Jorge Lorente, escritor e apresentador de programas na Rádio Imaculada Conceição, Rede Milícia Sat, de São Bernardo do Campo (SP).

Estava passando por Tambaú (SP) e queria fazer uma entrevista comigo, ao vivo, direto da casa paroquial, via internet. Combinamos e, no dia e hora marcados, ele chegou com seu equipamento de transmissão. Conversamos bastante, falamos de música, livros, do Beato Donizetti e da importância de anunciar a Palavra de Deus pelos diferentes meios e plataformas de comunicação. Almoçamos juntos e ele me contou uma história muito interessante, que eu não sabia: “Você conhece a história do morangueiro, Padre Agnaldo? Publiquei em um dos meus livros. O morangueiro é uma planta rasteira que forma pequenas touceiras que vão se alastrando pela emissão de estolhos. Estolhos são seus brotos, que crescem nas pontas de compridos pendões e se projetam. É como se fossem lançados e, ao cair ao solo, criam raízes, formando novas plantas ao seu redor. Dessa maneira, a plantação de morangos vai se espalhando como se estivesse caminhando, reproduzindo frutos em cada um dos locais onde aconteceu o plantio espontâneo. Essa caminhada não tem fim. Enquanto houver espaço, novos pendões surgirão e serão projetados. No local em que caírem, fincarão suas raízes e muitos frutos surgirão”. 

Depois da sobremesa, o querido Jorge Lorente se despediu de mim e seguiu seu caminho de retorno a São Paulo (SP) para continuar suas atividades como apresentador. Fiquei pensando na sua história e na necessidade de ser como um morangueiro em 2023. 

Jesus quer nos ver lançando muitos pendões com sua Palavra, aproveitando cada momento e ambiente, para que a salvação chegue a toda criatura. Para isso, precisamos ter disponibilidade, fé, paciência e nunca desanimar se não encontramos um pouquinho de terra fértil para o broto ser plantado. Isso significa agir como o morangueiro e a oração é o adubo que vai nos fortalecer. Assim que nossas raízes estiverem firmes e algumas folhas aparecerem vai ser hora de soltar os pendões e fazer brotar novas plantas ao nosso redor. Dessa forma, o projeto de Deus irá se espalhar, alastrar-se e a Boa-Nova será conhecida por todos, em primeiro lugar por aqueles que estão mais perto de nós. Que maravilha é saber que, apesar das imperfeições que temos, Deus pode agir por meio de nossas vidas para fazer nascer novos filhos para a Igreja e seu Reino. 

Vamos juntos, neste ano novo, imitar o morangueiro, aproveitar cada espaço, momento e situação para lançar um novo “estolho”? Não somente isso, vamos produzir muitos “morangos”? Dessa forma, sentiremos a docilidade do Senhor em nossos lábios e corações, como nos diz o salmista:Na observância de vossas ordens eu me alegro, muito mais do que em todas as riquezas. Mais vale para mim a lei de vossa boca que montes de ouro e prata. Quão saborosas são para mim vossas palavras! São mais doces que o mel à minha boca. Minha herança eterna são as vossas prescrições, porque fazem a alegria de meu coração. Abro a boca para aspirar, num intenso amor de vossa lei” (Sl 118,4.72.103.111.131). Agindo assim, creio que esse mel divino vai adoçar a vida dos que, por meio de nós, fizerem uma profunda experiência do amor de Deus.

Pe. Agnaldo José

Sacerdote da Diocese de São João da Boa Vista-SP, trabalha na Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Casa Branca-SP. Formado em Filosofia, Teologia e Comunicação Social, pós-graduado em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário e mestre em Comunicação na Contemporaneidade pela Faculdade Cásper Libero de São Paulo-SP, já publicou 17 livros nas áreas de Literatura, Comunicação e Espiritualidade. É é coordenador da Pastoral da Comunicação da sua diocese e apresentador do programa “Louvemos o Senhor” na Rede Século 21.

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