Ouvir sempre!

Todos os dias, percebo entre uma atividade e outra que a maioria tem ouvido menos, ou seja, prestado menos atenção ao potencial das palavras e ao potencial das pessoas. Ainda percebo algo mais difícil do que ouvir menos: ouvir de forma errada e deturpada. Alguns dizem ser efeito do excesso de uso das redes sociais. Não sei ainda e são muitas as causas e efeitos. Uma coisa é certa e imutável: ninguém pode se chamar cristão e não ouvir com atenção sempre buscando a forma mais esclarecida de entendimento.

O cristão deve ouvir. Ouvir de tudo! Ouvir requer silêncio e ausência de julgamentos. Ouvir exige meditação. Tudo isso é o início do exercício para chegar à compreensão e dimensão da palavra “misericórdia”. Ouvir o outro e entender que você não é o centro do universo e que Deus deu a cada um uma forma de escutar a vida, praticá-la e buscar suas verdades. 

Uma crise gigantesca tem assolado a palavra “cristianismo”. Atualmente, a Bíblia e as citações bíblicas têm sofrido uma avalanche de pseudointerpretações. Não é para menos, porque vivemos uma fase em que ouvir deixou de ser importante. Algumas colocações no Evangelho são centrais e funcionam como partituras que nos levam ao encontro do coro de Deus, pois, quem ouve a Palavra dele e a coloca em prática já encontrou o resultado imediato do amor. 

Uma vez encontrado o amor, o ouvinte torna-se cristão de verdade e absolutamente nada mais poderá tirar dele o Cristo interior, a escuta passará a ser o ponto mais importante da sua vida. Amar exige ouvir com paciência, tolerância e caridade. Não é possível amar condenando e rebaixando o outro. Se alguém deseja ser missionário, antes de mais nada terá que aprender a postura da escuta e do silêncio interior. 

Um exercício estético muito importante é ouvir música sempre. É um estado de espírito que dispõe o coração a acolher o que de melhor brotar nele e assim, por meio da arte da música, aprende-se a ouvir o outro como irmão.

Ouça sempre! Persevere na esperança! Sinta os doces acordes da vida! Busque a música que há no fundo da alma e permita que a melodia do amor toque o corpo, levando o espírito a operar em direção da mais doce caridade.

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