SE DEUS É ONIPOTENTE, NÃO CABERIA A ELE EVITAR AS TRAGÉDIAS?

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Na profissão de fé, confessamos:“Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do Céu e da Terra…”. Deus é Pai todo-poderoso, sua paternidade e seu poder iluminam-se mutuamente. Ele mostra sua onipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades: “Serei para vós um pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso” (2Cor 6,18).

Entretanto, diante da onipotência de Deus se apresenta a nós o mistério de sua aparente impotência, sobretudo quando estamos envolvidos em alguma situação difícil. A fé em Deus pode ser posta à prova diante do sofrimento e até pode parecer que Deus está ausente e incapaz de impedir o mal.

Se Deus Pai todo-poderoso, criador do mundo ordenado e bom, cuida de todas as suas criaturas, por que então as tragédias acontecem? Para essa pergunta tão inevitável não há uma resposta pronta. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a ela e nos ajuda a perceber a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que sempre se antecipa ao homem, a redenção de seu Filho, o dom do Espírito Santo, a força dos sacramentos etc. 

Deus concede que participemos livremente de sua providência, confiando-nos a responsabilidade de cuidar da Terra e do próximo. Dá a nós inteligência e liberdade para completar a obra da criação e aperfeiçoar sua harmonia para o bem comum. Não podemos esquecer que muitas tragédias poderiam ser evitadas se usássemos nossa liberdade com mais responsabilidade.

Não temos respostas para todas as coisas, mas São Paulo nos conforta e nos indica um caminho de esperança: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. (…) Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo. Porque pela esperança é que fomos salvos” (Rm 8,18-25).

“Meu Deus, eu não te entendo, mas mesmo assim confio em ti”: acredito que essa pequena oração seja a síntese de uma atitude de confiança no Deus todo-poderoso, sobretudo diante de certas situações que não compreendemos e nem mesmo podemos mudar. 

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