MARIA, MÃE DA IGREJA E NOSSA MÃE

A pequena judia, a jovem Maria, conhecida como Maria de Nazaré foi agraciada para ser a mãe de Jesus Cristo, o Emanuel (Deus conosco). Quis Deus na plenitude do tempo enviar ao mundo o seu Filho, nascido de uma mulher (cf. Gl, 4,4-5). Esse querer de Deus para com a humanidade é um gesto de amor incondicional, pois Ele renova sua aliança com a encarnação do Verbo que se faz carne e habita no meio de nós. 

Maria, obediente à mensagem de Deus, transmitida pelo anjo, assume a maternidade e aceita ser a mãe do Verbo Divino. Esse “sim” de Maria garante à humanidade a presença real do Filho de Deus, que traz o rosto misericordioso do Pai e apresenta o itinerário que devemos seguir para termos a certeza da salvação. Esse itinerário consiste em amar e perdoar sem medidas, acolher sem restrições e ensinar com fidelidade o que Jesus Cristo nos ensinou.

Maria teve um papel fundamental no projeto de Deus para a salvação da humanidade, pois ela educou Jesus, junto com José, pai adotivo dele, com maestria e Ele, certamente, foi obediente aos seus pais e colocou em prática tudo o que lhe fora ensinado. Para ilustrar, um exemplo claro de sua obediência encontra-se nas bordas de Caná (cf. Jo 2,1-12), em que numa festa de casamento o vinho veio a faltar e Maria falou com Jesus e orientou aos que estavam servindo para fazer tudo o que Ele pedisse. O autor sagrado diz que esse acontecimento foi o início dos milagres que Jesus. Daí surge uma pergunta: por que Maria falou com Jesus sobre a falta de vinho? Ela tinha consciência da missão de seu Filho e, como mãe, Maria estava atenta e percebeu que a falta do vinho era uma decepção para os convidados e também para o casal que festejava seu casamento. No entanto, o milagre aconteceu e a festa continuou, com o melhor vinho. Vale lembrar que a mãe jamais quer o sofrimento de seus filhos e filhas, faz de tudo para que a alegria esteja sempre presente. A mãe cuida, educa, protege, acolhe e orienta. Maria é o grande modelo de mãe.

Maria, mãe da Igreja e também nossa mãe, é assim que nós católicos a compreendemos e temos essa certeza, tendo em vista o “sim” que ela deu ao mensageiro de Deus. A Constituição Dogmática Lumen Gentium dedica o capítulo oitavo a Maria, que em sua essência confirma-a como a mãe da Igreja, sendo o modelo que ela é para nós, a primeira cristã; foi ela que no seu ventre materno deu à luz Cristo, santo de Deus, o pão vivo que nos garante a vida eterna. Como mãe da Igreja e nossa, Maria é exemplo de doação e de fidelidade a Deus.

Peçamos a intercessão dela para viver o mais plenamente possível a vida cristã. Como discípulos(as) e missionários(as), busquemos dar sempre o nosso “sim” na construção do Reino como Maria, nossa mãe e mãe da Igreja, deu.

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