POR FIM, O MEU IMACULADO CORAÇÃO TRIUNFARÁ

Como viver a espiritualidade do Imaculado Coração de Maria hoje? Alguns pensam que seja rezar uma novena, fazer algumas orações piedosas, colocar velas e flores diante de sua imagem. Novenas, velas e flores fazem parte. Nas igrejas dedicadas a ela sempre há desses adornos oferecidos com devoção.

Santo Antônio Maria Claret, porém, falava de outro modo de viver sua experiência devocional ao Imaculado Coração: a devoção à Mulher Revestida de Sol. Ele se sentia descendente da Mulher, de cujo Coração irradiava sobre si, luz e chamas como o sol que ilumina e incendeia. Claret sentia-se irradiado pelo calor desta luz que o envolvia e o fazia incandescer como o ferro abrasado na forja do ferreiro até ser moldado na mais bela peça artística, fruto da mente criativa de seu autor.

Quarenta e sete anos depois de Claret, uma Mulher Revestida de Sol aparece para três crianças em Fátima, que após afirmarem sua disposição de servir a Deus, viram-na abrindo suas mãos e comunicando-lhes uma luz radiante muito intensa, um reflexo que delas irradiava e lhes penetrava como chama ardente, no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-as verem-se a si mesmas em Deus. O pequeno São Francisco de Aljustrel dizia que o sol era a candeia de Nosso Senhor. A Virgem não tem uma luz pessoal, uma luz própria. A luz de Nossa Senhora é sinal da presença de seu Filho, Filho de Deus.

A postuladora da causa destas crianças, Irmã Ângela Coelho, afirma que os três Pastorinhos viram-se a si mesmos naquela luz imensa, como o sol, que era Deus e que lhes foi comunicada por Nossa Senhora. Ver-se a si mesmo no clarão desta luz significa ter a mais bela e gratificante experiência do ápice da vida. A sensação é semelhante àquela dos discípulos na transfiguração sobre o alto monte. Exprime a fisionomia de Jesus Ressuscitado, contemplada pela ótica do olhar divino. Ver-se a si mesmo iluminados pela luz de Deus é perceber o olhar com o qual Deus nos olha e já não vê mais Adão em nós, mas Jesus Glorioso.

A espiritualidade Claretiana nasce e se afirma na esperança Cordimariana. A virtude da esperança nos é concedida pelo cultivo da oração que brota da percepção consciente de que Maria é Mãe e que está realmente presente na vida de seus filhos que a ela se abrigam e a ela servem. Foi Ela quem perguntou em Fátima se os videntes queriam realmente não escolher uma vida medíocre para oferecerem-se e servirem a Deus. Algo como aquilo que sucede pelas renúncias e escolhas que fazemos nas renovações batismais, nas consagrações religiosas ou quando Jesus toma a decisão de mergulhar nas águas do Jordão.

O oferecimento de uma vida a Deus, em especial gesto de consagração e serviço filial ao Imaculado Coração de Maria, comove de amor o Terno Coração, de tal modo que a luz do sol que a reveste, brilha e realça as vidas de seus filhos, aquece seus corações, ilumina o seu olhar sobre si com o clarão celestial e reafirma a esperança do triunfo final do Imaculado Coração.

Facebook
WhatsApp
Email
Imprimir
LinkedIn