SANTUÁRIO DOS SANTOS MÁRTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU, EM NATAL (RN)

Dedicada em 3 de outubro de 2009 e oficializada como paróquia em 12 de outubro do mesmo ano, pelo então hoje arcebispo emérito de Natal (RN), Dom Matias Patrício de Macêdo, a Paróquia do Santuário dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu é uma das mais recentes igrejas da Arquidiocese de Natal e localiza-se na avenida Miguel Castro, 1.002, bairro Nazaré, em Natal. Sua estrutura concentra, em grandes celebrações, até setecentas pessoas sentadas, sendo a segunda maior igreja do Rio Grande do Norte (a primeira maior é a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal).

Foi pensada pelo Padre Augustin Juan Calatayud y Salon, reitor benemérito do Santuário dos Mártires e também pároco emérito da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Natal, e contou com o apoio de autoridades políticas e fiéis colaboradores. Sua construção durou cerca de quatro anos, entre 2006 e 2009, desde o estudo e a viabilidade do terreno até a colocação dos alicerces e acabamentos.

O santuário (do latim “sanctuarium”, de “sanctus”), no conceito religioso, é um local sagrado para onde, por devoção, acorrem peregrinos de diversas regiões. O santuário era também conhecido por tabernáculo. Após o povo hebreu sair do Egito, aventurar-se pelo deserto, atravessar o mar e receber a lei em duas tábuas de pedra, a seguinte ordem foi dada por Deus: “E me farão um santuário para que possa habitar no meio deles” (Ex 25,8). Moisés coordenou a construção do santuário seguindo instruções específicas de Deus: “Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte” (Ex 25, 40).

O santuário dedicado aos mártires, em Natal, possui uma arquitetura moderna e, diferente de outras igrejas tradicionais, não é rodeado por imagens em escultura de santos, mas possui dois quadros pintados na parede ao lado do presbitério. A primeira pintura retrata a crucificação de Cristo e tem como pano de fundo o sertão potiguar, mostrado por meio de elementos como o cacto e a vegetação próprios da caatinga; a outra pintura revela a anunciação do Anjo Gabriel a Maria, com o destaque para os cajus sobre a mesa e a parede de barro, elementos típicos das casas do interior de nosso Estado. As pinturas foram produzidas pelo jovem artista potiguar Ubiratan. Outra grande, senão a maior, peculiaridade do santuário é a ilustração original dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, pintada pelo artista plástico Gilvan Lira, que mostra os principais personagens do martírio. A pintura encontra-se fixada na parede do centro do altar onde, em 3 de março do ano 2000, foi colocada na Praça São Pedro, no Vaticano, para o anúncio oficial de São João Paulo II proclamando os mártires como bem-aventurados (pré-etapa esta para canonização). O arco central do presbitério do santuário possui a frase em latim “Ad maiorem Dei gloriam”, que significa “Para a maior glória de Deus”.

As cores sóbrias no interior (branco com contornos dourados claros) remetem à passagem bíblica do Apocalipse que diz “Vestiam e trajavam vestes brancas; suas roupas foram lavadas no sangue do cordeiro” (Ap 7,14). Essa passagem bíblica faz menção ao martírio na igreja e uma das leituras da Missa aos mártires de Cunhaú e Uruaçu. O branco é simbolizado por essas vestes e o dourado, pela glória da ressurreição em Cristo Jesus. O dourado externo do santuário, em tons mais escuros, remete também à glória da ressurreição. As quinze cruzes de mármore na cor preta dispostas nas paredes laterais em cada lado da nave central significam as quinze estações da via crucis de Jesus.

O título “santuário” se dá porque o prédio está destinado a receber pessoas, grupos e caravanas que querem conhecer a história do martírio e a beleza da igreja em Natal.

É um lugar de fé, um templo dedicado à oração e à contemplação. A paróquia santuário faz parte da tríade religiosa dos mártires. Em São Gonçalo do Amarante (RN) celebra-se o martírio em Uruaçu; em Canguaretama (RN), o martírio de Cunhaú; em Natal, no santuário do bairro de Nazaré, celebram-se todos os trinta mártires potiguares. Não há destaque para um mártir em particular, mas todos recebem igual veneração e devoção dos fiéis.

A Paróquia do Santuário dos Mártires, além de sua beleza ímpar e sua amplitude, faz parte, como já dito acima, da tríade religiosa e também do turismo religioso dos mártires no Rio Grande do Norte. Em outras palavras, quem deseja conhecer a história deles além de visitar a capela de Cunhaú em Canguaretama e o monumento em São Gonçalo do Amarante também pode visitar o santuário.

Territorialmente, a paróquia alcança os seguintes limites geográficos: avenida

Capitão-mor Gouveia, avenida Interventor Mário Câmara, avenida Amintas Barros e

avenida Sampaio Correia e é dividida em quatro setores para melhor atender à comunidade na evangelização.

Atualmente, administra a paróquia como pároco o Padre Fábio Pinheiro Bezerra, desde 18 de abril de 2017.

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