O quarto mandamento da lei de Deus é claramente direcionado aos filhos, visto que eles devem honrar o pai e a mãe como verdadeiros presentes de Deus, a tal ponto de compreenderem que ninguém escolheu o pai e a mãe que quis, mas foi Deus quem lhe deu, por isso devem ser maximamente respeitados.
A Sagrada Escritura em diversos momentos apresenta a honra ao pai e à mãe como princípio de vida, ou seja, será abençoado em sua existência o filho que presta esse respeito acompanhado da estima e cuidado a seus pais. No Antigo Testamento está escrito no Livro do Êxodo, quando fala do decálogo: “Honra teu pai e tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor teu Deus te dará” (20,12); já no Novo Testamento, percebe-se o testemunho do próprio Senhor Jesus a seus pais: “Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,51-52). O apóstolo Paulo, por sua vez, recorda na Carta aos Efésios: “Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isto é de justiça. ‘Honra teu pai e tua mãe’ – este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma promessa – ‘a fim de que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra’” (6,1-3).
Veja bem: essas acentuações que traz a Sagrada Escritura são para recordar a importância desse mandamento. Na linha de uma ação concreta, depois de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, o amor aos pais consiste em ser o próximo mais próximo a quem os filhos devem amar, por isso a grandeza desse mandamento, tanto quanto o primeiro sobre o amor a Deus. Com isso, convém lembrar, como atesta o Catecismo da Igreja Católica, que a paternidade humana tem a sua origem na paternidade divina: “A paternidade divina é a fonte da paternidade humana; nela se fundamenta a honra devida aos pais. O respeito dos filhos, menores ou adultos, pelo seu pai e pela sua mãe nutre-se do afeto natural nascido dos laços que os unem. Exige-o o preceito divino” (2214), por isso ser pai e ser mãe é graça divina e os filhos devem ter essa compreensão a fim de honrá-los sempre. E mais: se honrar pai e mãe é garantia de uma vida feliz, longa e abençoada, qual seria o filho sem juízo que não desejaria cumprir esse mandamento?
Talvez alguém diga o seguinte: “Ah! Eu não queria ter esse pai ou essa mãe!”. Para que exclamações como essas não ocorram é preciso ter fortemente claro no coração e na mente que, como foi dito, pai e mãe são ofertas divinas, independentemente do que eles são, possuem ou de como agem. Uma animadora atitude para mudar esse pensamento é amá-los e o amor não requer medidas nem circunstâncias, é livre, desinteressado.
Que tal ainda hoje você começar a praticar o amor a seus pais? Amar é uma das mais sublimes formas de honrar, porque a honra requer a liberdade do coração. Pense também que amanhã você poderá ser um pai e uma mãe, então, amor ofertado é amor aprendido com a vida e para a vida. Como diz a canção, “Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas!” (Alberto Costa, Fica sempre).
Por fim, vale dizer que o verbo está no imperativo: “honra”, ou seja, não é algo para amanhã ou para um dentro em breve, deve ser uma decisão para o agora da vida, portanto, filho, honra teu pai e tua mãe e terás vida longa e dias plenos!