SAGRADA FAMÍLIA TAMBÉM O SOMOS

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Quis Deus em sua infinita bondade e misericórdia que seu Filho único nascesse no seio de uma família. Pelo mistério da encarnação, o Senhor enviou um anjo para anunciar a uma jovem de Nazaré seu projeto de amor (cf. Lc 1,26-38). Com a graça do Espírito Santo, a virgem de nome Maria foi fecundada para ser a mãe do Menino Jesus. A jovem, com obediência e fé, aceitou a missão de tornar visível e presente neste mundo o Verbo de Deus. 

A família de Nazaré apresenta outro personagem muito importante, o pai. A Virgem estava prometida em casamento a um homem chamado José. Segundo a Sagrada Escritura ele era considerado justo e obediente. O anjo do Senhor também revelou o plano salvífico a José (cf. Mt 1, 20). Com obediência, ele aceitou ser o esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. 

A partir do chamado de Deus e da resposta de José e Maria nasceu a família de Nazaré. Uma casa marcada pela fé, obediência e amor. O Menino Jesus encontrou um lar cheio de oração e provação. A Virgem Maria e seu esposo vão descobrindo que a missão confere a eles dor e sofrimento, mas a presença de Jesus no centro da família traz paz e esperança. 

Desde minha infância eu escutava minha avó paterna rezar a jaculatória “Jesus, Maria e José nossa família vossa é”. Não entendia nem compreendia a profundidade dessa oração. Com o passar do tempo fui descobrindo que a família de Nazaré é modelo perfeito de relacionamento, mas, uma dúvida também brotou no meu coração: todas as famílias são sagradas?

Nessa perspectiva, o Sacramento do Batismo e o Sacramento do Matrimônio começam a responder à minha questão. Pelo sinal visível da graça que não vemos somos santificados. O Sacramento nos proporciona participar da vida do Ressuscitado. Ele nos santifica e nos faz Igreja, corpo místico de Cristo, pedras vivas (cf. 1Pd 2,5). Desse modo somos configurados ao Senhor, que nos santifica e nos purifica das más inclinações. 

Assim, com o modelo da família de Nazaré, nossa família se torna um “espaço” sagrado, santuário da vida e lugar de perdão. Nossa família é sagrada quando experimenta a graça de Deus em casa; é sagrada quando supera o pecado e enfrenta as dificuldades com fé e coragem. É sagrada quando se reúne para rezar o Terço e participar da Missa dominical. É sagrada não pela ausência de erros e falhas, mas pela perseverança de vivenciar a família como projeto de Deus.

Portanto, a família de Nazaré nos ensina a valorizar todas as famílias. Cada lar, mesmo com os desafios, permanece junto e persevera no amor e no perdão. Jesus, Maria e José cuidam de todas as famílias e nos ensinam a colocar no centro de nossas vidas Nosso Senhor, Jesus. Que o exemplo de Maria e José nos inspire a viver a cada dia a experiência familiar com alegria e esperança.

Pe. Anderson Luiz de Sousa

Padre da Diocese de Lorena (SP), reitor do Seminário Diocesano de Filosofia e Teologia. É coordenador diocesano da Ação Evangelizadora

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