Na sequência dos mandamentos da lei de Deus, contempla-se o: “Não tomar o seu santo nome em vão”. Quando lê essa mensagem, o jovem pensa logo: “Deus tem um nome?”.
Veja bem: o nome é o que há de mais sagrado em alguém, imprime uma identidade e diferencia esse ser humano dos demais. Por exemplo: o José é diferente do Antônio, que consequente é diferente do Cícero e assim por diante. O nome traz consigo um caráter indelével, desde o dia em que aquela pessoa foi batizada. É pelo nome que a pessoa é identificada; também por meio dele a pessoa se apresenta; de igual modo é reconhecida por tal apresentação; a pessoa zela por seu nome, preservando sua identidade em aspecto sociomoral; enfim, o nome está concomitantemente intrínseco a cada pessoa e nem a morte pode apagá-lo. O nome se perpetua na história.
Se cada ser humano tem um nome, aquele que os criou também não o teria? Claro que sim! Diz o Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 2143: “Entre todas as palavras da revelação, há uma, singular, que é a revelação do nome de Deus. Deus confia o seu nome aos que creem nele; revela-se-lhes no seu mistério pessoal. O dom do nome é da ordem da confidência e da intimidade”. Nesse sentido, Deus, por ver em Moisés um crente, isto é, um homem que crê verdadeiramente, revela-lhe seu nome: “Eu sou aquele que sou!” (Ex 3,14). Ou seja, Ele é aquele que é, que sempre existiu; não tem início e nem fim. Pelo contrário, tudo tem início e fim no nome dele. Por sua vez, mais tarde, na história da salvação, já no Novo Testamento, Ele se revela em Jesus como sendo o Emanuel, Deus conosco, a saber, conforme a profecia: “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa ‘Deus conosco’” (Mt 1,23). É como se dissesse “O ‘Eu sou’ caminha todos os dias com tudo o que existe e que existirá e além do mais conhece a cada um por seu próprio nome ao dizer ‘Não tenhas medo, pois eu te resgatei, chamei-te pelo teu nome, tu és meu!’ (Is 43,1)”.
Deus, ao se revelar pelo nome, faz isso para aproximar-se do ser humano a fim de fazer com que este o conheça, ame e siga. É uma revelação de amor para com aqueles que foram criados à sua imagem e semelhança. É bem verdade que ao revelar seu nome, que é santíssimo, quer dizer, o maximamente sagrado, o homem não pode dizer o nome dele em vão. Daí que o Catecismo da Igreja Católica, ainda no parágrafo 2143, orienta: “O nome do Senhor é santo; por isso, o homem não pode abusar dele. Deve guardá-lo na memória, num silêncio de adoração amorosa. E não o empregará nas suas próprias palavras senão para o bendizer, louvar e glorificar”. É fazer como pede a Sagrada Escritura: “Para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse ‘Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2,10-11).
É bom salientar que, ao dar-se a conhecer e tornar-se próximo, Ele não perde a condição divina. O próprio nome já assegura, é uma revelação, sendo do Céu para a Terra e não da Terra para o Céu; é nome divino, altíssimo. Sagrado, santíssimo, que toca esta pobre humanidade, assumindo a natureza humana em Jesus, o Emanuel, sem perder a sua natureza divina.
Outra coisa não faça cada ser humano que tem um nome e que quer que este seja preservado, que reconheça o nome de Deus e lhe dê toda honra, glória e poder, pois é o “Nome que está acima de todo nome” (Fl 2,9).