COM FRANCISCO, COMUNICAR A ALEGRIA DO EVANGELHO

O texto programático do pontificado do Papa Francisco é, sem dúvida, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, publicada em novembro de 2013 na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Sua estrutura compõe-se de cinco capítulos, a saber: a transformação missionária da Igreja; a crise do compromisso comunitário; o anúncio do Evangelho; a dimensão social da evangelização; evangelizadores com Espírito.

Nossa proposta é refletir sobre os diversos aspectos dessa exortação neste e nos próximos artigos, assim, o leitor terá a oportunidade de revisitar as principais intuições do Papa Francisco a respeito da evangelização.

O Papa inicia a exortação com as seguintes palavras: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 1). Receber a boa notícia da proximidade de Deus em Cristo Jesus não somente envolve nosso pensamento, mas, toda nossa vida, nosso pensar e existir. A alegria do Evangelho se renova e se comunica a partir do encontro pessoal com Jesus, que nos abre à dimensão transcendente e intersubjetiva da vida, possibilitando-nos superar nosso egoísmo e nossa autorreferencialidade.

Francisco é assertivo: “O bem tende sempre a comunicar-se” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 9). Com isso, entende-se que a pessoa, ao receber a comunicação da alegria do Evangelho, é impulsionada a comunicá-lo, tornando-se, assim, uma evangelizadora. Evangelizar, na perspectiva do Papa, traz para a existência humana uma doce e reconfortante alegria, pois comunica ao ser humano o amor, a comunhão, a verdade e o sentido da vida.

Francisco ainda salienta a importância de uma nova evangelização para a transmissão da fé, considerando que é preciso lançar mão de todas as ferramentas e linguagens hodiernas para tornar o Evangelho compreensível e passível de aceitação para o mundo contemporâneo. Não se trata, aqui, de alterar o conteúdo do Evangelho, mas de refletir sobre a sua comunicação, preservando, assim, a fidelidade à Palavra e aos ensinamentos do Senhor.

Destarte, a proposta da exortação do Papa consiste em apresentar a índole missionária da Igreja, considerando a dimensão da Igreja em saída como uma realidade constitutiva do ser Igreja. Ademais, ele enfatiza as tentações dos agentes de pastorais e considera a Igreja como a totalidade do povo de Deus que evangeliza; com isso está-se demonstrando que o chamado à evangelização não é prerrogativa exclusiva dos ministros ordenados, ela pertence a todo o povo de Deus. 

Evangelizar é tarefa e missão de todo batizado: dizer com as palavras, dizer com o testemunho de vida que Deus está próximo de seu povo. Deus caminha conosco!

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