A catequese é um processo de educação da fé, que leva a pessoa a uma vida transformada e de comunhão com Jesus Cristo. Embora sejam muitos os recursos, os textos, as vivências e os momentos de espiritualidade, só o encontro pessoal com Jesus Cristo pode dar sentido à vida de todo cristão. Ele é o caminho para Pai! Com Jesus, podemos mergulhar na imensidão do amor divino e com a ação do Espírito Santo sentimos que esse amor não se esgota. Abertos à docilidade do Espírito, podemos participar da intimidade com Deus na vida da Santíssima Trindade.
Todo o processo de educação da fé é um abraço generoso do Bom Pastor que, pela Igreja, acolhe, orienta e acompanha: as crianças, os jovens e os adultos, para que tenham acesso às verdades reveladas pela doutrina cristã, de forma orgânica e sistemática, para que todos busquem, passo a passo, a plenitude da vida cristã. A iniciação à fé e à vida da comunidade fortalece os passos de quem se coloca no caminho do discipulado.
No encontro com a pessoa de Jesus Cristo, encontramos motivação para entender os projetos de Deus, não apenas como mais um tema estudado, mas como um projeto de vida, na esperança de ver se realizar a esperança de Jesus: “Que todos sejam um” (Jo 17,21).
A catequese, com a finalidade de levar a pessoa à comunhão com Jesus, favorece momentos de interação entre fé e vida, para que ecoe no coração dos catequizandos a Palavra de Deus. É nossa missão anunciar o Evangelho: na família, na comunidade e em todos os lugares onde o povo permanece sedento de viver em plenitude. Encontramos, em nossa sociedade, desertos áridos e vazios, onde existe ainda uma ignorância religiosa, uma resistência ao amor de Deus ou uma desatenção ao próximo e ao mundo criado, nossa casa comum.
Sempre mais se impõe a necessidade de uma catequese vivencial, orante e acolhedora. Uma grande inspiração para essa renovação na catequese é o Tempo do Advento. Jesus vem nascer em cada cristão, para que o mundo seja iluminado. É tempo de preparar o coração para a chegada do Menino Deus.
A catequese sobre a vinda de Jesus traz um ensinamento essencial da fé: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Com essa grande motivação, vamos preparando nossos catequizandos para uma consciente e ativa iniciação litúrgica, que se irradia na vida familiar e na vida comunitária.
Uma catequese vivencial favorece a riqueza do encontro entre pessoas: dos catequizandos entre si e deles com o Senhor. Inspirados na pedagogia divina, nós, catequistas, podemos intensificar a valorização e o respeito pela nossa humanidade. Deus, na sua infinita bondade e em Jesus Cristo, assumiu a condição humana para engrandecer o ser humano e no mistério dessa união, entre o divino e o humano, tornou-se próximo, visível e acessível.
- Precisamos trabalhar, na catequese, a verdade de que Deus está próximo, muito perto de nós.
Uma catequese orante se configura na prática da comunhão com Deus e com os irmãos e as irmãs na fé. É missão da catequese levar as pessoas para mais perto do Senhor Deus e de anunciar sua presença constante no meio de nós. Para cumprirmos a tarefa de construir uma comunidade de vida e de fé, por meio de uma catequese orante, todos os responsáveis pela ação catequética precisam caminhar de mãos dadas, abertas para o trabalho e postas em oração.
- Cuidemos para que nossos catequizandos aprendam a falar com Deus com suas próprias palavras e sentimentos; para que saibam rezar as orações da Igreja e saibam orar, apresentando a Deus sua experiência de vida.
Por fim, uma catequese acolhedora ressalta a força da fraternidade com os ensinamentos de Jesus Cristo, missionário do Pai, que, com palavras e com atitudes, abraçou e carregou em seus braços o seu povo e o seu rebanho. Do nascimento à morte na cruz, revelou o desejo do Pai: acolher para a plenitude da vida os que peregrinavam sem alegria e esperança.
- Cabe aos catequistas de hoje abrirem os braços para acolher os catequizandos e suas famílias para a encantadora experiência do amor fraterno.
Sejamos os braços de Jesus que acolhem, os olhos que enxergam as dores e sofrimentos de nossos irmãos e irmãs, os pés que deixam marcas no caminho da fé, sempre em direção à vida cristã autêntica.
Contudo, devemos reconhecer que ainda há muito por fazer; somos poucos, mas a esperança não pode faltar. Sejamos luz! Levemos o brilho de Jesus criança, envolto em faixas e deitado na manjedoura, para a vida de nossos catequizandos.
Está perto o Natal! Caminhemos juntos na direção de uma maturidade cristã de fé, de paz no coração e de amor ao próximo sendo Igreja,: casa da vida e do amor.
Feliz e santo Natal!