É possível verificar e acompanhar a grande transformação do ambiente catequético, para a educação da fé em nossas paróquias e comunidades. Nos últimos anos, ou décadas, atravessamos um longo período de renovação na catequese. Dentre tantas novidades, a Catequese precisou se atualizar e apresentar uma proposta ainda mais atraente, criativa e empolgante. Falar de Jesus e Falar com Jesus não deixaram de ser a principal tarefa da catequese.
Hoje, a questão é como falar com Jesus e como falar dele aos catequizandos?
Claro que não podemos nos limitar ao conceito de um único espaço e horário, para realizarmos um encontro catequético. A catequese vai além da sala e do horário estabelecido para o encontro com o grupo de catequizandos, que foi confiado a nós, pela Igreja.
Falar com Jesus é fundamental para sabermos caminhar com: crianças, adolescentes, jovens e adultos, de hoje. Falar com Ele ajuda no reconhecimento das verdades e dos ensinamentos que podemos e devemos compartilhar, para favorecer o acolhimento da urgência de uma restauração do relacionamento humano e social. Jesus nos deixou grandes ensinamentos, para fortalecermos o nosso modo de viver e o nosso modo de nos relacionarmos com as pessoas, crescendo no: acolhimento, respeito e valorização do outro, para uma conexão estável e saudável.
Falar de Jesus é um caminho que trilhamos para aproximarmos as pessoas entre si e elas com o Senhor, amigo fiel que permanece junto de nós. O fato de fazermos da catequese uma ocasião para falar dele, contribuímos na interação do grupo, pois, com uma conversa aberta e espontânea, vamos apresentando a pessoa e a mensagem do Bom Pastor.
São muitos os recursos que podemos utilizar para apresentação de quem é Jesus! Na era digital, não podemos ficar distantes das novas linguagens e dos novos métodos de comunicação na catequese.
O Papa Francisco nos convida para uma reflexão sobre a relação entre a evolução dos sistemas de inteligência artificial e de comunicação humana por meio de máquinas. Ele fala de uma inovação, uma linguagem produzida por uma máquina, mas gerada pelos seres humanos.
A questão que o Papa Francisco propõe é:
Como utilizar as inteligências artificiais para o serviço da Igreja de evangelização? Como a Igreja pode utilizar esses meios e esses recursos para anunciar o Evangelho, para comunicar-se com a cultura de hoje?
Quantas novidades já fazem parte do nosso dia a dia: Internet, Waze, Alexa, plataformas digitais de músicas e vídeos e o celular tão presente na vida dos brasileiros.
Embora o Papa Francisco tenha chamado a atenção para os riscos de uma nova tecnologia, que traz um impacto negativo na sociedade quando desconectada de valores humanos e de seus princípios morais e éticos, também ressalta a importância de uma consciência responsável no uso das diferentes formas de comunicação: “A comunicação deve ser orientada para uma vida mais plena da pessoa humana” (Francisco, 2024).
A catequese pode se apoiar no potencial e na contribuição benéfica dos recursos para evangelizar, para falar de Jesus.
Inteligência Artificial está cada vez mais presente na vida cotidiana, tanto pessoal como social, mas o encontro pessoal com Jesus Cristo nunca será artificial, ao contrário, será de encantamento, de comprometimento, de conversão e de adesão ao seu projeto de vida.
A catequese pode recorrer aos novos meios de comunicação e enriquecer a experiência pedagógica e catequética no processo de iniciação à vida cristã. O importante é saber como fazer.
O caminho é prosseguir na busca:
- De uma eficiente iniciação bíblica, litúrgica e comunitária; em unidade com a liturgia e com a prática da caridade;
- Da superação de uma catequese intimista ou alienante; sacramentalista e infantilizada.
E assim, avançarmos no empenho de formação de novos discípulos missionários que:
- Vivam e testemunhem a fé cristã;
- Anunciem com alegria a Boa Nova de Jesus;
- Tenham nas mãos e no coração a Sagrada Escritura.