Durante o Jubileu da Vida Consagrada, celebrado no Vaticano, o Papa Leão XIV dirigiu-se a milhares de religiosos e religiosas reunidos na sala Paulo VI, convidando-os a aprofundar a vivência da sinodalidade e a tornarem-se “especialistas em sinodalidade”. O encontro, marcado por um ambiente de oração e comunhão, destacou a importância de fortalecer a unidade, superar divisões e renovar o ardor vocacional à luz do Evangelho.
O Papa iniciou recordando que a Igreja necessita profundamente dos consagrados e das suas múltiplas expressões de vida e missão. Para ele, a diversidade das formas de consagração é um testemunho da vitalidade do Espírito Santo na Igreja e um sinal concreto da presença de Cristo no mundo: “Com esta vitalidade e com o testemunho de uma vida onde Cristo é o centro e o Senhor, vocês podem contribuir a ‘despertar o mundo’. Nesse sentido, deve-se reiterar sempre quanto seja importante para todos vocês estar radicados nele. Somente assim poderão realizar a missão de modo mais fecundo, vivendo a vocação como parte da maravilhosa aventura de seguir Jesus mais de perto”.
O Papa afirmou que os consagrados podem tornar-se “o traçado de um caminho luminoso no grande projeto de paz e salvação que Deus tem para a humanidade”, por isso, convidou-os a “voltar ao coração”, lugar onde se redescobre a centelha que animou o primeiro amor pela vocação. É nesse espaço interior que nasce a ligação entre o reconhecimento da própria identidade e a abertura ao próximo.
Segundo o Santo Padre, os consagrados são portadores da esperança e da paz de que o mundo tanto necessita. Pelo testemunho da Palavra e da vida, tornam-se promotores da concórdia e da reconciliação, reconhecendo em cada ser humano o rosto sagrado e maravilhoso de Cristo.
Entre os vários campos de ação da vida consagrada, o Papa destacou a fraternidade, o serviço aos pobres e o cuidado da criação, mas insistiu que a sinodalidade deve ocupar um lugar central. Inspirando-se em São Paulo VI, definiu-a como um “diálogo doméstico” que deve renovar continuamente o Corpo de Cristo nas relações, processos e métodos da Igreja.
Para Leão XIV, a própria organização internacional e intercultural das congregações religiosas oferece uma oportunidade privilegiada de praticar a escuta recíproca, a participação e o discernimento comunitário. Essa dinâmica de comunhão, afirmou, é um testemunho concreto do Espírito Santo que guia a Igreja: “De tudo isso, a Igreja lhes pede hoje que sejam testemunhas especiais nas várias dimensões de suas vidas, em primeiro lugar caminhando em comunhão com toda a grande família de Deus, sentindo-a como mãe e mestra, compartilhando a alegria de sua vocação e também, onde necessário, superando divisões, perdoando injustiças sofridas, pedindo perdão pelos fechamentos ditados pela autorreferencialidade. Trabalhem para se tornar, dia após dia, sempre mais ‘especialistas de sinodalidade’ para serem profetas a serviço do povo de Deus”.
Ao concluir, o Papa encorajou os consagrados a olharem para o futuro com serenidade e confiança, sem medo de tomar decisões audaciosas. Recordou as palavras de Francisco, lembrando que “a nossa esperança não se baseia em números ou obras, mas naquele no qual depositamos a nossa confiança e para o qual nada é impossível” e acrescentou: “Caríssimos, continuem com essa confiança no próprio caminho! Eu lhes agradeço pela fidelidade e pelo grande bem que fazem na Igreja e no mundo e lhes prometo uma lembrança especial na oração. Eu os abençoo de coração!”.
INTENÇÕES DO PAPA PARA O MÊS DE NOVEMBRO
PELA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Rezemos para que as pessoas que se debatem com pensamentos suicidas encontrem na sua comunidade o apoio, o cuidado e o amor de que necessitam e se abram à beleza da vida.